Audiência média em janeiro, de 24,5 pontos, foi a pior da história e caiu impressionantes sete pontos em relação ao mesmo período do ano passado; fórmula do telejornal apresentado por William Bonner e Patrícia Poeta, voltada para o "Homer Simpson", começa a dar sinais de esgotamento, num país onde o fluxo de informação é cada vez maior
247 - Numa declaração sincera, mas nem tão feliz assim, o jornalista William Bonner, da Globo, disse certa vez que apresentava o Jornal Nacional para o "Homer Simpson", o que explicaria a falta de profundidade nas análises do principal noticiário da televisão brasileira. A fórmula, no entanto, parece estar envelhecendo. Dados levantados pela coluna Zapping, da Folha de S. Paulo, indicam que a audiência do JN está praticamente derretendo.
"Com uma média de 24,5 pontos, o "Jornal Nacional" (Globo) registrou o pior janeiro de sua história. Em relação ao mesmo período de 2012, o telejornal de William Bonner e Patrícia Poeta caiu sete pontos: no ano passado, registrou 31,3 pontos. Antes disso, o pior Ibope do "JN" havia sido marcado em janeiro de 2010 (29,2 pontos). O melhor resultado foi em 2001, quando encerrou o mês de janeiro com 40 pontos", informa a coluna.
Como o JN é o principal produto jornalístico da Globo, de onde vem sua influência e, portanto, sua audiência publicitária, os dados são alarmantes. Recentemente, a Globo contratou o publicitário Sérgio Valente, ex-presidente da DM9, uma agência do grupo de Nizan Guanaes, para azeitar suas relações com o governo e com o mercado publicitário. A missão de Valente será fazer com que a Globo continue a ter uma receita que é, a cada dia que passa, mais desproporcional em relação à sua audiência, que vem evaporando.
No ano passado, apesar de sua audiência menor, a Globo fechou seus balanços com um faturamento 10% maior do que o de 2011, com receitas de R$ 12 bilhões. Não será tão simples manter o ritmo em 2013.
MERVAL ESTÁ "NO PÍNCARO DA DEVOÇÃO À CAUSA PÚBLICA"
Frase é de Carlos Ayres Britto. Ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, que escreveu o prefácio do livro "Mensalão", coletânea de artigos de Merval Pereira que ajudaram a ditar os passos e os votos de diversos ministros, ele define o jornalista como uma espécie de herói da cidadania brasileira; Merval, por sua vez, diz que o ápice do "julgamento do século" foi a condenação de José Dirceu.
247 - "Merval Pereira, cidadão full time e conscientemente postado no píncaro da devoção à causa pública, entregou-se à corajosa missão de escrever os artigos, na presciência de que a Ação Penal 470 sinalizava uma virada cultural de página no nosso país". Palavras de Carlos Ayres Britto, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, no prefácio do livro "Mensalão", que acaba de ser lançado pelo jornalista Merval Pereira, colunista do jornal O Globo.
Tão polêmico quanto o livro em si é o fato de Britto, que vê Merval como um herói da cidadania brasileira, ter concordado em escrever o prefácio. Mais do que um observador isento, o colunista do Globo tem se destacado, nos últimos anos, como uma das vozes mais engajadas da oposição brasileira – a oposição, como definida por Rui Falcão, presidente do PT, que não tem rosto mas tem voz.
Ao longo do "julgamento do século", Merval Pereira publicou diversas colunas, agora reunidas em livro, que censuraram ministros, como Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, e anteciparam comportamentos e votos de outros, como Celso de Mello e o próprio Britto. Mais do que um mero observador, ele foi, de certa forma, um regente do espetáculo.
Numa reportagem publicada no jornal O Globo deste sábado, ele falou, pela primeira vez, sobre seu segundo livro – o primeiro, também uma coletânea de artigos de jornal, lhe rendeu uma vaga na Academia Brasileira de Letras. "A leitura em conjunto dá uma dimensão mais ampla da importância do julgamento, e permite ao leitor acompanhar os movimentos políticos que giraram em torno daquele acontecimento histórico com um distanciamento que permite uma análise mais acurada", afirmou o autor.
Segundo Merval, o grande momento foi a condenação de José Dirceu como "chefe da quadrilha". "O dia histórico sem dúvida nenhuma foi o dia em que o ex-ministro José Dirceu foi condenado, pelo simbolismo que a decisão embute: a lei existe para todos, e não há ninguém acima dela".
O jornalista do Globo também aproveitou para censurar o ex-presidente Lula, que, segundo ele, tentou interferir no julgamento, adiando-o, mas teria sido impedido pela ação dos meios de comunicação. "A manobra foi abortada por denúncia da imprensa", disse Merval, referindo-se a uma polêmica reportagem de Veja, ancorada na suposta intimidação sofrida pelo ministro Gilmar Mendes.
Autor do prefácio e também poeta, não será surpresa se, em breve, Ayres Britto vier a se tornar o mais novo integrante da Academia Brasileira de Letras.
EMPOSSADO, RENAN PODE DAR O TROCO EM GURGEL
Depois de o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apresentar denúncia ao STF contra o peemedebista a uma semana de sua eleição para a presidência do Senado, Renan Calheiros tem a chance de dar o troco: como presidente do Senado, ele tem em mãos uma representação feita pelo senador Fernando Collor (PTB-AL) que pede a abertura de processo de impeachment contra Gurgel no caso do bicheiro Carlinhos Cachoeira
247 - A denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) não chegou a impedir a eleição do peemedebista à presidência do Senado nesta sexta-feira, mas foi motivo de grande constrangimento. Antes mesmo de assumir oficialmente sua candidatura, nesta quinta-feira, o senador teve de se explicar sobre um caso que estava há dois anos nas mãos do procurador-geral e foi encaminhado por ele a apenas uma semana da eleição. Pois, se Renan guarda algum rancor, tem uma boa oportunidade de dar o troco.
Enquanto novo presidente do Senado, o peemedebista terá a atribuição de colocar sob apreciação do Senado uma representação contra Gurgel. A representação foi apresentada pelo senador Fernando Collor (PTB-AL) e pede a abertura de impeachment contra o procurador-geral no caso do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
O pedido de impeachment foi apresentado no ano passado, durante a CPI do Cachoeira, e se baseia na recusa do procurador-geral em comparecer ao Senado para explicar por que não encaminhou a denúncia da organização criminosa, apesar das provas colhidas pela Polícia Federal nas operações Vegas e Monte Carlo. Nesta sexta-feira, Collor voltou a fazer duras críticas ao trabalho de Gurgel à frente da Procuradoria Geral da República.
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