247 - O banqueiro André Esteves, sócio do BTG Pactual, banco de investimento que prosperou na era Lula e Dilma, deveria aconselhar o economista Persio Arida, número dois na instituição financeira, a ser mais prudente em suas declarações.
Neste sábado, o jornal Estado de S. Paulo publica um breve depoimento de Arida sobre o crescimento de 1,5% (6% anualizados) da economia no segundo trimestre deste ano – o que surpreendeu analistas pessimistas, como o próprio Arida, que vinham apontando um cenário de estagnação.
Sem meias palavras, Arida demonstrou inconformismo com o crescimento forte do PIB. Segundo ele, a "economia brasileira está sobreaquecida, aquecida demais em relação ao seu potencial." Além disso, ao dizer que o Brasil vive hoje uma situação "maior que o pleno emprego", ele sugeriu que o governo promova a recessão para que as empresas demitam trabalhadores. Segundo ele, a taxa de desemprego está baixa para a realidade do País e deveria ser entre 6,5% e 7%. "Essa seria a nossa Nairu", disse, referindo-se à sigla em inglês que significa taxa de desemprego que não acelera a inflação.
Elevar a taxa de desemprego da casa de 5% para 7%, como deseja Arida, significaria colocar na rua da amargura milhões de brasileiros, mas é exatamente isso que ele propõe.
O economista falou durante um congresso promovido pela BM&FBovespa em Campos do Jordão (SP). No evento, ele também criticou a correção do salário mínimo e a Taxa de Juros de Longo Prazo, do BNDES. Curiosamente, no governo FHC, além de presidente do Banco Central, ele comandou o BNDES.
Neste sábado, quem falou no evento da BM&F Bovespa foi Gustavo Franco, outro economista tucano, que previu grandes turbulências em 2014.
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