Saiu no Globo:
Mantega confirma rendimento da poupança em 70% da Selic mais TR
RIO E BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou que os novos depósitos na caderneta de poupança serão remunerados em 70% da Selic, sempre que a taxa básica de juros do país atingir o valor de 8,5% ano ano ou menos. A medida só vale para os novos depósitos, realizados a partir desta sexta-feira, 4 de maio, quando a mudança entra em vigor.
Hoje, a taxa Selic está em 9% ao ano, mas poderá cair novamente na próxima reunião do Comitê de Política Monterária (Copom) marcada para os dias 29 e 30 deste mês.
-Se o Copom decidir baixar a Selic para 8% ao exemplo, o rendimento será de 70% deste valor, ou seja, 5,6% ao ano, mais a TR – explicou o ministro. Pelas regras atuais, a caderneta rende 6% ao ano mais a TR.
Segundo Mantega, as mudanças são mínimas e não afetam os interesses e benefícios dos correntistas
- Não há rompimento de contrato, usurpação da renda, nem prejuízos – destacou.
O ministro também enfatizou que não há mudanças imediatas, que rentabilidade continuará diária e a poupança continua isenta de Imposto de Renda. Hoje, o país tem 100 milhões de cadernetas, com um depósito total de R$ 431 bilhõe
- No presente momento não haverá alteração nem na velha poupança e nem na nova, porque a Selic está em 9% – destacou.
A mudança abre espaço para que o Banco Central (BC) continue reduzindo as taxas de juros no país sem gerar desequilíbrios no mercado. No formato em que está, a poupança tem uma remuneração garantida de TR mais 6% ao ano. Já outras aplicações, como fundos de investimentos, dão ganhos que variam de acordo com a Selic.
Por isso, se os juros continuarem caindo no país, existe o risco de a poupança passar a render mais que os fundos. Com isso, ela poderia passar a ter uma captação excessiva, retirando investidores de outras aplicações. Como 65% dos depósitos na poupança precisam ser aplicados em habitação, haveria dinheiro demais para esse tipo de operação e de menos para outros. Além disso, como os fundos são compostos em boa parte dos títulos públicos, uma saída deles poderia acabar prejudicando a gestão da dívida pública.
Centrais sindicais gostam da proposta
As duas principais centrais sindicais – CUT e Força Sindical – saíram da reunião com a presidente Dilma Rousseff, dizendo que a proposta do governo é positiva, porque não mexe nos depósitos atuais. A Força Sindical, segundo seu presidente, o deputado Paulo Pereira da Silva, vai apoiar a proposta como um todo. Já o presidente da CUT, Artur Henrique, afirmou que a central precisa debater a proposta antes de manifestar sua posição.
- A gente achou que não mexer nas atuais poupanças é positivo. Seria ruim para nós se o governo mexesse nos atuais poupadores. Daqui para frente quem vai poupar pode decidir se vai por na poupança ou em outros fundos que existem. Mas o ministro Guido Mantega disse que os outros fundos terão um rendimento muito parecidos ao da poupança. Do nosso lado, a gente acha que essas mudanças não teriam impacto na vida das pessoas que estão hoje poupando. Como não mexe com as atuais, as pessoas não terão direitos feridos, a Força Sindical tende a apoiar – disse o presidente da Força Sindical.
Segundo Artur Henrique, a CUT vai fazer reuniões internas para debater o tema.
- A CUT vai analisar e depois anunciar seu posicionamento. É uma medida que precisa ser analisada com cautela. Não mexe com os atuais, isso é positivo. Vamos debater com mais cautela o impacto da medida nos demais fundos – disse o presidente da CUT.
As centrais tentaram incluir na discussão a pauta de reivindicações do movimento sindical, especialmente o fim do fator previdenciário e a isenção de Imposto de Renda da participação nos lucros e resultados (PLR), mas a presidente não deu espaço para outros temas. Dilma prometeu tratar desses dois assuntos em outra reunião.
- Tentamos discutir com a presidente, mas ela não quis discutir isso hoje. O Artur falou do fim do fator previdenciário e isenção do Imposto de Renda na PLR, mas ela não recebeu muito bem. Depois de muito insistirmos, ela disse que vai discutir nas próximas reuniões, mas que nós temos de entender o momento que o Brasil passa e o momento que ela está passando – afirmou o presidente da Força Sindical.
Ele disse que as centrais não tentaram condicionar o apoio à proposta às reivindicações do movimento sindical:
- Queremos resolver a nossa pauta, mas não condicionamos. O clima não estava bom.
“Não há guerra contra bancos”, afirma Gilberto Carvalho
O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, confirmou que a presidente deve anunciar as mudanças ainda nesta quinta-feira. Apesar de o discurso da presidente ter voltado a criticar as altas taxas praticadas pelos bancos, o ministro negou que haja uma guerra contra as instituições financeiras. Segundo o ministro, o que existe é um “movimento para estimular a queda dos juros”.
O ministro não quis antecipar qualquer alteração, mas disse que a presidente deve comunicar as mudanças primeiro nas reunião que terá com o Conselho Político, depois com as centrais sindicais e com os empresários
Carvalho disse também que as mudanças no recolhimento do imposto de renda sobre a distribuição de lucros das empresas, pois ainda não estariam sacramentadas. Há decisão de fazer as alterações, mais ainda não definição sobre quais serão as mudanças, disse.
O PPS é o partido dos comunistas que aderiram à Carta de Vinhos do Fernando Henrique Cardoso.
Um dos ilustres parlamentares do PPS, Raul Jungmann, expoente da CPI dos Amigos do Dantas, foi para o horário eleitoral dizer que o Lula ia expropriar a poupança.É porque a Dilma agiu rápido, senão, o PIG (*) embarcava numa campanha para aterrorizar os 11 milhões de poupadores em caderneta.
A solução anunciada reduz os juros e desvaloriza o real.
Preserva os direitos adquiridos e cria uma regra compatível com o país que quer ter taxas de juros de padrão internacional.
O Jungmann foi devidamente rejeitado pelo eleitor de Pernambuco.
E o PIG, pelo leitor.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
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