O Brasil é um país capitalista ainda e está longe de ser um país socialista. Se Palocci decidiu atuar para a iniciativa privada, não é nenhum absurdo que consiga também ter sucesso na empreitada. Foi bem mais difícil um médico sanitarista conseguir ser Ministro da Fazenda do Brasil, e mais difícil ainda ser bem aceito e se sair bem no cargo, a ponto de ser derrubado por adversário, não por fracassos no cargo, mas por seus méritos, para não nascer um novo líder forte no estado de São Paulo, o quartel general dos tucanos.
Quando todos os consultores da elite, "PhD's" de Harvard, de Oxford, da Sorbonne, apostavam que o primeiro governo Lula seria um fracasso (como De La Rua, na Argentina), Palocci estudou, se orientou e decidiu, junto ao então presidente Lula, rumos que deram bons resultados na economia.
Se Palocci resolveu ganhar dinheiro na iniciativa privada, quando estava no limbo político, o valor dele no mercado sempre teria que ser baixo? Ele não pode ser bem pago, porque foi ministro do governo Lula? Será que ser Ministro da Fazenda naquele primeiro governo Lula, quando recebeu o Brasil quebrado, e contribuiu para entregar saneado e com um novo rumo para a população mais pobre, não é uma experiência mais importante do que muitos executivos que dirigiram empresas? Quantos executivos conseguiram conquistar mercado para seus produtos, como o governo Lula conseguiu, ao incluir milhões de brasileiros com acesso ao mercado de consumo?
Palocci tem visão e conhecimento dos rumos do mercado interno e da economia brasileira, que muitos economistas e administradores da elite brasileira não tem. Por mais que tenham estudos especializados, seus conhecimentos são baseados no pensamento do século passado ou vindos do estrangeiro, voltados para 30% da população brasileira que tinha poder de compra. Estão tendo que se reciclarem diante da nova realidade. E gente como Palocci já sabe na prática e no planejamento, o que a antiga elite está tendo que aprender com a observação e estudo do que se passou e está se passando no Brasil.
Se uma empresa quer investir voltada para a classe emergente que subiu socialmente no governo Lula, é natural que procure a opinião de alguém como Palocci, para ajudar a fazer cenários futuros e avaliar perspectivas do tamanho do mercado interno nos próximos anos. Palocci tem conhecimento neste tipo de assunto. E consultoria deste tipo, para ajudar na tomada de decisão não tem nada de ilegal.
Só haveria ilegalidade se houvesse informação sigilosa privilegiada ou tráfico de influência. Mas então, é preciso fundamentar uma denúncia consistente, antes de sair acusando por aí. Porque isso, em tese, se for para fazer ilação, qualquer um poderia estar fazendo neste exato momento: Alckmin, Serra, Aécio, Anastasia, Beto Richa, Marconi Perillo, Gilmar Mendes, FHC, etc.
Só por ter feito sua carreira política toda no PT, não há razão para depreciar o valor do conhecimento adquirido por Palocci sobre a visão e perspectivas da economia brasileira, útil na tomada de decisão de empresários.
Oscar Niemeyer sempre foi ideologicamente comunista, mas sempre cobrou caro de empresários que quiseram seus projetos arquitetônicos. Por que ele deveria trabalhar barato para milionários? O mesmo vale para Palocci. Não tem sentido dar consultoria de graça para orientar empresários milionários no rumo dos negócios, e não tem sentido depreciar o valor do trabalho para quem possa pagar o que vale.
A menos que haja provas ou pelo menos algum fundamento robusto, acusem Palocci de ter deixado de ser trotskista e ter aderido à vida capitalista. Para muitos militantes esquerdistas esse é um "crime" maior do qualquer coisa. Porém é questão política. É disputa de esquerda x direita, e assim deve ser tratada.
Não faz sentido a esquerda entrar no jogo da oposição (incluindo a imprensa demo-tucana), de que petista não pode ganhar dinheiro de acordo com as regras legítimas do mundo dos negócios, senão é automaticamente culpado e taxado de corrupto.
É estupidez petistas abaixarem a cabeça para a imprensa corrupta, e se deixarem depreciar nas atividades privadas, desde que sejam honestas. Hoje atacam Palocci. Amanhã atacarão Lula pelo dinheiro que ganha honestamente em suas palestras. Qualquer um que tiver algum sucesso nos negócios privados lícitos e dentro da ética vigente poderá ser a próxima vítima, se for filiado ao PT, PCdoB, PDT, PSB ou outra legenda governista e de esquerda.
É óbvio que um PT só de gente com o perfil de Palocci o descaracterizaria como partido dos trabalhadores. Mas com um só Palocci não compromete a natureza do partido, e contribui para os pactos trabalhistas, onde se faz necessário conciliar o capital e o trabalho. Se o PT não tiver um Palocci dentro do governo, terá que ceder espaço para alguém com esse perfil, de outro partido de centro ou de direita.
Por fim, quem responde pela vida privada de Palocci é ele mesmo. Não deveria caber ficarmos defendendo politicamente assuntos que deveriam ter uma dimensão muito menor que está tendo. Mas cabe menos ainda a oposição ficar atacando sem um motivo real. Significa que o motivo real é outro: desgastar o governo, e fabricar crises políticas para atrapalhar Dilma trabalhar, e enfraquecer o partido de Dilma e de Lula. E aí que a discussão se torna política.
Se a oposição quiser atacar, que faça o dever de casa, e procure algum ilícito de verdade, em vez de ficar especulando para ver se dali sai alguma coisa.
Leia também no blog "Os amigos do Brasil":
- "Por enquanto, o máximo que se pode acusar Palocci é de praticar o capitalismo"
- Protógenes defende Palocci e sugere convocação de FHC e Serra para explicar ligações PSDB-Opportunity
Quando todos os consultores da elite, "PhD's" de Harvard, de Oxford, da Sorbonne, apostavam que o primeiro governo Lula seria um fracasso (como De La Rua, na Argentina), Palocci estudou, se orientou e decidiu, junto ao então presidente Lula, rumos que deram bons resultados na economia.
Se Palocci resolveu ganhar dinheiro na iniciativa privada, quando estava no limbo político, o valor dele no mercado sempre teria que ser baixo? Ele não pode ser bem pago, porque foi ministro do governo Lula? Será que ser Ministro da Fazenda naquele primeiro governo Lula, quando recebeu o Brasil quebrado, e contribuiu para entregar saneado e com um novo rumo para a população mais pobre, não é uma experiência mais importante do que muitos executivos que dirigiram empresas? Quantos executivos conseguiram conquistar mercado para seus produtos, como o governo Lula conseguiu, ao incluir milhões de brasileiros com acesso ao mercado de consumo?
Palocci tem visão e conhecimento dos rumos do mercado interno e da economia brasileira, que muitos economistas e administradores da elite brasileira não tem. Por mais que tenham estudos especializados, seus conhecimentos são baseados no pensamento do século passado ou vindos do estrangeiro, voltados para 30% da população brasileira que tinha poder de compra. Estão tendo que se reciclarem diante da nova realidade. E gente como Palocci já sabe na prática e no planejamento, o que a antiga elite está tendo que aprender com a observação e estudo do que se passou e está se passando no Brasil.
Se uma empresa quer investir voltada para a classe emergente que subiu socialmente no governo Lula, é natural que procure a opinião de alguém como Palocci, para ajudar a fazer cenários futuros e avaliar perspectivas do tamanho do mercado interno nos próximos anos. Palocci tem conhecimento neste tipo de assunto. E consultoria deste tipo, para ajudar na tomada de decisão não tem nada de ilegal.
Só haveria ilegalidade se houvesse informação sigilosa privilegiada ou tráfico de influência. Mas então, é preciso fundamentar uma denúncia consistente, antes de sair acusando por aí. Porque isso, em tese, se for para fazer ilação, qualquer um poderia estar fazendo neste exato momento: Alckmin, Serra, Aécio, Anastasia, Beto Richa, Marconi Perillo, Gilmar Mendes, FHC, etc.
Só por ter feito sua carreira política toda no PT, não há razão para depreciar o valor do conhecimento adquirido por Palocci sobre a visão e perspectivas da economia brasileira, útil na tomada de decisão de empresários.
Oscar Niemeyer sempre foi ideologicamente comunista, mas sempre cobrou caro de empresários que quiseram seus projetos arquitetônicos. Por que ele deveria trabalhar barato para milionários? O mesmo vale para Palocci. Não tem sentido dar consultoria de graça para orientar empresários milionários no rumo dos negócios, e não tem sentido depreciar o valor do trabalho para quem possa pagar o que vale.
A menos que haja provas ou pelo menos algum fundamento robusto, acusem Palocci de ter deixado de ser trotskista e ter aderido à vida capitalista. Para muitos militantes esquerdistas esse é um "crime" maior do qualquer coisa. Porém é questão política. É disputa de esquerda x direita, e assim deve ser tratada.
Não faz sentido a esquerda entrar no jogo da oposição (incluindo a imprensa demo-tucana), de que petista não pode ganhar dinheiro de acordo com as regras legítimas do mundo dos negócios, senão é automaticamente culpado e taxado de corrupto.
É estupidez petistas abaixarem a cabeça para a imprensa corrupta, e se deixarem depreciar nas atividades privadas, desde que sejam honestas. Hoje atacam Palocci. Amanhã atacarão Lula pelo dinheiro que ganha honestamente em suas palestras. Qualquer um que tiver algum sucesso nos negócios privados lícitos e dentro da ética vigente poderá ser a próxima vítima, se for filiado ao PT, PCdoB, PDT, PSB ou outra legenda governista e de esquerda.
É óbvio que um PT só de gente com o perfil de Palocci o descaracterizaria como partido dos trabalhadores. Mas com um só Palocci não compromete a natureza do partido, e contribui para os pactos trabalhistas, onde se faz necessário conciliar o capital e o trabalho. Se o PT não tiver um Palocci dentro do governo, terá que ceder espaço para alguém com esse perfil, de outro partido de centro ou de direita.
Por fim, quem responde pela vida privada de Palocci é ele mesmo. Não deveria caber ficarmos defendendo politicamente assuntos que deveriam ter uma dimensão muito menor que está tendo. Mas cabe menos ainda a oposição ficar atacando sem um motivo real. Significa que o motivo real é outro: desgastar o governo, e fabricar crises políticas para atrapalhar Dilma trabalhar, e enfraquecer o partido de Dilma e de Lula. E aí que a discussão se torna política.
Se a oposição quiser atacar, que faça o dever de casa, e procure algum ilícito de verdade, em vez de ficar especulando para ver se dali sai alguma coisa.
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- "Por enquanto, o máximo que se pode acusar Palocci é de praticar o capitalismo"
- Protógenes defende Palocci e sugere convocação de FHC e Serra para explicar ligações PSDB-Opportunity
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