247 - "Improcedente". É assim que o documento produzido pela coordenadoria de sindicância do Presídio da Papuda definiu a denúncia feita pelo jornal Folha de S. Paulo de que o ex-ministro José Dirceu, condenado na Ação Penal 470, um dos internos da penitenciária, teria utilizado um celular nas dependências da unidade, o que não é permitido pela lei. Caso desencadeou a suspensão do pedido de trabalho do petista. Com a conclusão de que informação não procede, Justiça irá permitir que ele trabalhe? Dos condenados na AP 470 a regime semiaberto, apenas Dirceu continua sem poder trabalhar.
Até esta sexta-feira (31), o ministro Ricardo Lewandowski deverá dar parecer favorável ao prosseguimento do pedido de trabalho de Dirceu no escritório de advocacia de José Gerardo Grossi, com salário de R$ 2,1 mil por mês. A defesa do ex-ministro recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira (27), por causa da decisão da Vara de Execuções Penais (sob o comando do juiz Bruno Ribeiro) do Distrito Federal, que suspendeu, por 30 dias, a análise do pedido de Dirceu para trabalhar fora da prisão, até que terminasse a investigação interna sobre denúncias de uso do celular dentro do Presídio da Papuda.
Segundo reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, no dia 17 de janeiro, Dirceu conversou por celular com o secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correia. De acordo com o texto, a conversa foi possível com a ajuda de uma pessoa que visitou Dirceu. Na ocasião, a defesa do ex-ministro negou que a conversa tenha ocorrido e a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal abriu processo administrativo para investigar o caso.
Segundo a sindicância do presídio, todos que visitam Dirceu "são separados por um vidro". São encontros "sem contato físico", anota o documento, que ressalta que o ex-ministro passa por revistas "com inspeção corporal, antes e depois" de cada visita. Assim como sua cela, onde do mesmo modo não foi encontrado qualquer celular. Denúncia será arquivada.
Dos condenados na AP 470 a regime semiaberto, todos que fizeram pedido já estão trabalhando. É o caso, por exemplo, do ex-deputado Bispo Rodrigues, que teve seu pedido de trabalho autorizado ontem. Antes dele, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, também já havia começado a trabalhar durante o dia na Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Brasília. O ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas e os ex-deputados Pedro Henry (PP-MT) e Romeu Queiroz (PTB-MG) também já estão trabalhando.
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