Posted by eduguim on 8/01/10 � Categorized as Opinião do blog
Deus sabe como repudio a hip�tese de algu�m como Jos� Serra se tornar presidente da Rep�blica. Considero esse homem um perigo para o pa�s. Se vencesse a elei�ão, o Brasil seria atirado em uma aventura imprevis�vel. Vaidoso e truculento, mostrou-se irrespons�vel a ponto de escolher um sujeito de cabe�a vazia para ocupar uma posi�ão em sua campanha como a de candidato a vice-presidente, sujeitando o pa�s ao risco de ser governado por essa pessoa em caso de se eleger presidente.
Contudo, o que me entristece e desanima � assistir a uma campanha eleitoral como a que temos tido at� aqui, ainda que a campanha em si s� comece, para o conjunto da sociedade, a partir do in�cio do hor�rio eleitoral na televisão, acima de tudo. Acho que o Brasil merecia uma campanha melhor, com uma discussão s�ria sobre o rumo do pa�s nos pr�ximos anos.
Temos essa riqueza imensa que � o pr�-sal para explorar, por exemplo, o que nos gera o magn�fico problema de termos que discutir como investir e distribuir as centenas de bilhões de d�lares que ainda brotarão da explora�ão dessa cornuc�pia dourada com que a natureza nos presenteou. Temos uma economia robusta e organizada que precisa continuar sendo gerida com a mesma competência com que tem sido at� aqui para que possamos melhor aproveitar janela de oportunidade tão larga que a na�ão tem diante de si.
Em vez disso, qual � a discussão com que o candidato tucano e seus jornais, revistas, televisões, r�dios e portais de internet têm brindado a sociedade? A discussão que dominou a imprensa amiga do tucano e o discurso dele durante todo o primeiro semestre foi, como tem sido h� vinte anos, em torno de bobagens ideol�gicas e politiqueiras sobre o PT, Lula e, sobretudo, Dilma, persistindo na t�tica que tantas vezes se mostrou ineficiente de desmoralizar os advers�rios estigmatizando-os como corruptos, desleais e at� pervertidos.
Na semana que termina, a �menina do J� L�cia Hippolito teve uma nota sua publicada no blog do Noblat a qual dizia que o que o povo quereria, em campanhas eleitorais, supostamente seria �sangue�, ou seja, baixarias, acusa�ões, arranca-rabos. O blogueiro excluiu o post pouco depois de ter sido publicado. Todavia, o texto revela o que se passa na cabe�a dessa gente, a cren�a fundamentalista da direita na burrice popular, o desprezo que a elite nutre pelo povo.
Essa gente est� redondamente enganada. Serra, principalmente. At� pode ter sido assim, um dia, mas hoje não � mais. Estão confundindo a mentalidade embotada do povo de São Paulo, a parcela da popula�ão brasileira mais exposta à imprensa tucana em todo pa�s, com a do resto da sociedade brasileira.
At� faz sentido que São Paulo destoe tanto do resto da Federa�ão. Foi dos Estados que menos colheram os benef�cios do boom econ�mico e social brasileiro, e isso se deu por for�a da �ncora tucana, de interesses pol�ticos que impedem o meu Estado de aproveitar tudo o que o governo federal ofereceu ao resto do pa�s desde 2003.
O mais ir�nico do fundamentalismo pol�tico paulista � que, ao adotar uma postura irracionalmente raivosa em rela�ão ao metal�rgico al�ado à Presidência, o povo de São Paulo p�s no governo do Estado um grupo pol�tico composto pela direita mais atrasada e truculenta do pa�s, um bando de fan�ticos que busca reproduzir o que h� pior na feroz direita norte-americana. Gente avessa a distribui�ão de renda, que chama o Bolsa Fam�lia de �bolsa-mis�ria�, que odeia nordestinos e negros, que promove cruzadas na m�dia e no judici�rio para impedir negros pobres de irem à universidade�
As chances de Serra diminuem de forma tão dr�stica e acelerada porque quanto mais a t�tica do medo e da difama�ão pela m�dia fracassa, mais ele insiste nela, mais obriga a imprensa conservadora, que vê nele uma amalucada �t�bua de salva�ão� da elite que concentra renda, a promover essas campanhas de desmoraliza�ão da advers�ria. Nesse processo, excessos como o de caricaturar Dilma Rousseff como prostituta ou o de chamar o partido dela de �narcotraficante� acabam sendo inevit�veis, mostrando ao povo que não deve esperar do candidato conservador que se proponha ao debate s�rio sobre os rumos do pa�s.
Mas não precisa ser assim. Serra tem a possibilidade de sair desta campanha eleitoral at� maior do que entrou, mesmo que não ven�a a elei�ão. Poderia preservar� Ou melhor, preservar, não, mas lustrar a pr�pria biografia, j� que, como est� hoje, não � l� muito edificante. Como ele poderia fazer isso? Meramente dando ao pa�s um debate eleitoral decente, civilizado, respeitoso, que mostrasse estar preocupado em oferecer à sociedade um caminho alternativo claro.
Entretanto, j� virou um tru�smo dizer que Serra não tem o que propor ao pa�s, at� porque muito do que o seu projeto pol�tico encerra não � do interesse da sociedade, sendo um projeto de interesse das castas sociais brasileiras para redirecionarem o desenvolvimento para o Sul e para o Sudeste do pa�s e para os interesses das grandes corpora�ões empresariais, que, não por outra razão, em eventos durante o ano declararam apoio irrestrito ao tucano, conforme o farto notici�rio dispon�vel revela.
Na falta do que propor, o candidato do PSDB à Presidência se torna dependente de sua rela�ão com as fam�lias Marinho, Civita, Mesquita e Frias e algumas outras menos importantes, donas de imp�rios de comunica�ão colocados a servi�o do tucano para desmoralizar os advers�rios.
Esses grupos empresariais de comunica�ão, pela vez deles, dependem de produzirem resultados pol�ticos para os aliados como forma de preservarem a influência que sempre exerceram sobre o poder no Brasil e que lhes permitiu se tornarem as potências econ�micas que se tornaram, com milhares de empregados e faturamentos na casa das centenas de milhões de reais.
A �ltima chance de Serra não � nem a de vencer a elei�ão, pois não consigo enxergar este povo se arriscando a p�r de novo no poder um grupo pol�tico que, quando governou, causou tanto sofrimento. � a chance de manter a dignidade na derrota e de não destruir o PSDB, ao menos, j� que o DEM est� com os dias contados. Serra pode usar a campanha eletoral na TV para debater problemas s�rios que o pa�s tem como o de não poder baixar os juros ou o de continuar sendo tão desigual.
Contudo, � um debate que não est� ao alcance do tucano simplesmente porque contraria os interesses que ele representa e dos quais se propõe a ser mero despachante. Na impossibilidade de discutir o que interessa aos brasileiros, embrenha-se nesse matagal ideol�gico que não comove praticamente ningu�m no Brasil. Ironicamente, portanto, Serra não ter� como usar a �ltima chance que tem de encerrar sua carreira pol�tica de forma menos pat�tica.
Deus sabe como repudio a hip�tese de algu�m como Jos� Serra se tornar presidente da Rep�blica. Considero esse homem um perigo para o pa�s. Se vencesse a elei�ão, o Brasil seria atirado em uma aventura imprevis�vel. Vaidoso e truculento, mostrou-se irrespons�vel a ponto de escolher um sujeito de cabe�a vazia para ocupar uma posi�ão em sua campanha como a de candidato a vice-presidente, sujeitando o pa�s ao risco de ser governado por essa pessoa em caso de se eleger presidente.
Contudo, o que me entristece e desanima � assistir a uma campanha eleitoral como a que temos tido at� aqui, ainda que a campanha em si s� comece, para o conjunto da sociedade, a partir do in�cio do hor�rio eleitoral na televisão, acima de tudo. Acho que o Brasil merecia uma campanha melhor, com uma discussão s�ria sobre o rumo do pa�s nos pr�ximos anos.
Temos essa riqueza imensa que � o pr�-sal para explorar, por exemplo, o que nos gera o magn�fico problema de termos que discutir como investir e distribuir as centenas de bilhões de d�lares que ainda brotarão da explora�ão dessa cornuc�pia dourada com que a natureza nos presenteou. Temos uma economia robusta e organizada que precisa continuar sendo gerida com a mesma competência com que tem sido at� aqui para que possamos melhor aproveitar janela de oportunidade tão larga que a na�ão tem diante de si.
Em vez disso, qual � a discussão com que o candidato tucano e seus jornais, revistas, televisões, r�dios e portais de internet têm brindado a sociedade? A discussão que dominou a imprensa amiga do tucano e o discurso dele durante todo o primeiro semestre foi, como tem sido h� vinte anos, em torno de bobagens ideol�gicas e politiqueiras sobre o PT, Lula e, sobretudo, Dilma, persistindo na t�tica que tantas vezes se mostrou ineficiente de desmoralizar os advers�rios estigmatizando-os como corruptos, desleais e at� pervertidos.
Na semana que termina, a �menina do J� L�cia Hippolito teve uma nota sua publicada no blog do Noblat a qual dizia que o que o povo quereria, em campanhas eleitorais, supostamente seria �sangue�, ou seja, baixarias, acusa�ões, arranca-rabos. O blogueiro excluiu o post pouco depois de ter sido publicado. Todavia, o texto revela o que se passa na cabe�a dessa gente, a cren�a fundamentalista da direita na burrice popular, o desprezo que a elite nutre pelo povo.
Essa gente est� redondamente enganada. Serra, principalmente. At� pode ter sido assim, um dia, mas hoje não � mais. Estão confundindo a mentalidade embotada do povo de São Paulo, a parcela da popula�ão brasileira mais exposta à imprensa tucana em todo pa�s, com a do resto da sociedade brasileira.
At� faz sentido que São Paulo destoe tanto do resto da Federa�ão. Foi dos Estados que menos colheram os benef�cios do boom econ�mico e social brasileiro, e isso se deu por for�a da �ncora tucana, de interesses pol�ticos que impedem o meu Estado de aproveitar tudo o que o governo federal ofereceu ao resto do pa�s desde 2003.
O mais ir�nico do fundamentalismo pol�tico paulista � que, ao adotar uma postura irracionalmente raivosa em rela�ão ao metal�rgico al�ado à Presidência, o povo de São Paulo p�s no governo do Estado um grupo pol�tico composto pela direita mais atrasada e truculenta do pa�s, um bando de fan�ticos que busca reproduzir o que h� pior na feroz direita norte-americana. Gente avessa a distribui�ão de renda, que chama o Bolsa Fam�lia de �bolsa-mis�ria�, que odeia nordestinos e negros, que promove cruzadas na m�dia e no judici�rio para impedir negros pobres de irem à universidade�
As chances de Serra diminuem de forma tão dr�stica e acelerada porque quanto mais a t�tica do medo e da difama�ão pela m�dia fracassa, mais ele insiste nela, mais obriga a imprensa conservadora, que vê nele uma amalucada �t�bua de salva�ão� da elite que concentra renda, a promover essas campanhas de desmoraliza�ão da advers�ria. Nesse processo, excessos como o de caricaturar Dilma Rousseff como prostituta ou o de chamar o partido dela de �narcotraficante� acabam sendo inevit�veis, mostrando ao povo que não deve esperar do candidato conservador que se proponha ao debate s�rio sobre os rumos do pa�s.
Mas não precisa ser assim. Serra tem a possibilidade de sair desta campanha eleitoral at� maior do que entrou, mesmo que não ven�a a elei�ão. Poderia preservar� Ou melhor, preservar, não, mas lustrar a pr�pria biografia, j� que, como est� hoje, não � l� muito edificante. Como ele poderia fazer isso? Meramente dando ao pa�s um debate eleitoral decente, civilizado, respeitoso, que mostrasse estar preocupado em oferecer à sociedade um caminho alternativo claro.
Entretanto, j� virou um tru�smo dizer que Serra não tem o que propor ao pa�s, at� porque muito do que o seu projeto pol�tico encerra não � do interesse da sociedade, sendo um projeto de interesse das castas sociais brasileiras para redirecionarem o desenvolvimento para o Sul e para o Sudeste do pa�s e para os interesses das grandes corpora�ões empresariais, que, não por outra razão, em eventos durante o ano declararam apoio irrestrito ao tucano, conforme o farto notici�rio dispon�vel revela.
Na falta do que propor, o candidato do PSDB à Presidência se torna dependente de sua rela�ão com as fam�lias Marinho, Civita, Mesquita e Frias e algumas outras menos importantes, donas de imp�rios de comunica�ão colocados a servi�o do tucano para desmoralizar os advers�rios.
Esses grupos empresariais de comunica�ão, pela vez deles, dependem de produzirem resultados pol�ticos para os aliados como forma de preservarem a influência que sempre exerceram sobre o poder no Brasil e que lhes permitiu se tornarem as potências econ�micas que se tornaram, com milhares de empregados e faturamentos na casa das centenas de milhões de reais.
A �ltima chance de Serra não � nem a de vencer a elei�ão, pois não consigo enxergar este povo se arriscando a p�r de novo no poder um grupo pol�tico que, quando governou, causou tanto sofrimento. � a chance de manter a dignidade na derrota e de não destruir o PSDB, ao menos, j� que o DEM est� com os dias contados. Serra pode usar a campanha eletoral na TV para debater problemas s�rios que o pa�s tem como o de não poder baixar os juros ou o de continuar sendo tão desigual.
Contudo, � um debate que não est� ao alcance do tucano simplesmente porque contraria os interesses que ele representa e dos quais se propõe a ser mero despachante. Na impossibilidade de discutir o que interessa aos brasileiros, embrenha-se nesse matagal ideol�gico que não comove praticamente ningu�m no Brasil. Ironicamente, portanto, Serra não ter� como usar a �ltima chance que tem de encerrar sua carreira pol�tica de forma menos pat�tica.
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