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terça-feira, 6 de setembro de 2011

CABEÇAS CALVAS E GRISALHAS AO LADO DA JUVENTUDE E DAS BANDEIRAS VERMELHAS


CABEÇAS CALVAS E GRISALHAS AO LADO DA JUVENTUDE E DAS BANDEIRAS VERMELHAS
 

Bandeiras republicanas, da luta antifranquista e bandeiras da União Geral dos Trabalhadores voltaram às ruas de Madrid neste terça-feira, em passeata que uniu desde o Partido Comunista Espanhol à esquerda anticapitalista. A juventude dos indignados estava presente, mas cabeças calvas e grisalhas sugeriam um novo perfil, não apenas dos manifestantes, mas talvez da luta política.Em Madrid, assim como na Itália, onde os sindicatos paralisaram o sistema de transportes nesta terça-feira, contra o arrocho fiscal de Berlusconi, trabalhadores, centrais sindicais  e partidos de esquerda voltaram às ruas para rejeitar propostas de salvação dos mercados que arruínam  a sociedade. O protesto espanhol dirigia-se à reforma constitucional liderada pelo PSOE e pela direita do PP. O objetivo é quase um chavão no discurso conservador nos dias que correm: acalmar mercados nervosos, que escalpelam Estados endividados com a machadinha do  juro cortante para financiar a dívida pública. Zapatero e o PP de Aznar uniram-se com o propósito de incluir a meta de equilíbrio fiscal na Carta espanhola. Equilíbrio fiscal em si é saudável.  Trata-se de uma deformação disseminada pela direita equiparar o keynesianismo ao endividamento temerário do Estado, reduzido assim a um vassalo da senhoriagem rentista. Não há nada de Keynes e muito menos de esquerda nisso.Na verdade,esse foi o modelo implantado pelo ciclo neoliberal, com sua agenda de Estado mínimo, isenção fiscal para os endinheirados e endividamento máximo para financiar políticas públicas intransferíveis aos mercados. Colocou-se assim a máquina pública e o sistema fiscal a serviço dos juros, em vez de servir ao interesse  público. O que se pretende agora, na exaustão de uma engrenagem saturada no socorro aos mercados financeiros, é dobrar a aposta na vassalagem, cortando gastos sociais para acalmar credores ressabiados com o risco de um calote.É contra isso que as cabeças grisalhas comunistas voltaram às ruas de Madrid na tarde desta 3º feira, ao lado da juventude, mas resgatando as bandeiras vermelhas e o brasão da luta republicana ao lugar que lhes compete na história. A importância dessas mobilizações não deve ser exagerada. Mas os sinais são auspiciosos. Eles indicam que a travessia para uma nova esquerda converge ao único lugar onde essa tarefa poderá adquirir a velocidade requerida pela gravidade da hora: a fusão de novas e velhas bandeiras nas ruas do mundo.
 
Bandeiras republicanas, da luta antifranquista e bandeiras da União Geral dos Trabalhadores voltaram às ruas de Madrid neste terça-feira, em passeata que uniu desde o Partido Comunista Espanhol à esquerda anticapitalista. A juventude dos indignados estava presente, mas cabeças calvas e grisalhas sugeriam um novo perfil, não apenas dos manifestantes, mas talvez da luta política.Em Madrid, assim como na Itália, onde os sindicatos paralisaram o sistema de transportes nesta terça-feira, contra o arrocho fiscal de Berlusconi, trabalhadores, centrais sindicais  e partidos de esquerda voltaram às ruas para rejeitar propostas de salvação dos mercados que arruínam  a sociedade. O protesto espanhol dirigia-se à reforma constitucional liderada pelo PSOE e pela direita do PP. O objetivo é quase um chavão no discurso conservador nos dias que correm: acalmar mercados nervosos, que escalpelam Estados endividados com a machadinha do  juro cortante para financiar a dívida pública. Zapatero e o PP de Aznar uniram-se com o propósito de incluir a meta de equilíbrio fiscal na Carta espanhola. Equilíbrio fiscal em si é saudável.  Trata-se de uma deformação disseminada pela direita equiparar o keynesianismo ao endividamento temerário do Estado, reduzido assim a um vassalo da senhoriagem rentista. Não há nada de Keynes e muito menos de esquerda nisso.Na verdade,esse foi o modelo implantado pelo ciclo neoliberal, com sua agenda de Estado mínimo, isenção fiscal para os endinheirados e endividamento máximo para financiar políticas públicas intransferíveis aos mercados. Colocou-se assim a máquina pública e o sistema fiscal a serviço dos juros, em vez de servir ao interesse  público. O que se pretende agora, na exaustão de uma engrenagem saturada no socorro aos mercados financeiros, é dobrar a aposta na vassalagem, cortando gastos sociais para acalmar credores ressabiados com o risco de um calote.É contra isso que as cabeças grisalhas comunistas voltaram às ruas de Madrid na tarde desta 3º feira, ao lado da juventude, mas resgatando as bandeiras vermelhas e o brasão da luta republicana ao lugar que lhes compete na história. A importância dessas mobilizações não deve ser exagerada. Mas os sinais são auspiciosos. Eles indicam que a travessia para uma nova esquerda converge ao único lugar onde essa tarefa poderá adquirir a velocidade requerida pela gravidade da hora: a fusão de novas e velhas bandeiras nas ruas do mundo.
(Carta Maior; 3ª feira, 06/09/ 2011

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