Presidente compartilha, em sua página no Facebook, um texto do Partido dos Trabalhadores, que defende a conduta do ministro José Eduardo Cardozo na polêmica do chamado propinoduto dos trens. "Com a ajuda de certa mídia que lhe presta serviços diários, o PSDB tentou estabelecer uma discussão bizantina sobre a competência de o ministro da Justiça cumprir a lei!", diz o texto "Gavetas vazias", que também critica os anos FHC, quando o procurador-geral, Geraldo Brindeiro, era chamado de "engavetador-geral da República"
247 - O texto não é da presidente Dilma Rousseff, mas sim do Partido dos Trabalhadores. No entanto, ao compartilhá-lo em sua página no Facebook, a presidente deu a ele sua chancela. O editorial "Gavetas Vazias" defende a conduta do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no episódio do dossiê sobre o chamado propinoduto tucano, entregue por ele à Polícia Federal.
"O PSDB, simplesmente, pretende transformar em escândalo o fato de o ministro da Justiça ter enviado à Polícia Federal uma carta entregue a ele pelo deputado estadual Simão Pedro (PT), em maio passado. A carta contém denúncias de envolvimento de tucanos com o esquema de cartel no metrô de São Paulo, em diversas administrações tucanas. A partir daí, com a ajuda de certa mídia que lhe presta serviços diários, o PSDB tentou estabelecer uma discussão bizantina sobre a competência de o ministro da Justiça cumprir a lei!", diz o texto.
O mesmo editorial condena ainda os anos FHC, em que o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, era chamado de "engavetador-geral da República". Leia abaixo:
GAVETAS VAZIAS
No Brasil, entre os anos de 1995 e 2002, o tucano Fernando Henrique Cardoso lançou uma poderosa sombra sobre a verdade pública, tanto e de tal forma, que o operador dessa lamentável ação de governo tinha o oportuno apelido de “Engavetador Geral da República”. Tratava-se, lamentavelmente, de uma referência a Geraldo Brindeiro, procurador-geral nomeado e renomeado por FHC ao longo desse período para agir como se num mundo bizarro vivesse.
Responsável pela fiscalização da aplicação das leis e por zelar pelos interesses dos cidadãos, Brindeiro dedicava-se ao triste mister de esconder as muitas denúncias surgidas contra o consórcio neoliberal que governava – e quase faliu – o País de então.
Não por outra razão, foi preciso que, a partir do primeiro governo do PT, em 2003, fosse injetado no Ministério Público Federal largas doses de republicanismo a fim de reverter a imagem degenerada herdada das gestões tucanas anteriores.
Feito isso, o Brasil passou a conviver com a dinâmica das investigações, a transparências dos atos, a independência das instituições em relação ao governo central. O Ministério Público passou a ter relevância e a Polícia Federal, antes uma milícia paroquial partidária, passou a ter protagonismo como polícia judiciária que é.
Ou seja, houve um tempo que o maior escândalo de corrupção do Brasil não era a corrupção em si, mas o sistema oficial que fora montado para escondê-la. Foi assim com as compras de votos para a reeleição de FHC, em 1998. Foi assim com a privataria que vendeu incontáveis bens da União e do povo brasileiro a preço de banana.
Somente em um País onde a mídia acostumou-se a atuar à margem da realidade se pode, portanto, conceber o tratamento inverso e disfuncional que o noticiário tem dado aos atos e declarações do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no que diz respeito ao caso do “Trensalão Tucano”, em São Paulo.
O PSDB, simplesmente, pretende transformar em escândalo o fato de o ministro da Justiça ter enviado à Polícia Federal uma carta entregue a ele pelo deputado estadual Simão Pedro (PT), em maio passado. A carta contém denúncias de envolvimento de tucanos com o esquema de cartel no metrô de São Paulo, em diversas administrações tucanas.
A partir daí, com a ajuda de certa mídia que lhe presta serviços diários, o PSDB tentou estabelecer uma discussão bizantina sobre a competência de o ministro da Justiça cumprir a lei!
A primeira manifestação do ministro sobre o caso foi mortal para a alma tucana: “A época de engavetador-geral acabou”.
Hoje, em coletiva à imprensa, arrematou: “É curioso. Aquele que pede investigação, na lógica deles (dos tucanos), tem que se defender. É a investigação do mensageiro independentemente da mensagem. O ministro da Justiça é mensageiro da ocorrência de eventuais crimes. É um vil pretexto para criar uma cortina de fumaça”.
O Brasil precisa saber como funcionou o propinoduto de duas décadas de governos do PSDB em São Paulo.
Eles podem contar como essa triste mídia que, em tempos recentes, tentou transformar uma bolinha de papel em ataque terrorista.
O resultado vai ser o mesmo: um vexame histórico.
No Brasil, entre os anos de 1995 e 2002, o tucano Fernando Henrique Cardoso lançou uma poderosa sombra sobre a verdade pública, tanto e de tal forma, que o operador dessa lamentável ação de governo tinha o oportuno apelido de “Engavetador Geral da República”. Tratava-se, lamentavelmente, de uma referência a Geraldo Brindeiro, procurador-geral nomeado e renomeado por FHC ao longo desse período para agir como se num mundo bizarro vivesse.
Responsável pela fiscalização da aplicação das leis e por zelar pelos interesses dos cidadãos, Brindeiro dedicava-se ao triste mister de esconder as muitas denúncias surgidas contra o consórcio neoliberal que governava – e quase faliu – o País de então.
Não por outra razão, foi preciso que, a partir do primeiro governo do PT, em 2003, fosse injetado no Ministério Público Federal largas doses de republicanismo a fim de reverter a imagem degenerada herdada das gestões tucanas anteriores.
Feito isso, o Brasil passou a conviver com a dinâmica das investigações, a transparências dos atos, a independência das instituições em relação ao governo central. O Ministério Público passou a ter relevância e a Polícia Federal, antes uma milícia paroquial partidária, passou a ter protagonismo como polícia judiciária que é.
Ou seja, houve um tempo que o maior escândalo de corrupção do Brasil não era a corrupção em si, mas o sistema oficial que fora montado para escondê-la. Foi assim com as compras de votos para a reeleição de FHC, em 1998. Foi assim com a privataria que vendeu incontáveis bens da União e do povo brasileiro a preço de banana.
Somente em um País onde a mídia acostumou-se a atuar à margem da realidade se pode, portanto, conceber o tratamento inverso e disfuncional que o noticiário tem dado aos atos e declarações do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no que diz respeito ao caso do “Trensalão Tucano”, em São Paulo.
O PSDB, simplesmente, pretende transformar em escândalo o fato de o ministro da Justiça ter enviado à Polícia Federal uma carta entregue a ele pelo deputado estadual Simão Pedro (PT), em maio passado. A carta contém denúncias de envolvimento de tucanos com o esquema de cartel no metrô de São Paulo, em diversas administrações tucanas.
A partir daí, com a ajuda de certa mídia que lhe presta serviços diários, o PSDB tentou estabelecer uma discussão bizantina sobre a competência de o ministro da Justiça cumprir a lei!
A primeira manifestação do ministro sobre o caso foi mortal para a alma tucana: “A época de engavetador-geral acabou”.
Hoje, em coletiva à imprensa, arrematou: “É curioso. Aquele que pede investigação, na lógica deles (dos tucanos), tem que se defender. É a investigação do mensageiro independentemente da mensagem. O ministro da Justiça é mensageiro da ocorrência de eventuais crimes. É um vil pretexto para criar uma cortina de fumaça”.
O Brasil precisa saber como funcionou o propinoduto de duas décadas de governos do PSDB em São Paulo.
Eles podem contar como essa triste mídia que, em tempos recentes, tentou transformar uma bolinha de papel em ataque terrorista.
O resultado vai ser o mesmo: um vexame histórico.
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