O PMDB, até agora, tem melado a convocação do jornalista Policarpo Junior, da revista Veja, para depor na CPI do Cachoeira. Fala-se até em pacto do partido com a revista e com a TV Globo, onde o PMDB alivia a revista na CPI e a revista aliviaria denúncias contra peemedebistas.
Será que, em tempos de internet, é bom negócio para o PMDB entrar em campo como parceiro estratégico da revista no lugar de Cachoeira?
Na verdade, se a relação da revista com o bicheiro fosse apenas de jornalista com fonte, a revista deveria ser a maior interessada em comparecer na CPI com transparência, para não deixar margem de dúvidas. Quando foge, a revista se comporta como o próprio Cachoeira e todos os outros que invocaram o direito constitucional de ficar em silêncio para não se incriminar. Cachoeira, sua mulher, e outros comparsas pediram ao judiciário habeas-corpus para garantir o silêncio. No caso da revista Veja, o equivalente ao habeas-corpus tem sido o PMDB negar os votos necessários à convocação.
Por outro lado, a ideia de pacto para blindar peemedebistas de denúncias deixa transparece haver denúncias abafadas, o que não ajuda em nada a imagem do partido e aguça o radar de internautas, blogueiros e de jornalistas investigativos da outra parte da imprensa independente do eixo Globo-Veja-Folha-Estadão.
No século passado um pacto dessa natureza representava uma aliança das oligarquias midiáticas com as oligarquias políticas para compartilharem o poder. Nesta década, quando a internet democratiza e socializa a informação que a velha imprensa esconde, a decisão do PMDB parece mais abraço de afogado.
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