[......] Mas o pior ainda, na Alemanha, é o hábil plano com que fortificam a sua prosperidade e garantem a sua influência – plano tão hábil que tem o sabor de uma conspiração: (*) na Alemanha, o judeu, lentamente, surdamente, tem se apoderado das duas grandes forças sociais – a Bolsa e a Imprensa. Quase todas as casas bancárias, quase todos os grandes jornais estão na posse do semita. Assim, torna-se inatacável. De modo que não só expulsa o alemão das profissões liberais, o humilha com a sua opulência rutilante, e o traz dependente do capital; mas, injúria suprema, pela voz de seus jornais, ordena-lhe o que há de fazer e com quem há de se bater! Tudo isso seria suportável se o judeu se fundisse com a raça indígena. Mas não. O mundo judeu conserva-se isolado, compacto, inacessível e impenetrável. As muralhas formidáveis do templo de Salomão, que foram arrasadas, continuam a pôr em torno dele um obstáculo de cidadelas. Dentro de Berlim há uma verdadeira Jerusalém, inexpugnável: aí se refugiam com o seu Deus, os seus costumes, o seu Sabbath, a sua língua, o seu orgulho, a sua secura, gozando o ouro e desprezando o cristão. Invadem a sociedade alemã, querem lá brilhar e dominar, mas não permitem que o alemão meta sequer o bico do sapato dentro da sociedade judaica. Só casam entre si; entre si ajudamente, regiamente, dando-se uns aos outros milhões, mas não favoreceriam com um troco um alemão esfomeado; e põe orgulho, um coquetismo insolente em se diferenciar do resto da nação em tudo, desde a maneira de pensar até a maneira de vestir. [......]
Eça de Queiróz
In Cartas de Inglaterra, Israelismo.
Livraria Chardron, Lelo & Irmão, Porto, 1907.
NOTA:
(*) Se a desconfiança e a hostilidade contra os judeus tivesse surgido somente num único país e só numa determinada época, seria fácil identificar as razões dessa aversão. Mas, ao contrário, essa raça é, desde há muito tempo, antipatizada pelos habitantes de todas as terras e nações no seio das quais se estabeleceu. Como os inimigos dos judeus existiram entre os mais diversos povos, os quais habitavam regiões distantes entre si e eram regidos até por leis determinadas por princípios opostos e se não tinham os mesmos costumes, e eram distintos no espírito de suas culturas, então as causas do anti-semitismo devem ser procuradas entre os próprios judeus, e não entre os seus antagonistas.
Bernard Lazare
anarquista judeu
Antisémitisme, son histoire et ses causes, Paris 1934, Tomo I, pág.32
No Guerra Silenciosa
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