Posted by eduguim
Foi um momento triste para a República a sessão do Senado que cassou o mandato do senador Demóstenes Torres. Não por uma impensável impropriedade da cassação, mas pelo que encerra de lamentável que um homem público que se apresentava como paladino da ética perca um mandato popular por agir de forma incompatível com ela.
A defesa de Demóstenes se resumiu a ele e a seu advogado. Quase ninguém se levantou por ele. Nenhum dos seus defensores conseguiu contrapor argumento que justificasse os quase cem mil dólares de presentes que recebeu de Carlos Cachoeira ou os serviços que as gravações da PF mostram que prestou ao criminoso.
Na defesa de Demóstenes, ele pediu desculpas pelas acusações que fez aos seus pares enquanto exercia o cargo oficioso de locutor da Veja e do resto de uma mídia que, em suas palavras, o tratou como ele fez que tratasse a outros que, ao contrário de si, nunca foram flagrados nas situações em que foi.
Demóstenes reconheceu “leviandade” nas acusações que fazia. A grande reflexão que disso resulta, assim, é a de que fazia, irresponsavelmente, as acusações que saiam na Veja, na Folha, no Estadão e na Globo E reconheceu que os veículos que repercutia, na hora H, abandonaram-no ferido na estrada.
A lição maior da cassação de Demóstenes, portanto, é a de que ninguém está a salvo de se tornar alvo do furor acusatório e do moralismo. Independentemente de sua culpa evidente, ainda haverá que prová-la materialmente na Justiça. Sua cassação política, porém, veio embasada por provas que não existiram contra seus alvos pretéritos.
A cassação de Demóstenes, enfim, insinua quanto ainda pode haver de obscuro no furor acusatório do qual ele foi a principal expressão. É o desmonte parcial de um esquema hipócrita que se esmerou na acusação sem provas ou mínimas evidências que sobram contra si.
Dificilmente os poderes que construíram e sustentaram Demóstenes conseguirão extrair o significado de sua derrocada, a derrocada da hipocrisia, do moralismo e do açodamento. Todavia, o fenômeno oferece esperança àqueles que almejam pelo funcionamento civilizado e civilizador da política, que marcou um tento ao cassar a hipocrisia.
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Blogueiros entrevistam candidato do PSOL a prefeito de São Paulo
A defesa de Demóstenes se resumiu a ele e a seu advogado. Quase ninguém se levantou por ele. Nenhum dos seus defensores conseguiu contrapor argumento que justificasse os quase cem mil dólares de presentes que recebeu de Carlos Cachoeira ou os serviços que as gravações da PF mostram que prestou ao criminoso.
Na defesa de Demóstenes, ele pediu desculpas pelas acusações que fez aos seus pares enquanto exercia o cargo oficioso de locutor da Veja e do resto de uma mídia que, em suas palavras, o tratou como ele fez que tratasse a outros que, ao contrário de si, nunca foram flagrados nas situações em que foi.
Demóstenes reconheceu “leviandade” nas acusações que fazia. A grande reflexão que disso resulta, assim, é a de que fazia, irresponsavelmente, as acusações que saiam na Veja, na Folha, no Estadão e na Globo E reconheceu que os veículos que repercutia, na hora H, abandonaram-no ferido na estrada.
A lição maior da cassação de Demóstenes, portanto, é a de que ninguém está a salvo de se tornar alvo do furor acusatório e do moralismo. Independentemente de sua culpa evidente, ainda haverá que prová-la materialmente na Justiça. Sua cassação política, porém, veio embasada por provas que não existiram contra seus alvos pretéritos.
A cassação de Demóstenes, enfim, insinua quanto ainda pode haver de obscuro no furor acusatório do qual ele foi a principal expressão. É o desmonte parcial de um esquema hipócrita que se esmerou na acusação sem provas ou mínimas evidências que sobram contra si.
Dificilmente os poderes que construíram e sustentaram Demóstenes conseguirão extrair o significado de sua derrocada, a derrocada da hipocrisia, do moralismo e do açodamento. Todavia, o fenômeno oferece esperança àqueles que almejam pelo funcionamento civilizado e civilizador da política, que marcou um tento ao cassar a hipocrisia.
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