Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Dilma é vítima de 27 anos de João Paulo II




Foi Maria Inês Nassif quem primeiro associou a suposta “onde verde” da Bláblárina à Igreja Católica brasileira.

(Clique aqui para ver que o Francisco Serra Franco fez outro ataque à liberdade de expressão, com o objetivo de intimidar a Inês, provavelmente a melhor analista política da imprensa brasileira.

O Generalíssimo de España gosta mesmo é dos colonistas (*) do PiG (**).)

Ao longo de 27 anos de pontificado, João Paulo II perseguiu e erradicou a esquerda católica da América Latina.

Com a inestimável ajuda do Papa Bento XVI, o Cardeal Ratzinger (não é o da Globo) que agora ilumina a Humanidade.

João Paulo II sufocou a Teologia da Libertação, D Paulo Evaristo Arns, D Helder Câmara.

Ratzinger submeteu Leonardo Boff a um processo que o fez arder numa fogueira em chamas. 

Assim seriam tratados todos os que saíssem da linha de combate frontal ao comunismo.

João Paulo II foi o mais poderoso aliado de Ronald Reagan.

E dos conservadores latino-americanos.

João Paulo II não se cansou de vir ao Brasil benzer o regime militar.

Este ordinário blogueiro dirigiu um documentário para a ONU sobre a Dívida Externa.

Naquela altura, no Governo Serra/FHC, o Brasil tinha que ir três vezes ao FMI de joelhos.

Como se subissem a escadaria da Igreja da Penha. 

Eles são uns jenios.

A entrevistar o então presidente Lech Walessa, perguntei por que a Polônia tinha sido o único país a receber o perdão da dívida externa.

Porque eu e o Papa João Paulo II – respondeu o Presidente – fizemos mais para derrotar o comunismo soviético do que todos os canhões do Pentágono.

Os 27 anos de João Paulo Segundo e esse sinistro reinado do Cardeal Ratzinger ocuparam o Clero brasileiro de bispos conservadores – na melhor das hipóteses.

Ou promoveram transmutações doutrinárias, como a que ocorreu com D Claudio Hummes, que conheci, como repórter, a dar guarida aos líderes sindicais do ABC que enfrentavam o regime militar – entre eles, um metalúrgico, o Lula.

A própria formação ideológica do Lula descende muito mais da Igreja de esquerda do Brasil, do que de qualquer organização partidária do tipo Partido Comunista ou da própria Ação Popular, inicialmente ligada à Igreja.

A AP tinha entre seus membros mais cinzentos o Generalíssimo Francisco Serra Franco, depois refugiado no Chile e recebido de braços abertos pelo Departamento de Imigração dos Estados Unidos.

Na Igreja brasileira, hoje, ninguém mais fala em João XXIII.

João XXIII parece que não foi Papa.

Ele não saiu de Veneza para ir a Roma.

Não escreveu a Mater et Magistra, que o Padre Ávila nos obrigava a ler, na PUC do Rio.

A Pacem in Terris.

Hoje, é impossível ler um documento da CNBB ou ouvir uma homilia numa remota paróquia da região mais pobre do Brasil em que o prelado mencione esse Papa comunista, de traços satânicos:  o Cardeal Roncalli, o camponês que convocou o Concilio Vaticano e revolucionou – por um breve momento – a ideologia católica.

A Igreja do aborto do Serra é a do Cardeal Ratzinger.

Eles se merecem.

Gostam de fogueiras. 

Em tempo: naquele tempo da Escola de Sociologia e Política da PUC do Rio, o padre Raimundo Ozanam, professor da cadeira Sociologia – I, mandava ler os livros do Fernando Henrique – que sofrimento ! -, como exemplo de utilização do “método marxista” para analisar a realidade.  Naquele tempo ninguém chamava o Fernando Henrique de “weberiano” …



Paulo Henrique Amorim


(*) 
Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (**) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) 
Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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