“Dar dente ao banguela” talvez seja uma forma de entender a passagem do trabalhismo brizolista ao de Lula e Dilma.
Saiu no Ancelmo, na pág. 20 do Globo:
O Ministro Alexandre Padilha, da Saúde, anuncia hoje que foram produzidas no Brasil, em 2011, 340 mil próteses dentárias, 85% a mais do que em 2010.
De janeiro a abril deste ano, já foram feitas 102 mil. A meta é chegar a 400 mil até dezembro.
No importante ensaio “Brizolismo – estetização da política e carisma”, de João Trajano Sento-Sé, da Editora FGV, 1999, há um capítulo de título “O sorriso do banguela”.
Começa assim: “Em publicação de campanha solicitada à biografia de Brizola, José Arthur Poerner fez a seguinte observação: ‘os comícios do Brizola são o lugar de maior concentração de desdentados por metro quadrado do Brasil’ ”.Daí, Sento-Sé parte para analisar um componente central da “ideologia” brizolista: a opção pelo pobre tinha a sua estética – “a figura expressiva e perturbadora do riso ou grito sem dentes, a boca escancarada do banguela, que representa o homem destituido da … cidadania e dos bens em que ela implica.”
“Tratar o brizolismo … significa em grande parte … entender a metáfora do banguela, símbolo e síntese da massa de excluídos da sociedade brasileira e do próprio brizolismo.”
“Dar dente ao banguela” talvez seja uma forma de entender a passagem do trabalhismo brizolista ao de Lula e Dilma.
Mas, aí já fica complicado demais.
Vamos esperar o sociólogo Fernando Henrique Cardoso e seus mervais discípulos explicar num daqueles notáveis ensaios no Estadão e no Globo.
Onde nunca faltaram dentes, especialmente os caninos.
Paulo Henrique Amorim
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