blog tijolaço - Brizola Neto
quinta-feira, 12 agosto, 2010 às 9:39
A P-33 é um navio-plataforma há 11 anos em operação em alto-mar
Não tinha comentado, ainda, mas acho que é minha obrigação mostrar o que diz a Petrobras da série de matérias que vem sendo publicada pelo jornal O Globo sobre a suposta precariedade de funcionamento de plataformas (a P-31, em operação desde agosto de 1998 e a P-33, que passou a opoerar no ano seguinte).
No seu blog, a empresa diz que “as fotos publicadas da plataforma P-33 referem-se a instalações que estão temporariamente desativadas, que não apresentam nenhum risco para as operações, e estão com os reparos devidamente programados. No próximo mês de outubro a P-33 realizará sua parada programada para manutenção geral. Se tivesse sido informada sobre as fotos antes da publicação, a Companhia teria fornecido estes detalhes, levando ao leitor a informação correta.”.
Não sou especialista em segurança industrial, embora seja óbvio que uma instalação do porte de um plataforma de petróleo, depois de mais de uma década exposta ao ambiente oceânico possa apresentar corrosão não controlada em algumas partes e que isso seja objeto de manutenção permanente. A empresa diz que falta apenas um mês para que a P-33 faça a parada programada – realizada a cada dois anos – para revisão e reparo geral e argumenta queo fato de parte da tripulação ter de dormir em navios de apoio ancorados ao lado das plataformas, enquanto se executam reparos em áreas proximas aos dormitórios é algo que, ao contrário, revela a preocupação com segurança.
Creio que a empresa e o Ministério do Trabalho devam dar todas as atenções e respostas à sociedade sobre qualquer problema de segurança no trabalho, aliás, como deve acontecer com qualquer empresa – estatal, privada, nacional ou estrangeira. O que foi divulgado pelos fiscais do Ministério do trabalho aponta falhas, sim, mas nenhuma delas graves. Podem até existir outras, mais sérias e tudo merece apuração pela empresa e pelo Governo.
Mas está evidente que O Globo mergulhou numa campanha de desmoralização da Petrobras. Disse que não sou especialista em segurança, mas como uma pessoa que já esteve em diversas instalações da Petrobras posso dizer que, para quem não conhece as regras de funcionamento severas destas plantas, os cuidados de segurança chegam a ser, para um leigo, irritantes.
Há um interesse político evidente e o próprio Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense reconhece isso em seu site:
“Eis que então, em ano eleitoral e com Serra patinando nas pesquisas, O Globo resolve se preocupar com a segurança dos trabalhadores da Bacia de Campos e estampa em suas capas denúncias que o Sindipetro-NF faz há anos em relação à insegurança na Petrobrás. Faz parte da democracia e, como diz a máxima popular, antes tarde do que nunca. É inegável que a grande visibilidade de um jornal de circulação nacional ajuda a priorizar o tema e pressiona a empresa a tratar seriamente o assunto.
Internamente, no entanto, petroleiros sabemos que a situação da companhia na área de segurança parece muito mais uma ação orquestrada por setores da empresa interessados na volta do tucanato ao poder do que, especificamente, uma orientação geral do governo.”
Portanto, amigo leitor, muita calma nessa hora. Pequenas ocorrências, defeitos localizados, incidentes isolados – embora devam ter toda a atenção da empresa, e logo – estão servindo de material para exploração política. Este caso das “manchas de óleo” no litoral fluminense – uma coisa que é claro, está errada e merece providências – foi tratado de forma alarmista, como se fosse um vazamento de petróleo e não, como provavelmente foi, o ato criminoso de um navio lavando seus tanques e jogando os resíduos no mar. Sério? Sim, mas não motivo para fazer um alarmismo irresponsável.
Na capa de ontem, sobre o grave acidente ocorrido na Índia com o choque de dois navios, o jornal usa um título – “Óleo vaza também na Índia” -que dá a impressão que está vazando aqui.
O Globo é um panfleto de campanha, lembrem-se sempre.
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