Merval Pereira, ministro autonomeado do Supremo Tribunal Federal e chefe honoris causa da Força Tarefa do Ministério Público, disse hoje na CBN que os procuradores “não devem aceitar” a delação premiada de Marcelo Odebrecht.
A razão é que ela conteria uma “versão adocicada”sobre a relação da empresa com o ex-presidente Lula.
Porque, mesmo desesperado após um ano de prisão e 19 outros de condenação, Odebrecht não tem ato de corrupção a relatar dele.
Diria que fez favores ao ex-presidente, como em obras no sítio de Atibaia, mas sem que isso se vinculasse a qualquer contrapartida.
Lula, aliás, nem mais presidente era.
Admitiria que o ex-presidente também ajudou, com seu prestigio pelo mundo, a empresa a candidatar-se obras em outros países, mas sem contrapartida por isso.
Então, diz Merval, a delação – que fala em propinas para uma multidão de políticos, não valeria.
Não presta porque não atribui crime a Lula.
E é só isso que interessa.
Tem de arranjar um crime para o Lula, senão não tem negócio com redução de pena.
É claro que isso é uma coação, só que não para o MP, para Sérgio Moro e para a mídia.
E, claro, não para Merval.
Já nem se preocupam em disfarçar que as delações são premiadas de acordo com o “prêmio” que oferecerem aos que só pensam “naquilo”: a condenação de Lula.
É o grande prêmio.
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