A entrevista coletiva convocada hoje por Aécio Neves para dizer que não, não ia renunciar à sua candidatura é, paradoxalmente, sinal de que a direita renunciou à candidatura dele, Aécio.
Aécio, na verdade, nunca encantou o conservadorismo.
Não porque não fosse conservador, politicamente, ou que fosse contrariar seus interesses.
Mas porque era e é um saco vazio, incapaz de se por de pé mesmo com o apoio da mídia de que gozou todo este tempo.
Nada separou dele, mesmo diante da classe média, a imagem de um artigo de segunda, um “filhinho de papai”, candidato apenas porque o tucanato real – e paulista – não tinha outro nome a apresentar.
Agora, sim, a direita tem uma candidata.
Marina embarcou, de vez, no papel de exótica domesticada, capaz de ronronar à Corte.
E, rugir contra os que, um dia,foram seus.
Há algo no traidor que o torna farisaico.
É aquela afetação que o impede de dizer: “mudei”. São os outros, o mundo, todos que mudaram.
Os que eram bons, fizeram-se maus; os maus fizeram-se bons.
E seu ego, o centro do Universo, manteve-se estático, sólido, central.
Marina tem a trajetória parada no tempo, dos tempos em que fazia o “empate”, aquele movimento seringalista que impedia o avanço das máquinas sobre a floresta.
Seu “empate”, agora, porém, é de outra ordem.
Serve apenas para impedir o avanço do país, do crescimento econômico e da distribuição de renda.
Não quer petróleo, energia elétrica, estradas, ferrovias.
Não quer Governo, quer ONGs.
Não é candidata a presidente, é candidata a impedir a continuidade de um projeto nacional-popular.
O “empate” de Marina é a derrota do Brasil.
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