29 de outubro de 2013 | 08:39
Elaborei o gráfico acima com base em estudos do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, com dados do IBGE, divulgados em matérias de O Globo.
Repare: na década neoliberal, a pobreza extrema (extremíssima, eu diria ) caiu 28%, baixando de 15,5 em cada 100 brasileiros para 11,1 por cem.
Já em nove anos de mudança de modelo (ou até menos, porque o primeiro mandato de Lula ainda foi marcado por certo arrocho) essa queda foi de 74%, daqueles 11,1 por cento para quatro em cada cem brasileiros.
(Como a turma “do contra” anda ruim de matemática, explico que é procedente esta comparação de percentagens: afinal, quando a inflação passa de um para 2%, diz-se que ela dobrou, certo?)
Já a parcela de brasileiros ganhando razoavelmente bem – R$ 10 mil numa família de quatro pessoas – cresceu 48% no primeiro período e 68% no segundo.
Mesmo que a gente considere os limites muito baixos, seja para a pobreza – melhor chamar de míséria, repito – e para a “riqueza”, é um avanço impressionante.
E, ainda mais importante é o que diz o economista Manuel Thedim, que elaborou o estudo:
- É uma tendência, um pouco resultado das políticas que estão fazendo com que a pobreza vá desaparecendo do país. No grupo da pobreza extrema, o Bolsa Família foi fundamental. Porém, o que mais contribuiu para a migração das pessoas da renda baixa-baixa para baixa-média ou baixa-alta foi a melhora do mercado de trabalho.
A diferença entre as duas faixas de renda é abissal – 175 vezes – mas está se reduzindo: entre 2011 e 2012, o grupo dos mais ricos ficou 8,3% maior e sua fatia na renda total cresceu um pouco menos: 5,23%. Já o grupo dos mais pobres encolheu 14% e sua fatia na renda.
O problema é que aos mais bem aquinhoados no país incomoda muito que os pobres avancem, mesmo que um pouquinho. Já pensou se essa turma começar a pensar que é gente, com os mesmo direitos, inclusive a sonhar com igualdade de oportunidades?
Por: Fernando Brito
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