Brasil
aos cacos? Trabalhadores com 11 anos ou mais de escolaridade já
representam 52% da população ocupada do país; há dez anos eram 35%
Congresso aprova Plano Nacional de Educação que prevê 10% do PIB ao setor
População
ocupada salta de 89,4 milhões no 1º trimestre de 2013 para 91,2 milhões
agora; desemprego recuou de 8% para 7,1% no período (IBGE)
Pesquisa
da americana Pew revela: a) 67% dos brasileiros estão insatisfeitos; b)
mas 51% enxergam em Dilma alguém capaz de agir sobre esse quadro; b)
53% negam esse predicado a Aécio Neves; c) Fernando Henrique Cardoso é
uma referência negativa para 67% da população; d) a imagem de Lula é
positiva para 66%
O
balanço da OIT divulgado nesta terça-feira sobre o saldo dos seis anos
de arrocho neoliberal nos países da União Europeia é devastador.
A máscara sorridente de Aécio
Neves, de um sorriso fixo excessivamente fixo, é tão humana e
confiável quanto a fala aerada de quem sabe de antemão que não precisará
oferecer nada além dos dentes às grandes audiências.
As bocas autorizadas a argui-lo não cobrarão muito mais que isso da sua. E esse é uma espécie de protocolo consuetudinário que marca religiosamente a relação da mídia com seus candidatos in pectore a cada eleição.
Graças a esse mutualismo, o tucano pode exibir olimpicamente seu branqueamento sobre o relevo igualmente de brancas superposições que compõe o cenário do programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, no qual foi o entrevistado desta 2ª feira.
A harmonia monocromática só foi atritada quando o dono do sorriso fixo acabou convidado a comentar sua propalada intimidade com a cocaína, tema que fez o mediador e centurião das boas causas tucanas ,Augusto Nunes, aspirar fundo e elevar o tom de voz para mudar de assunto.
Até aí, porém, ficamos no branco sobre branco.
A verdade é que interessa menos ao país saber o que Aécio aspira ou deixa de aspirar pelas narinas, do que a substancia tóxica que os interesses nele personificados aspiram despejar sobre a sociedade na forma de uma restauração agressiva da lógica neoliberal na economia.
Que não tenha havido no programa da TV Cultura um questionamento desse projeto com igual ou superior contundência dispensada ao tema da cocaína, diz muito sobre a pertinência do que é reservado hoje pelo filtro da comunicação ao discernimento da sociedade em relação aos grandes desafios brasileiros.
É sintomático que nenhum dos destacados jornalistas presentes tenha se lembrado de ler para Aécio o relato de um sugestivo episódio protagonizado por ele na casa do animador de eventos do ‘Cansei’, João Dória Jr, em 01-04 (conforme Mônica Bergamo; Folha).
A cena é ilustrativa da endogamia estrutural entre o dinheiro grosso e a candidatura do PSDB.
Conforme o relato da Folha, a cena é narrada pelo próprio Aécio que se gaba diante dos comensais ao reproduzir um diálogo travado com um de seus fiadores junto ao mercado : ‘Eu conversava com o Armínio e ele me perguntou: ‘Mas é para fazer tudo o que precisa ser feito? No primeiro ano?’. E eu disse: ‘Se der, no primeiro dia’.
O fato é que a candidatura Aécio Neves, de todas as oferecidas pelo PSDB desde 2002, é a mais assumidamente letal do ponto de vista de um retorno puro e simples ao arrocho que ele reiteradamente abraça nos encontros de portas fechadas com a plutocracia brasileira.
Nos demais colóquios, como no caso do Roda Viva, desfruta da cordura de entrevistadores que se contentam com pouco.
A esse pelotão camarada Aécio dá-se o direito de negar hoje o que afirmara ontem, e de se desdizer amanhã sobre o que cometeu no dia anterior. Sem arguição. Branco sobre branco.
Em 05-05 , por exemplo, ele se gabou que estaria preparado para tomar ‘medidas impopulares’.
No Roda Viva, em 02-06, recuou afirmando que , as “medidas impopulares foram tomadas (pelo atual governo)”.
Crítico do reajuste de 10% no benefício do Bolsa Família, anunciado pela Presidenta Dilma na véspera do 1º de Maio, o tucano, dia 02-05, ‘não quis assumir o compromisso de aumentar os repasses (ao programa), caso seja eleito’ -- noticiou a Folha de SP então.
Vinte e seis dias depois, na última 3ª feira, fez aprovar na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, uma medida que exclui limites de renda e tempo para a permanência de famílias pobres no programa, elevando intrinsicamente os repasses.
Haveria outras formas de se cobrar do sorriso fixo um grau maior de serenidade e coerência na abordagem dos graves problemas nacionais.
Seria necessário que o noticioso isento das corporações em pé de guerra contra a regulação da mídia –e o colunismo da indignação seletiva-- facultasse ao eleitor brasileiro, por exemplo, uma conexão crítica entre os planos do candidato conservador para o Brasil e a realidade devastadora criada por esse mesmo projeto na Europa nos dias que correm.
O balanço da OIT divulgado nesta 3ª feira sobre o saldo dos seis anos de arrocho nos países das UE mostra o quanto seria mais corajoso questioná-lo sobre esses escombros, do que sobre o pó eventualmente aspirado por suas polêmicas narinas.
Leia, abaixo, trechos publicados pela mídia do Relatório "A Proteção Social no Mundo":
“Em 2012, 123 milhões de pessoas nos 27 Estados-Membros da União Europeia, ou 24% da população, estavam em risco de pobreza ou exclusão social e cerca de mais 800 mil crianças viviam na pobreza do que em 2008.
O aumento da pobreza e da desigualdade resultou não apenas da recessão global, mas também de decisões políticas específicas de redução das transferências sociais e de limitação do acesso a serviços públicos de qualidade, que se somam ao desemprego persistente, salários baixos e impostos mais altos.
Em alguns países europeus, os tribunais declararam os cortes inconstitucionais.
O custo do ajustamento foi transferido para as populações, já confrontadas com menos empregos e rendimentos mais baixos há mais de cinco anos.
Os ganhos do modelo social europeu, que reduziu significativamente a pobreza e promoveu a prosperidade no pós-2ª Guerra Mundial foram erodidos por reformas de ajustamento de curto prazo.
As medidas de contenção orçamentária não se limitaram à Europa. Em 2014, nada menos que 122 governos reduziram a despesa pública, 82 deles de países em desenvolvimento.
Entre essas medidas, tomadas depois da crise financeira e econômica de 2008, incluem-se: reformas dos regimes de aposentadoria, dos sistemas de saúde e de segurança social, supressão de subsídios, reduções de efetivos nos sistemas sociais e de saúde.
Mais de 70% da população mundial não tem uma cobertura adequada de proteção social, definida como um sistema de proteção social ao longo da vida que inclua o direito a prestações familiares e para menores, seguro contra desemprego, em caso de maternidade, doença ou invalidez, aposentadoria e seguro saúde.
39% da população mundial não têm acesso a um sistema de cuidados de saúde, porcentagem que sobe para 90% nos países pobres.
Faltam cerca de 10,3 milhões de profissionais de saúde no mundo para garantir um serviço de qualidade a todos os que necessitam.
49% das pessoas que atingiram a idade para se aposentar não recebem qualquer pensão. Dos 51% que recebem, todavia, muitos têm pensões muito baixas e vivem abaixo do limite de pobreza.
Só 12% dos desempregados de todo o mundo recebem seguro desemprego, porcentagem que varia entre 64%, na Europa, e menos de 3% no Oriente Médio e na África".
As bocas autorizadas a argui-lo não cobrarão muito mais que isso da sua. E esse é uma espécie de protocolo consuetudinário que marca religiosamente a relação da mídia com seus candidatos in pectore a cada eleição.
Graças a esse mutualismo, o tucano pode exibir olimpicamente seu branqueamento sobre o relevo igualmente de brancas superposições que compõe o cenário do programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, no qual foi o entrevistado desta 2ª feira.
A harmonia monocromática só foi atritada quando o dono do sorriso fixo acabou convidado a comentar sua propalada intimidade com a cocaína, tema que fez o mediador e centurião das boas causas tucanas ,Augusto Nunes, aspirar fundo e elevar o tom de voz para mudar de assunto.
Até aí, porém, ficamos no branco sobre branco.
A verdade é que interessa menos ao país saber o que Aécio aspira ou deixa de aspirar pelas narinas, do que a substancia tóxica que os interesses nele personificados aspiram despejar sobre a sociedade na forma de uma restauração agressiva da lógica neoliberal na economia.
Que não tenha havido no programa da TV Cultura um questionamento desse projeto com igual ou superior contundência dispensada ao tema da cocaína, diz muito sobre a pertinência do que é reservado hoje pelo filtro da comunicação ao discernimento da sociedade em relação aos grandes desafios brasileiros.
É sintomático que nenhum dos destacados jornalistas presentes tenha se lembrado de ler para Aécio o relato de um sugestivo episódio protagonizado por ele na casa do animador de eventos do ‘Cansei’, João Dória Jr, em 01-04 (conforme Mônica Bergamo; Folha).
A cena é ilustrativa da endogamia estrutural entre o dinheiro grosso e a candidatura do PSDB.
Conforme o relato da Folha, a cena é narrada pelo próprio Aécio que se gaba diante dos comensais ao reproduzir um diálogo travado com um de seus fiadores junto ao mercado : ‘Eu conversava com o Armínio e ele me perguntou: ‘Mas é para fazer tudo o que precisa ser feito? No primeiro ano?’. E eu disse: ‘Se der, no primeiro dia’.
O fato é que a candidatura Aécio Neves, de todas as oferecidas pelo PSDB desde 2002, é a mais assumidamente letal do ponto de vista de um retorno puro e simples ao arrocho que ele reiteradamente abraça nos encontros de portas fechadas com a plutocracia brasileira.
Nos demais colóquios, como no caso do Roda Viva, desfruta da cordura de entrevistadores que se contentam com pouco.
A esse pelotão camarada Aécio dá-se o direito de negar hoje o que afirmara ontem, e de se desdizer amanhã sobre o que cometeu no dia anterior. Sem arguição. Branco sobre branco.
Em 05-05 , por exemplo, ele se gabou que estaria preparado para tomar ‘medidas impopulares’.
No Roda Viva, em 02-06, recuou afirmando que , as “medidas impopulares foram tomadas (pelo atual governo)”.
Crítico do reajuste de 10% no benefício do Bolsa Família, anunciado pela Presidenta Dilma na véspera do 1º de Maio, o tucano, dia 02-05, ‘não quis assumir o compromisso de aumentar os repasses (ao programa), caso seja eleito’ -- noticiou a Folha de SP então.
Vinte e seis dias depois, na última 3ª feira, fez aprovar na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, uma medida que exclui limites de renda e tempo para a permanência de famílias pobres no programa, elevando intrinsicamente os repasses.
Haveria outras formas de se cobrar do sorriso fixo um grau maior de serenidade e coerência na abordagem dos graves problemas nacionais.
Seria necessário que o noticioso isento das corporações em pé de guerra contra a regulação da mídia –e o colunismo da indignação seletiva-- facultasse ao eleitor brasileiro, por exemplo, uma conexão crítica entre os planos do candidato conservador para o Brasil e a realidade devastadora criada por esse mesmo projeto na Europa nos dias que correm.
O balanço da OIT divulgado nesta 3ª feira sobre o saldo dos seis anos de arrocho nos países das UE mostra o quanto seria mais corajoso questioná-lo sobre esses escombros, do que sobre o pó eventualmente aspirado por suas polêmicas narinas.
Leia, abaixo, trechos publicados pela mídia do Relatório "A Proteção Social no Mundo":
“Em 2012, 123 milhões de pessoas nos 27 Estados-Membros da União Europeia, ou 24% da população, estavam em risco de pobreza ou exclusão social e cerca de mais 800 mil crianças viviam na pobreza do que em 2008.
O aumento da pobreza e da desigualdade resultou não apenas da recessão global, mas também de decisões políticas específicas de redução das transferências sociais e de limitação do acesso a serviços públicos de qualidade, que se somam ao desemprego persistente, salários baixos e impostos mais altos.
Em alguns países europeus, os tribunais declararam os cortes inconstitucionais.
O custo do ajustamento foi transferido para as populações, já confrontadas com menos empregos e rendimentos mais baixos há mais de cinco anos.
Os ganhos do modelo social europeu, que reduziu significativamente a pobreza e promoveu a prosperidade no pós-2ª Guerra Mundial foram erodidos por reformas de ajustamento de curto prazo.
As medidas de contenção orçamentária não se limitaram à Europa. Em 2014, nada menos que 122 governos reduziram a despesa pública, 82 deles de países em desenvolvimento.
Entre essas medidas, tomadas depois da crise financeira e econômica de 2008, incluem-se: reformas dos regimes de aposentadoria, dos sistemas de saúde e de segurança social, supressão de subsídios, reduções de efetivos nos sistemas sociais e de saúde.
Mais de 70% da população mundial não tem uma cobertura adequada de proteção social, definida como um sistema de proteção social ao longo da vida que inclua o direito a prestações familiares e para menores, seguro contra desemprego, em caso de maternidade, doença ou invalidez, aposentadoria e seguro saúde.
39% da população mundial não têm acesso a um sistema de cuidados de saúde, porcentagem que sobe para 90% nos países pobres.
Faltam cerca de 10,3 milhões de profissionais de saúde no mundo para garantir um serviço de qualidade a todos os que necessitam.
49% das pessoas que atingiram a idade para se aposentar não recebem qualquer pensão. Dos 51% que recebem, todavia, muitos têm pensões muito baixas e vivem abaixo do limite de pobreza.
Só 12% dos desempregados de todo o mundo recebem seguro desemprego, porcentagem que varia entre 64%, na Europa, e menos de 3% no Oriente Médio e na África".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
comentários sujeitos a moderação.