Já se passaram quatro dias da apreensão do helicóptero do filho do Senador José Perrella com quase meia tonelada de cocaína.
Não há, é verdade, nenhuma prova de que o senador e o seu filho deputado estivessem envolvidos no tráfico, embora haja provas abundantes do desvio de finalidade de servidor da Assembléia e combustível pagos pelos cofres públicos mineiros.
Mas é impressionante a “discrição” com que o caso vem sendo tratado, não sei se pelas notórias ligações entre os Perella e o senador Aécio Neves.
Mas é inacreditável o que está sendo publicado.
Não se trafica quase 500 quilos de cocaína “arranjando” por acaso e em cima da hora um transporte aéreo.
A “carga”, afinal, vale mais de R$ 20 milhões.
Depois, o trajeto entre Avaré (SP), Campo de Marte (SP), Divinópolis (MG) e Afonso Cláudio (ES) não tem lógica. Em linha reta há um aeroporto com reabastecimento, em Juiz de Fora, praticamente em linha reta, ou ainda Macaé, com um desvio mínimo.
Está na cara que se desembarcou ou se embarcou algo ou alguém em Divinópolis, que é próximo a Belo Horizonte.
Também é esquisitíssimo que um helicóptero (Robson R66) comcapacidade total de 420 quilos de carga estivesse transportando essa quantidade de droga e mais dois pilotos, a manos que com uma quantidade mínima de combustível, para aliviar o peso.
Será que em nossos jornais, tão adeptos do “jornalismo investigativo” (desconheço que exista um jornalismo não-investigativo, mas vá lá), não há um bom repórter para apurar isso.
Ou não há vontade de saber?
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