Depois da desmoralização do Datafolha e da divulgação de
levantamentos de opinião pública, como o do Paraná Pesquisa, que revelam
que 62% dos brasileiros querem novas eleições, o jornal Estado de S.
Paulo ultrapassou todos os limites do golpismo, no editorial "A maioria
também se equivoca"; segundo o jornal comandado por Francisco Mesquita,
Temer não conquistou a confiança da população, mas mesmo assim deve
continuar – talvez porque seja este o desejo da família Mesquita; ou
seja: que seja feita a vontade da minoria.
247 – Depois
da desmoralização do Datafolha e da divulgação de levantamentos de
opinião pública, como o do Paraná Pesquisa, que revelam que 62% dos
brasileiros querem novas eleições, o jornal Estado de S. Paulo
ultrapassou todos os limites do golpismo, no editorial "A maioria também
se equivoca."
Segundo o jornal
comandado por Francisco Mesquita, Temer não conquistou a confiança da
população, mas mesmo assim deve continuar – talvez porque seja este o
desejo da família Mesquita. Confira abaixo:
A maioria também se equivoca
De fato, a defesa de
eleições presidenciais diretas antecipadas pode servir ao lulopetismo.
Ela se confunde também com o sentimento de vingança, o “fora, Temer”.
Sonham com essas eleições, ainda, pessoas de boa-fé, porém
desinformadas; insatisfeitas com a situação, mas ignorantes dos
pré-requisitos necessários à convocação dessa eleição.
Houve um momento em que
Dilma Rousseff procurou dar a entender que, se voltasse à Presidência,
ela própria poderia promover um plebiscito que “convocaria” eleições,
para o que ela generosamente renunciaria, deixando vago seu cargo.
Esqueceu de explicar que precisaria convencer Michel Temer a renunciar
também.
A maior dificuldade em
que a eleição esbarra é exatamente a instituição da qual depende sua
convocação: o Congresso Nacional. Nove entre dez senadores ou deputados
preferem nem pensar no assunto neste semestre em que estarão
concentrados nas eleições municipais de outubro, essenciais para a
consolidação de suas bases eleitorais.
Outro “detalhe” de que
muita gente não se dá conta é o de que para que haja eleições
presidenciais diretas é necessário que a vacância da Presidência e da
Vice-Presidência ocorra até o último dia deste ano, porque a partir do
início da segunda metade do mandato presidencial a eleição passa a ser
indireta, pelo Congresso, de acordo com a Constituição. A pouco mais de
cinco meses desse prazo fatal, e com uma eleição municipal já agendada
para o meio do caminho, é difícil imaginar um calendário em que se
encaixe tanto a tramitação da convocação do pleito presidencial no
Congresso quanto o tempo mínimo necessário para a preparação e a
realização da campanha eleitoral.
O principal argumento
contra a ideia das “diretas já”, no entanto, é o de que ela implicaria
manter o País paralisado por no mínimo meio ano, com a deterioração da
crise econômica, que está a exigir providências urgentes e eficazes para
garantir que os primeiros tímidos sinais de recuperação ganhem fôlego a
partir da estabilização política que provavelmente ocorrerá a partir de
setembro, após a aprovação do impeachment de Dilma pelo Senado.
O mais sensato, portanto,
é a solução constitucional já em curso: o governo provisório de Michel
Temer em breve transformado em governo de pleno direito. A competente
equipe econômica sob o comando do ministro Henrique Meirelles já está
dando mostras de que pode levar a bom termo a missão de recolocar a
economia nos trilhos, a partir do saneamento das contas públicas. Na
área política, a habilidade e o bom senso do presidente em exercício já
lograram pacificar as relações entre o Executivo e o Legislativo, a
partir da eleição do novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
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