No dia 7 de agosto, reportagem do jornal Folha de São Paulo divulgou que o banco Santander teria demitido quatro funcionários envolvidos na inclusão de um ataque político à presidente Dilma Rousseff nos extratos de conta corrente que a instituição envia pelo correio aos seus clientes “VIPs”, de alta renda.
Abaixo, a matéria e, em seguida, reprodução da nota enviada aos clientes endinheirados do banco.
No mesmo dia em que a Folha anunciou as demissões, este Blog divulgou que a funcionária mais graduada entre os quatro funcionários supostamente demitidos fazia apologia da candidatura de Aécio Neves em seu perfil no Facebook.
Como revela a matéria da Folha, a funcionária mais graduada é Sinara Polycarpo Figueiredo, superintendente de investimentos da área “Select”, voltada para clientes com renda acima de 10 mil reais por mês.
Ao fim do post do dia 7, este Blog comentou que haveria indícios de que a demissão da tal “superintendente” teria sido forjada pelo Santander. Abaixo, o trecho da matéria.
“(…) Sinara, nem de longe
demonstra estar contrariada com a demissão. Muito pelo contrário, parece
muito segura. Inclusive, afirma que irá viajar “até o dia 25”. Pelas
fotos em seu perfil no Facebook, parece gostar da Europa (…)”
Ao longo dos últimos dias, o Blog investigou os indícios de que as
demissões anunciadas pelo Santander teriam sido simuladas. A
desconfiança era a de que a mensagem política aos clientes endinheirados
não fora produto de um desatino de alguns poucos funcionários.A investigação empreendida pelo Blog chegou ao fim na última sexta-feira após uma informação surpreendente: ao menos Sinara, a funcionária mais graduada que teria sido demitida, continua trabalhando no Santander. Ao menos oficialmente.
O que há de surpreendente nessa informação não é a confirmação da suspeita do Blog, mas o fato de que qualquer funcionário do Santander pode confirmar o que está sendo dito aqui, pois a tela do sistema do banco que dá acesso ao catálogo de endereços de e-mail dos funcionários mostra que Sinara ainda trabalha lá.
Veja, abaixo, as impressões das telas do sistema do Santander que confirmam que Sinara Polycarpo Figueiredo ainda é funcionária do banco, pois, segundo as fontes do Blog naquela instituição, quando um funcionário é demitido, em poucas horas seu nome e demais dados são apagados do cadastro de funcionários, que pode ser consultado por qualquer um que lá trabalhe.
Outra tela do cadastro de funcionários do Santander, aliás, mostra endereço de email de Sinara que sugere que ela pode simplesmente ter sido “remanejada”, ou seja, transferida para outra área, pois o endereço de e-mail que ali figura é sinara.polycarpo@servexternos.gruposantander.com (note bem, leitor: serviços externos).
Outra tela do sistema do Santander mostra que a empresa do grupo em que Sinara trabalha é o mesmo Santander.
Por fim, a prova final de que não é verdade que o Santander demitiu ao menos uma das funcionárias que afirma ter demitido por ter feito um ataque político dissimulado em informe a clientes de uma instituição que funciona sob concessão pública, o que sugere que pode ter sido cometido, aí, um crime eleitoral que, em tese, colocaria em xeque a concessão do Banco
A tela que o leitor verá abaixo é do cadastro de funcionários. Foi impressa na última sexta-feira (15/8) e mostra que Sinara figura no sistema do Santander como funcionária “ativa”
As perguntas que surgem, são as seguintes:
1 – Por que o Santander anunciou demissões que o caso de Sinara insinua que não ocorreram?
2 – Se o Santander anunciou demissões que não fez, isso não sugere que o ataque a Dilma Rousseff nos extratos do banco foram decididos por ele?
3 – Teria havido algum tipo de “recompensa” aos funcionários para coonestarem a farsa de seu empregador?
Com a palavra, a Justiça Eleitoral.
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