*MOVIMENTO PASSE LIVRE REPUDIA O AVANÇO DA DIREITA NAS RUAS E DESISTE DE NOVOS PROTESTOS (leia 'O Day After', Blog das Frases; nesta pág)
Dilma precisa falar à Nação: é urgente tranquilizar o país, ademais de anunciar medidas que contemplem justas reivindicações de melhoria dos serviços públicos **é inadiável distinguir anseios democráticos do golpismo emitido pela corneta do dispositivo midiático que insufla febrilmente multidões sem rumo ,hostiliza partidos e organizações sociais, propaga um clima de desgoverno para justificar o mesmo golpe tentado, e frustrado, em 2009.
"Setores conservadores da sociedade buscam disputar o sentido dessas manifestações. Os meios de comunicação buscam caracterizar o movimento como anti Dilma, contra a corrupção dos políticos, contra a gastança pública e outras pautas que imponham o retorno do neoliberalismo. Acreditamos que as pautas são muitas, como também são as opiniões e visões de mundo presentes na sociedade. Trata-se de um grito de indignação de um povo historicamente excluído da vida política nacional e acostumado a enxergar a política como algo danoso à sociedade. (...) O momento é propício para que o governo faça avançar as pautas democráticas e populares, e estimule a participação e a politização da sociedade. Propomos a realização com urgência de uma reunião nacional, que envolva os governos estaduais, os prefeitos
das principais capitais, e os representantes de todos os movimentos sociais. De nossa parte estamos abertos ao diálogo, e achamos que essa reunião é a única forma de encontrar saídas para enfrentar a grave crise urbana que atinge nossas grandes cidades.O momento é favorável. São as maiores manifestações que a atual geração vivenciou e outras maiores virão. Esperamos que o atual governo escolha governar com o povo e não contra ele"(assinam mais de 30 organizações e movimentos, entre os quais a CUT, UNE, MST,UBES, Vila Campesina, Levante Popular, Intervozes etc. Leia mais aqui)
MPL já obteve vitórias na discussão sobre tarifa zero no DF
Na capital federal, o movimento é forte e já foi responsável por duas conquistas históricas: o passe livre para estudantes e o congelamento das tarifas desde 2006: entre R$ 1,5 (para rotas na mesma região administrativa) e R$ 3 (para trajetos entre cidades-satélites mais distantes).
Brasília - Ninguém sabe ao certo qual rumo irão tomar os levantes juvenis que sacodem Brasília desde às vésperas da abertura da Copa das Confederações. Como no restante do país, as manifestações que ganham as ruas da capital federal, todos os dias, congregam as mais diversas pautas dos mais diferentes movimentos: da progressista luta pela democratização da mídia às velhas falácias reacionárias das marchas contra a corrupção. Mas uma vitória inegável os jovens do Distrito Federal já podem comemorar: o Movimento Passe Livre (MPL) impôs na agenda de governo e governados a discussão sobre a polêmica tarifa zero, tema que, até poucos dias atrás, era completamente desconhecido da maioria dos brasileiros, considerado sandice pelos mais reacionários e utopia até mesmo para a esquerda!
Ao contrário de outras capitais onde o MPL comemora a redução das tarifas, Brasília não registra aumento nas passagens de ônibus desde 2006, quando o movimento realizou uma das suas maiores manifestações de rua. No DF, as tarifas estão congeladas entre R$ 1,5 (para rotas na mesma região administrativa) e R$ 3 (para trajetos entre cidades-satélites mais distantes). O passe-livre também já foi universalizado para estudantes das redes pública e particular. São quase 200 mil alunos que utilizam o transporte coletivo gratuitamente para chegar às escolas, uma outra conquista histórica do próprio MPL.
Mais os jovens de Brasília querem mais: reivindicam acesso irrestrito e gratuito à cidade 24 horas por dia, em transporte público de qualidade. “O transporte representa hoje uma enorme ferramenta de exclusão, através dele se dita quem e a que horas se pode transitar pela cidade”, diz o manifesto do MPL. “O transporte deve ser compreendido com um direito fundamental, não como mercadoria. Portanto, deve ser custeado da mesma forma que são a saúde e a educação, através dos altos impostos que já são pagos pela população”, continua o documento.
A imprensa trata a pauta como uma sandice a mais dentre tantas outras que têm surgido no clamor das ruas. A própria população que poderá ser beneficiada com a reivindicação se divide ao avaliar que preço justo e qualidade talvez já sejam suficientes. Mas o Governo do Distrito Federal (GDF) - que durante a abertura da Copa optou por tratar os jovens manifestantes como caso de polícia, abusando de gás de pimenta, balas de borracha, prisões e criminalização pública das lideranças - teve que voltar atrás, rever sua política e abrir canais de diálogo com MPL.
A primeira reunião, na última quarta (19), já deixou um saldo positivo. O GDF anunciou que, a partir da próxima semana, começa a implantar um sistema progressivo de ônibus 24 horas. Demanda reprimida da capital federal onde o metrô fecha às 23 horas e apenas 15 rotas de ônibus funcionam precariamente após este horário.
Outra reunião ficou marcada para a próxima semana. Nela, começarão a ser discutidas as possibilidades de financiamento para a tarifa zero. O secretário de Transportes do DF, José Walter Wasquez, afirma que são necessários R$ 134 milhões por mês para arcar com o projeto, montante que, segundo ele, o governo não sabe de onde tirar.
Já o secretário de Governo, Gustavo Ponce de Leon, que conduz as negociações, adota um tom mais acolhedor. Em entrevista coletiva, afirmou que a bandeira da tarifa zero, embora implantada apenas em poucas cidades do mundo, não é utopia. “O nosso compromisso é o de construir essa proposta e verificar os horizontes disso que a gente considera um sonho possível. É uma questão de uma opção a ser construída na sociedade como um todo”, arriscou.
O MPL foi preparado para o debate e já apresentou uma proposta de projeto de lei que cria um fundo especial para financiar a tarifa zero, embora sem fonte claramente definida. “Se a sociedade inteira se beneficia com o transporte público, é preciso que toda a sociedade ajude a pagar essa conta. Em especial os mais ricos, que têm carro próprio”, afirmou a antropóloga Leila Silveira, uma das lideranças forjadas pelo MPL.
Segundo ela, mesmo com o canal de negociação já aberto com o governo, o movimento não pretende acabar com as manifestações. "Existe uma disponibilidade de diálogo e o que a gente quer é que esse diálogo se transforme em medidas práticas para que o transporte seja de fato visto como um direito. A gente acredita que a pressão popular pode mudar as coisas e vamos continuar nas ruas", reforçou a militante.
Na quarta, após a reunião com o GDF, o MPL seguiu para Esplanada dos Ministérios chamando a manifestação “Tarifa Zero vai virar realidade”. E em horário pouco comum: durante a transmissão do jogo da seleção brasileira que ocorria em Fortaleza (CE). O grito de guerra? “Por uma vida sem catracas”.
Ao contrário de outras capitais onde o MPL comemora a redução das tarifas, Brasília não registra aumento nas passagens de ônibus desde 2006, quando o movimento realizou uma das suas maiores manifestações de rua. No DF, as tarifas estão congeladas entre R$ 1,5 (para rotas na mesma região administrativa) e R$ 3 (para trajetos entre cidades-satélites mais distantes). O passe-livre também já foi universalizado para estudantes das redes pública e particular. São quase 200 mil alunos que utilizam o transporte coletivo gratuitamente para chegar às escolas, uma outra conquista histórica do próprio MPL.
Mais os jovens de Brasília querem mais: reivindicam acesso irrestrito e gratuito à cidade 24 horas por dia, em transporte público de qualidade. “O transporte representa hoje uma enorme ferramenta de exclusão, através dele se dita quem e a que horas se pode transitar pela cidade”, diz o manifesto do MPL. “O transporte deve ser compreendido com um direito fundamental, não como mercadoria. Portanto, deve ser custeado da mesma forma que são a saúde e a educação, através dos altos impostos que já são pagos pela população”, continua o documento.
A imprensa trata a pauta como uma sandice a mais dentre tantas outras que têm surgido no clamor das ruas. A própria população que poderá ser beneficiada com a reivindicação se divide ao avaliar que preço justo e qualidade talvez já sejam suficientes. Mas o Governo do Distrito Federal (GDF) - que durante a abertura da Copa optou por tratar os jovens manifestantes como caso de polícia, abusando de gás de pimenta, balas de borracha, prisões e criminalização pública das lideranças - teve que voltar atrás, rever sua política e abrir canais de diálogo com MPL.
A primeira reunião, na última quarta (19), já deixou um saldo positivo. O GDF anunciou que, a partir da próxima semana, começa a implantar um sistema progressivo de ônibus 24 horas. Demanda reprimida da capital federal onde o metrô fecha às 23 horas e apenas 15 rotas de ônibus funcionam precariamente após este horário.
Outra reunião ficou marcada para a próxima semana. Nela, começarão a ser discutidas as possibilidades de financiamento para a tarifa zero. O secretário de Transportes do DF, José Walter Wasquez, afirma que são necessários R$ 134 milhões por mês para arcar com o projeto, montante que, segundo ele, o governo não sabe de onde tirar.
Já o secretário de Governo, Gustavo Ponce de Leon, que conduz as negociações, adota um tom mais acolhedor. Em entrevista coletiva, afirmou que a bandeira da tarifa zero, embora implantada apenas em poucas cidades do mundo, não é utopia. “O nosso compromisso é o de construir essa proposta e verificar os horizontes disso que a gente considera um sonho possível. É uma questão de uma opção a ser construída na sociedade como um todo”, arriscou.
O MPL foi preparado para o debate e já apresentou uma proposta de projeto de lei que cria um fundo especial para financiar a tarifa zero, embora sem fonte claramente definida. “Se a sociedade inteira se beneficia com o transporte público, é preciso que toda a sociedade ajude a pagar essa conta. Em especial os mais ricos, que têm carro próprio”, afirmou a antropóloga Leila Silveira, uma das lideranças forjadas pelo MPL.
Segundo ela, mesmo com o canal de negociação já aberto com o governo, o movimento não pretende acabar com as manifestações. "Existe uma disponibilidade de diálogo e o que a gente quer é que esse diálogo se transforme em medidas práticas para que o transporte seja de fato visto como um direito. A gente acredita que a pressão popular pode mudar as coisas e vamos continuar nas ruas", reforçou a militante.
Na quarta, após a reunião com o GDF, o MPL seguiu para Esplanada dos Ministérios chamando a manifestação “Tarifa Zero vai virar realidade”. E em horário pouco comum: durante a transmissão do jogo da seleção brasileira que ocorria em Fortaleza (CE). O grito de guerra? “Por uma vida sem catracas”.
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