Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 5 de julho de 2012

O embaixador do golpismo

Bem, com tanta gente sofrendo de insônia, quem sabe agora a Globo não encontre um nicho com o programa da Fátima.— Zhungarian Alatau

 Rubens Barbosa, não por acaso ex-representante tucano em Washington, hoje arranchado em 'consultoria' na Fiesp,é o porta-voz da frente regional pró-golpe paraguaio e a garganta mais ativa pró-livres mercados na região**ao lado de Serra, fez da Fiesp um bunker anti-ingresso da Venezuela no Mercosul**falando pelos cotovelos, vocaliza interesses conservadores locais e americanos e ataca o governo argentino, em conexão com a direita portenha** o Itamaraty silencia. 

Venezuela no Mercosul:
Mujica não é bobo

“O Uruguai não podia vetar o eventual ingresso da Venezuela”, disse Mujica.

Saiu na Folha (*):

Mujica admite que política pesou mais na decisão sobre a Venezuela


“O presidente uruguaio José Mujica disse que “elementos políticos” pesaram mais que “elementos jurídicos” na decisão de aprovar o ingresso da Venezuela como membro pleno do Mercosul.

(…)

“Eu sou o responsável [pela posição do Uruguai na reunião do Mercosul] e não o chanceler.

(…)

Em relação ao imbróglio do Mercosul, Mujica disse que, durante a reunião reservada entre os três dirigentes –Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina) e ele– surgiram “novos elementos políticos” que levaram à decisão de aprovar o ingresso da Venezuela.

(…)

Mujica reservou suas palavras mais duras para o Senado paraguaio, que votou pela destituição de Fernando Lugo no final de junho.

“Esse mesmo Senado que há cinco anos (…) [nega] o ingresso da Venezuela ao Mercosul com argumentos imorais e triviais, agora destitui um presidente, o substitui como quem troca de camisa, e desconhece o pedido de mais de uma dezena de chanceleres”, afirmou.

A declaração faz referência à comissão de representantes diplomáticos que procurou se reunir com parlamentares paraguaios antes do julgamento político.

A Venezuela, declarou, “é muito mais que um governo, é uma nação irmã exportadora de energia e compradora de comida. E ficamos muitos anos mendigando ao Senado paraguaio para que permita o ingresso no Mercosul”, acrescentou.

“Em virtude disso, o Uruguai não podia vetar o eventual ingresso da Venezuela, quando foi o parlamento uruguaio que decidiu aprovar sua incorporação”, concluiu.



Sobre a (diria a Folha (*)) alegada crise criada pelo PiG (**) brasileiro em torno da entrada da Venezuela no Mercosul, leia a entrevista de Marco Aurélio Garcia ao ansioso blogueiro.


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

O Zé e o BIS


ANTONIO DELFIM NETTO

Meu compadre Zé, sujeito arretado, trabalhador honesto e temente a Deus, ganha com seu trabalho duro cerca de R$ 1.200 por mês. Pagava R$ 200 de aluguel. Cuidadoso, não tinha qualquer dívida. Não constava nas estatísticas dos bancos e muito menos na de devedores duvidosos.

Foi tentado pelo Diabo. Comprou uma residência no programa Minha Casa, Minha Vida e hoje paga R$ 200 de prestação. De acordo com a mistificação estatística a que todos somos sujeitos, o Zé está agora altamente endividado! Num fechar de olhos, passou de virtuoso não devedor a um suspeito inadimplente potencial que deve 20% da sua renda! Pobre do Zé. Quem mandou ser ambicioso!

Isso não é uma parábola. Há milhares de Zés "exagerando" no crédito porque essa é a sua "riqueza"! Isso impressionou alguns economistas locais e acabou sendo ouvido em Basileia. Foi expresso no relatório anual do Bank of International Settlements, o famoso BIS.

O assunto causou comoção. Os economistas do BIS contam-se entre os mais bem apetrechados do mundo. E justamente. Sempre mantiveram distância da vertigem cientificista. De fato, em 2005/2006, seus trabalhos deixavam claro que a aparente calmaria que o Fed atribuía às virtudes da sua política monetária escondia perigos insuspeitados.

Eles e mais meia dúzia de bons profissionais alertaram para a crise que se construía num sistema financeiro cuidadosamente desregulado em nome de uma suposta "ciência". É preciso, portanto, ouvi-los quando falam.

O aumento do endividamento das famílias no Brasil é mencionado ligeiramente nas págs. 26 a 30 do relatório, sempre com muito cuidado. Não há qualquer observação com conotação negativa. Aliás, a comparação das taxas de crescimento da relação crédito/PIB é tratada corretamente: "O rápido crescimento do crédito não é necessariamente ruim. Os sistemas financeiros de alguns países emergentes ainda são relativamente subdesenvolvidos e muitas famílias e empresas estão fora deles. Assim, o rápido crescimento do crédito pode refletir tanto um desenvolvimento financeiro quanto um excesso" (pág. 28).

Como deveria ser óbvio, o aumento da relação crédito/PIB de 25% para 50% em poucos anos no Brasil não pode e não deve ser considerado um "excesso", porque ainda temos uma das menores bancarizações do mundo. E como aumentá-la senão fazendo o crédito crescer mais do que o PIB?

Houve, seguramente, algum excesso no setor de automóveis que foi agravado pela imbecilidade que atingiu o sistema de leasing. O que ninguém falou é que na pág. 30 do relatório (gráfico III.7) o BIS mostra a higidez do sistema bancário brasileiro.


 
 

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