Ou seja: ainda que não tenha o seu partido político, o banco da família Setubal já criou sua própria rede. Coincidência? Pode ser. Mas tudo indica que a aproximação entre o maior grupo financeiro do país e a pré-candidata Marina Silva não era apenas o encontro entre duas idealistas: a ex-seringueira que se tornou política e a herdeira Neca Setúbal, que já financiou alguns projetos na área cultural de resgate da memória e das tradições paulistas. Era também um negócio, com implicações empresariais. Do contrário, por que duas marcas idênticas: uma na política, uma nos negócios?
Sem o partido, Marina se filiou ao PSB e já deixou claro que seu candidato será Eduardo Campos, como fez na entrevista ao programa Roda Viva, nesta segunda-feira. Mas ela não tem perdido oportunidades de aproximar o candidato socialista de seus principais apoiadores, como os empresários Neca Setubal, do Itaú, e Guilherme Leal, da Natura, bem como de seus gurus na área econômica: os economistas Eduardo Giannetti da Fonseca e André Lara Resende.
Marina também tem sido a mais enfática defensora do chamado "tripé macroeconômico", marcado por fortes superávits fiscais, câmbio totalmente flutuante e a busca da inflação no centro da meta – cuja consequência seria uma taxa de juros mais alta, ao agrado de grupos financeiros como o Itaú.
Fora da corrida presidencial, Marina Silva, ao menos, se livrou de um constrangimento: o de ter uma empresa financeira rebatizada com o nome de seu partido político.
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