Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Donos do poder exibem o ódio de classe

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O Conversa Afiada reproduz o artigo inicial de Mauricio Dias, maestro da Rosa dos Ventos, na Carta Capital.

A última esperança

Medido pelo comportamento da mídia, autointitulada porta-voz da sociedade, mesmo assim é inacreditável o silêncio dos autointitulados democratas diante do golpe dissimulado de impeachment. Sem crime ao rasgar a Constituição.

A presidenta eleita e afastada parece confiar no seu retorno ao Palácio do Planalto. Apesar da sua esperança, ou convicção, do outro lado manifesta-se a força do engodo. Se o golpe for consumado, terá inevitáveis consequências, e mesmo conflitos perigosos.

O risco é percebido por Dilma. Em entrevista ao jornal mexicano La Jornada, publicada no domingo 24, a presidenta afastada mostrou preocupação com o desenrolar da história: “Esses processos golpistas podem trazer consequências imprevisíveis”.

Segundo ela, “não se pode sustentar indefinidamente a ocultação da realidade e a realidade é o golpe (...) processos típicos golpistas querem silenciar os protestos, os governos que não têm votos são intolerantes. Os líderes do golpe querem sempre o silêncio”.

Há um discurso predominante. Nasce da reação conservadora longe do poder por 13 anos e vinga nas reportagens, análises editoriais, colunas de jornais, rádios, televisões e nas semanais alinhadas.

Mais de 50 anos separam um golpe do outro. Hoje há, e não havia em 64, uma diversificação tão pronunciada entre os agrupamentos sociais. Além disso, ontem havia e hoje não há a ação direta dos militares.

Uma repulsa ao golpe existe, traduzida no lema “Fora Temer”. Trata-se, potencialmente, de uma fonte de fermentação, bem como outra, capaz de atingir cruelmente a população mais pobre.

É o resultado de um compromisso, sem-vergonha e sem virtude, assumido pelo presidente interino. Nesse sentido, há proposições e decisões já em curso no governo Temer.

Existe a promessa de fazer, a ferro e fogo, a reforma da Previdência e da Consolidação das Leis do Trabalho. Obviamente, não serão favoráveis aos beneficiários de hoje. Com o mesmo propósito, há de se criar um teto financeiro para os programas de Saúde e Educação.

Pretendem mandar para o espaço o programa Ciência sem Fronteiras. Registre-se ainda o esboço da intenção de dar um fim às universidades públicas.

Estamos diante do desmanche radical dos programas dos governos petistas, Lula e Dilma, alcançando ainda as políticas populares de Getúlio Vargas. 
 
Fica-se com a impressão de que os tradicionais donos do poder extravasam todo o seu ódio de classe.
 

 
Nesse domingo 31 de julho, na Avenida Paulista (sugestão do amigo navegante Pedro Vieira)


Nota Opedeuta:

Ao ver a imagem acima, creio de um senhor já sexagenário ou mais, fico com uma sensação muito ruim como se fosse um  pesadelo ou filme de péssima qualidade  reprisado muitas vezes. Lembro-me em algumas momentos na vida  já ter  visto e até conversado com alguns destes senhores. Há algo em comum entre todos eles, creio, pelo que notei. A maioria oriundos de uma família classe média ,classe média baixa, católica , conservadora. Não leem muito, a maioria ficam nos jornalões ou tabloides populares, pouco acesso a livros , quando muito de auto ajuda. Sempre com os mesmos discursos e frases quase padronizadas, " Entra governo e saia governo....e nada muda..... bom mesmo era na época de fulano. O fulano a que ele se referia ,  era sempre um politiqueiro de família  tradicional de politiqueiro que defendia justamente os interesses totalmente contrário das classes trabalhadoras. Sindicatos ...um bando de vagabundos. Ou , "Se não fosse a "revolução " de 64...os comunistas teriam tomado tudo......
Dava a impressão que eram produzidos em série com uma programação de discursos uniformes....
Programados para não verem nem saberem das causas mas apenas suportar o efeito ajudando a engordar o pato. Uma característica que me chama sempre a atenção, a mesma mídia , a mesma informação , os mesmos discursos, geração após geração sempre fora criado para passar a diante a mesma ignorância do que lhe ocorre sem questionar uma vez se quer .....as causas. Amestrados a não questionar. Adorar justamente aquele que lhe aperta o laço ao pescoço. Parece que o grande propósito em criar este tipo de ignorância foi atingido, fazendo-o descrer naquilo que para ele é o grande mal, a democracia. Para estes o estado de exceção, é a regra.

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