Diante da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio, militantes do PT e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) enfrentaram aproximadamente 15 pessoas que, munidas de panelas, foram lá gritar palavras de ordem como “fora PT” e pedir impeachment de Dilma Rousseff. Os dois grupos entraram em choque várias vezes, trocando socos e pontapés.
Pouco depois das 18 horas chegou a polícia, mas as brigas não pararam. O grupo provocador, protegido pela polícia – que alegou que o protegia porque estava em menor número -, recusava-se a deixar o local e novos choques ocorreram sem que os policiais conseguissem impedir.
Depois dos dois confrontos físicos entre o grupo contrário ao PT e os petistas, os que defendem o impeachment de Dilma se dispersaram. Representes dos sindicatos que organizam o ato pediam aos seus militantes que não respondessem às provocações. No entanto, por duas vezes pessoas que passaram pela calçada e gritaram insultos e receberam revide.
No auditório em que aconteceu o ato, o tom dos discursos foi subindo até chegar ao do presidente da CUT, Wagner Freitas, que repetiu, diversas vezes, que chegou a hora de os trabalhadores irem à rua em defesa não só da Petrobrás, mas do “projeto vencedor das eleições”, ou seja, do governo Dilma.
Presente ao ato, vale registrar, também esteve representante de um movimento que, a exemplo da CUT, também tem forte capacidade de mobilização popular: João Pedro Stédile, do MST.
Tratou-se de um divisor de águas. A disposição dos trabalhadores e movimentos sociais de irem a rua ocorre em um momento em que grupos contrários e violentos convocam manifestações como a que foi fustigar o ato em defesa da Petrobrás.
A disposição manifestada por expoentes do PSDB, por setores da mídia e por grupos de militantes de origem obscura de também irem à rua pedir o impeachment da presidente da República fatalmente se encontrará outras vezes com sindicalistas e militantes do PT e de movimentos sociais que decidiram não ficar mais assistindo quem pensa como eles ser agredido por usar uma camiseta vermelha.
Se me perguntarem se isso é bom para o Brasil, direi que não. A violência, o enfrentamento, não produzirá nada além de possíveis tragédias que podem decorrer de situações como essa, em que um dos lados se dispõe a provocar.
Todavia, o que a direita está fazendo é inaceitável. No dia anterior ao ato da Petrobrás, o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi hostilizado por ricaços no elegante hospital Albert Einstein. Nas ruas, qualquer um que vista vermelho pode ser hostilizado e até agredido fisicamente.
Nesse contexto, fico com a frase com a qual Lula encerrou o evento em defesa da Petrobrás:
“A gente quer paz e democracia, mas, se eles não querem, nós sabemos brigar também”
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