Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O PT não vai defender Lula?


Blog Eduardo Guimarães - Blog Cidadania
Vai se institucionalizando uma campanha permanente de “desconstrução” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agora que ele não tem mais o palanque presidencial para se contrapor a uma mídia que acredita que pode prestar ao que sobrou da oposição o serviço que, por mais que tentasse, não conseguiu prestar durante os últimos oito anos.
A institucionalização dessa campanha de destruição de imagem do ex-presidente pode ser vista no furioso noticiário, em novelas e até em programas humorísticos. Insultos, desqualificações, acusações, ridicularizações invadiram tevês, rádios, jornais, internet.
Como sempre, a oposição fica quietinha, deixando à mídia a missão de desmoralizar o ex-presidente que ambas acreditam que tentará voltar ao poder em 2014 ou em 2018, preocupação da direita que lhe insinua certa patologia psicológica por tentar desconstruir hoje um político que, como qualquer um de nós, pode nem estar vivo daqui a 4 ou a 8 anos.
Todavia, não falta consciência dos fatos à direita.  Muito pelo contrário: ela sabe muito bem o que está tentando. A destruição do mito Lula é imperativa, para que o povo deixe de acreditar que a política pode lhe mudar a vida “rapidamente” – em termos históricos, oito anos são um piscar de olhos.
A desigualdade brasileira foi construída sobre a premissa do topo da pirâmide social de que seria impossível redistribuir renda rapidamente. O processo demoraria décadas e se daria através do maior enriquecimento dos já muito ricos, de forma que as migalhas acabariam transbordando da mesa do banquete deles.
Lula, em seu governo histórico, provou o contrário. Chegamos ao fim de seu período com um processo intenso de distribuição de renda, ainda que muitos tentem, em vão, desmentir que a renda tenha se desconcentrado no Brasil nos últimos anos, apesar das evidências que caem sobre as cabeças de todos diariamente.
O aumento da participação da renda do trabalho assalariado em relação ao Produto Interno Bruto não deixa dúvidas, mas os pistoleiros da direita na imprensa não param de construir teses malucas que questionam o fato mesmo com eles saltando aos olhos, com aqueles que sempre estiveram alijados do mercado de consumo mergulhando nele de corpo e alma.
O colunista da Folha de São Paulo Clóvis Rossi, por exemplo, há anos trava uma luta inglória no pouco tempo que dedica ao trabalho, com suas coluninhas (agora semanais) na página A2 do jornal nas quais diz que os métodos de aferição da distribuição da renda não contemplam o caixa 2 dos muito ricos e que, por isso, a distribuição de renda propalada seria “lenda”
A tese de Rossi é tão estapafúrdia que não valeria a pena comentar se não fosse o fato de que ainda há formadores de opinião que dão bola a um panfleto partidário como a Folha. Por isso, o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, no caderno “Ilustríssima” do jornal, no último domingo, teve que rebater tese tão absurda.
Para resumir, Pochmann deixou claro que os ricos não passaram a ocultar rendimentos hoje e explicou que a comparação, portanto, tem que ser feita entre os indicadores oficiais de hoje e do passado – indicadores como, por exemplo, o índice de Gini.
Esses indicadores com os quais o presidente do Ipea esgrimiu mostram que a renda se concentrou fortemente após o golpe militar de 1964 e permaneceu concentrada, quase sem se mexer, até 2005, a partir de quando começou a se desconcentrar de forma tão intensa que já é possível ver os efeitos, com a classe C  virando maioria da população.
É preciso destruir o que Lula representa, pois. Ou seja: destruir a crença popular que a sociedade veio construindo nos últimos anos de que é possível sonhar com um país menos desigual não só para os netos de nossos netos, mas para os que vivem hoje.
Lula representa esse conceito que vai de encontro à mentalidade que permitiu que o Brasil chegasse a ser, ao fim do século XX, o terceiro país mais desigual do mundo, quadro que só começou a melhorar de verdade ao fim do primeiro mandato do ex-presidente, com seus investimentos imensos na inclusão social.
Há uma aposta da direita de que Dilma Rousseff ficará encolhidinha no Palácio do Planalto até 2014, sem incomodar a elite étnico-financeiro-midiática, prontinha para ser derrotada pelo golden boy conservador de turno.  Acha isso por prever que a presidente da República não assumirá a liderança política que seu cargo impõe e, assim, será facilmente derrotada.
Contudo, a debilidade eleitoral de Dilma daqui a quatro anos depende da destruição moral de Lula e de sua obra, para que ele não tome o lugar da sucessora na sucessão dela ou para que não volte a avalizá-la eleitoralmente com o sucesso  que teve no ano passado.
É nesse ponto que espanta o imobilismo do PT e do próprio governo Dilma diante da campanha difamatória contra o ex-presidente, campanha que a mídia intensificou após ele deixar o poder, no último dia primeiro.
Claro, Dilma não tem nem um mês de governo. Mas e o PT? O partido de Lula não rebate os ataques a ele, à sua família, os deboches, a difusão de uma “herança maldita” que ele teria deixado para a sucessora, teoria tão absurda que não resiste a cinco minutos de análise séria por gente que entenda do traçado.
O governo Dilma não quer marola agora. Vem aí a escolha dos presidentes da Câmara e do Senado, por exemplo. São postos–chave para o governo. Resta saber, apenas, se é inteligente a estratégia de deixar que tentem destruir o legado de Lula e que construam um clima de medo do futuro por conta da tal “herança maldita” que tentam criar.
O debate político é atemporal e não-circunstancial. É perene. Fugir dele já se mostrou um erro – no primeiro turno da campanha eleitoral de 2010. Tudo bem que não estejamos mais em campanha eleitoral, mas como já vi a mídia destruir políticos que durante o mandato foram populares, penso que o PT deveria refletir sobre uma reação a esses ataques.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Lula deveria exigir “direito de resposta” à Globo


Pelo menos não precisava parecer papa-defunto

O “caosaéreo”, segundo o próprio Lula, foi a maior ofensa que ele sofreu como Presidente – e a maior crise de seu Governo.

Mais do que o “mensalão” – que, segundo o Mino, ainda está por provar-se. 

O “caosaéreo” consistiu em atribui a Lula a responsabilidade por duas tragédias: a queda do avião da Gol (por culpa de dois pilotos americanos que não ligaram o transponder do jato Legacy).

E a queda do Airbus da TAM, em Congonhas, por falha humana.

Na primeira tragédia, a culpa era do Lula porque os controladores aéreos – que, depois, se lançaram num boicote – não falavam inglês, ou porque o sistema de navegação da Amazônia – por culpa do Lula, tinha “um buraco negro”.

Tudo lorota.

No caso da TAM, o jornal nacional exibiu memorável reportagem, a da “moedinha”.

Consistiu em provar que a pista de Congonhas – por culpa do Lula – provocava inevitavelmente trágicos desastres, desde que caísse uma chuva tão rala que tivesse tantos milímetros quanto a espessura de uma moedinha de Real.

Fantástico.

A História do Jornalismo Contemporâneo já registra essa notável contribuição.

Lula, para não ser derrubado por um caça do PiG (*) trocou o Ministro da Defesa.

Tirou o grande brasileiro Waldyr Pires e botou no lugar o Nelson Johnbim.

Já na solenidade de posse, Johnbim mostrou a  verdadeira face: ofendeu Pires.

Mas, Johnbim, serrista de carteirinha, tinha essa vantagem.

Ele é serrista.

E o PiG (*) o trata com mel.

Veja, amigo navegante, como ele obsequia a Folha e “entrega o mapa da mina – com exclusividade – com as patrulhas da fronteira – para gáudio do Fernandinho Beira-Mar e os manos do PCC”.

Agora, fora do Governo, Lula não pode ir para a televisão.

Nem nomear um serrista.

Lula não vai ter espaço no PiG, já demonstrou esse ansioso blogueiro.

Então, a Globo tomou a iniciativa de desconstruir a imagem do Lula.

Para ajudar a desconstruir a imagem da Dilma.

Por enquanto, os colonistas (**) do PiG estão atônitos.

Não sabem por onde bater na Dilma, porque ela se exibe pouco.

Os colonistas do PiG (a Eliane Catanhêde – a especialista em “assuntos do Ar” -, por exemplo) estão aflitos.

O Lula era alvo mais fácil, porque se expunha muito.

Mas, agora, com o Lula fora do poder – e da mídia – , mãos à obra !

Pau nele.

O passaporte vermelho.

A geladeira atômica da casa de praia do Ministério da Defesa.

E agora a tragédia do Rio.

A Globo ataca de um lado.

Clique aqui para ler sobre o que uma repórter vestida de papa-defunto e outra de sobrenome Serra (êpa ! ) – fizeram ontem para culpa o Lula e esconder a Dilma e o Cerra.

O jornal O Globo, de outro – clique aqui para ver como o Globo de ontem fez o Lula matar 508 na região serrana do Rio.

O Governo Lula, lamentavelmente, não criou alternativa ao PiG.

Aos 44’ do segundo tempo, o ministro Franklin Martins fez uma Ley de Medios e o Lula passou a bater na Globo.

Na festa da Carta Capital, Lula chegou a dar um pito no senador Suplicy, por bajular a Globo.

Mas, já era tarde.

O PiG tinha vencido o Governo Lula.

E, parece ter amedrontado o ministro Bernardo, que roda, roda, roda e só agora começa a falar da Ley de Medios, aos poucos.

A extinção da Lei de Imprensa acabou com o direito de resposta.

Por isso, o emérito professor Fábio Konder Comparato redigiu duas ADOs e conseguiu fazer com que o Supremo julgue uma ação por Omissão contra o Congresso, por não votar artigos da Constituição de 88 que tratam da Comunicação.

Clique aqui para ler a entrevista que Comparato deu ao Vermelho.

aqui para ler “Cuidado com a fetichização da banda larga. O que interessa é a Ley de Medios”.

Um dos direitos que Comparato quer re-instaurar é o “direito de resposta”.

Lula deveria ir à Justiça exigir um “direito de resposta”, na Globo.

Recomenda-se não contratar o advogado Marcio Thomaz Bastos, embora ele realize milagres no Supremo.

Como conseguir um HC para o Dr Abdelmassih.

(Por falar nisso, Supremo Ministro Supremo Gilmar Dantas (***), o senhor sabe onde está o Dr Abdelmassih ? Será que ele está escondido atrás da moita em que se esconde o áudio do grampo ?)

Mas, Thomaz é advogado da Globo e o escritório dele defende o Daniel Dantas numa ação contra o Mino Carta.

É terreno minado.

O Lula poderia contratar o professor Comparato, que defenderia a causa com sabedoria e vigor.

Ou o Lula pode ficar quieto.

E, como sempre, achar que seu carisma é maior do que o da Globo.

Tudo bem.

É, sim, maior que o da Globo, aquela do “o povo não é bobo” …

Mas, o problema não é esse.

É a democracia.

Uma emissora que explora comercialmente um bem PÚBLICO – a televisão aberta – não pode fazer propaganda política.

A Globo só espera para ver por onde pega a Dilma.

Enquanto isso, desconstrói o Lula.

A Globo quer matar o Lula para matar a Dilma.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(***) Clique aqui para ver como um eminente colonista (**) do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista (**) da GloboNews e da CBN se refere a Ele.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Planalto não pode ser conivente com desconstrução de Lula

A mídia tradicional já escolheu sua estratégia para tentar abater Lula e Dilma até 2014. Parece coisa de maluco começar a pensar na sucessão presidencial na primeira semana de um novo mandato. Mas é disso que se trata.
O discurso dos colunistas do estabilishment está afiadinho. Cada um de sua maneira (leia com atenção certas colunas) começa a demonstrar que Dilma está imprimindo um novo ritmo no governo e que Lula era um cara mais folgado, relaxado, que não gostava de cumprir prazos etc.
Não à toa, a foto que tem sido usada para sustentar imageticamente esse discurso tem sido a em que o ex-presidente aparece na sacada de sua casa com uma camiseta sem mangas.
A análise intramuros que esse grupo do colunismo deve estar fazendo é que mesmo Dilma não fazendo um grande governo, Lula seria imbatível em 2014 caso sua imagem não sofra um grande desgaste nos próximos anos.
O pior é que pelo que apurei em conversas com gente que tem acesso ao circulo palaciano, isso está sendo considerado bom por alguns assessores próximos da presidenta.
Eles estariam avaliando que essa diferenciação entre Dilma e Lula que a mídia está fazendo garante personalidade política à presidenta. E que não é exatamente um problema Lula perder um naco de seu capital político, já que não trabalham com a hipótese de que ele deveria voltar em 2014.
Essa análise é tão inteligente quanto a que levou o PT a abrir mão da prefeitura de BH num acordo com Aécio para que o então governador de Minas apoiasse uma candidatura do partido na sua sucessão.
Ou seja, é idiotice pura.
Se a mídia tradicional conseguir desgastar Lula, ela vai babando para cima de Dilma. Que não terá em quem se apoiar.
Lula forte é a melhor salvaguarda da presidenta eleita. É o Pelé no banco de reservas, como disse o ministro Gilberto Carvalho.
A tese de que tudo bem deixar bater em Lula para elogiar Dilma não pode ser aceita pelo atual governo.
O ideal seria que a própria Dilma botasse um ponto final nisso com uma declaração contundente. Se a intenção for deixá-la fora disso, no mínimo um dos seus ministros fortes precisa sair em defesa do ex-presidente e dizer que não há um outro estilo melhor agora do que o anterior. De que são estilos diferentes. E ponto.
Até porque se essa tese avançar estará se cometendo uma baita injustiça com o torneiro mecânico. E também porque o sucesso dessa operação pode ser fatal não para o futuro de Lula, mas principalmente para o de Dilma.