Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 15 de junho de 2012

Miro detona CPI antes de Civita depor


Como se sabe, os filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – chegaram para o (vice) Michel Temer e disseram assim: quando você ouvir falar em Veja, pense em imprensa; quando ouvir falar em imprensa, pense em Globo.

Na sessão da CPI desta quinta-feira, o deputado Miro Teixeira, que mantém históricas relações com a Globo, denunciou a existência de uma “tropa do cheque” – cinco parlamentares que se encontraram com o dono da Delta em Paris.

A manchete do Globo na primeira página desta sexta-feira completa a coreografia e denuncia, furiosa, a “tropa do cheque” do Miro.

Dois dos supostos (diria a Folha (*)) “tropeiros” , segundo o Estadão, na pág. A4, são membros da CPI – o senador Ciro Nogueira, do PP do Piauí, e Mauricio Quintella Lessa, do PR de Alagoas.

Na mesma sessão, a CPI se recusou a convocar, por agora, o dono da Delta, Fernando Cavendish, e Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do DNIT.

É uma pena.

Cavendish poderia contar nos mínimos detalhes como foi que negociou com Paulo Preto – segundo demonstrou a Conceição Lemes no Viomundo – milionárias empreitagens no governo do Padim Pade Cerra.

Pagot poderia dar os mínimos detalhes da acusação que fez à revista IstoÉ: que o Padim Pade Cerra ficava com a parte do Leão (60%) do rachuncho das obras do Robanel dos Tunganos.

Que pena !

(Para se blindar na campanha derrotada a prefeito, Cerra dirá que vai processar o Pagot. Como processou o Amaury da Privataria e este ansioso blogueiro. No caso deste ansioso blogueiro, toda vez que recorre, apanha. Já perdeu três. Clique aqui para ir à aba “Não Me Calarão”.)

Este ansioso blogueiro acha que a intervenção de “horário nobre” do Miro teve, na verdade, o efeito de poupar a galera do depoimento do Skuromatic, ou seja, do Robert(o) Civita e seu fiel escudeiro, diretor em Brasília, Policarpo Júnior.

Porque, inevitavelmente, depois deles, viriam os globais que o Leandro Fortes, na Carta Capital, localizou em malabarismos “jornalísticos” com o Carlinhos Cachoeira.

A Globo e a revista Época parecem ter tido ciúmes de fonte tão preciosa e, pelo jeito, privilégio do detrito sólido de maré baixa.

Para este ansioso blogueiro, a CPI do Robert(o) Civita já deu resultados formidáveis.

Desnudou o Gilmar Dantas (**) – quem o entrevistará sobre o Oscar do Daniel Dantas ?

Gilmar, aquele que participou de um encontro a três e foi desmentido pelos outros dois.

Aquele que foi chantageado e não chamou a Polícia para prender o chantageador.

O brindeiro Gurgel foi outro despido pela CPI – veja que o Collor conseguiu notificá-lo.

Com as vísceras à mostra, na CPI, a Veja aguarda seu momento Visão – ter mais exemplares distribuídos que a publicidade consegue remunerar.

Clique aqui para ler “Internet bomba e Veja está à beira da morte”.

A CPI expôs o que a Veja é: um detrito sólido de maré baixa.

A CPI revelou a combinação de forças que se armou para pendurar o “mensalão” no Governo Lula e levar o Dirceu à  forca.

Foi o que Dirceu disse aos jovens socialistas, no Rio, e deixou o PiG (***) tão aflito.

Foi o que o Ernani de Paula fez, quando a “TV Record melou o mensalão”.

Na CPI se vê com muita clareza quem é quem.

Quem ali dança o minueto da Globo.

E joga todas as fichas na condenação do Dirceu.

Ninguém está ali para prender o Carlinhos Cachoeira ou desmascarar o Demóstenes.

O destino deles já está traçado.

Ainda que o Desembargador Tourinho jogue tudo no lixo.

Ficará demonstrado de forma inequívoca que, no Brasil, não é que rico não vá preso: rico não pode ser, sequer, investigado.

Aquela é a CPI do mensalão.

O resto é luar de Paquetá.

De olho na CPI e suas quadrilhas de São João, o Supremo não vai condenar o Dirceu, se não há provas.

O Merval entrou para a Academia.

Não entrou para o Supremo.

E nem o Peluso – cujo voto estimula tanto os mervais – e nem o Peluso, na véspera de ir para casa, condenará alguém sem provas.

Os votos ficam gravados na memória da História.

Os mervais somem na poeira da estrada.

E o Peluso sabe disso.


Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Clique aqui para ver como eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas (**) ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…”

(***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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