Ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho diz que governos do prefeito Fernando Haddad e do ex-presidente Lula são exemplos de gestões que levam investigações contra corrupção adiante; no caso da Prefeitura paulista, onde ação conjunta da administração com o MP desmantelou uma quadrilha que fraudava o ISS, foi a abertura da "caixa da Pandora", diz Carvalho, segundo quem o PT "corta na própria carne" nesses casos; na mitologia grega, a caixa de Pandora era um jarro que continha todos os males do mundo
SP247 – A investigação conjunta entre o Ministério Público e a Corregedoria-Geral do município de São Paulo que apontou uma fraude na cobrança do ISS (Imposto Sobre Serviços) na cidade foi a abertura, pelo prefeito Fernando Haddad (PT), da "caixa de Pandora". A comparação com a mitologia grega foi feita nesta segunda-feira 11 pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
Segundo ele, o governo de Haddad, assim como foi o do ex-presidente Lula, são exemplos em dar sequência a investigações contra a corrupção. "Essa impressão que se tem de que os governos do PT são governos mais corrompidos decorre exatamente de uma virtude dos governos do PT, que tiveram a coragem, como o Lula teve e Fernando está tendo lá em São Paulo, de abrir as Caixas de Pandora", disse Carvalho.
O ministro declarou ainda que as gestões petistas dão "instrumentos que o estado dispõe e que antes permaneciam tolhidos por falta de autonomia, por falta de recursos, e que não faziam investigações adequadas". Já o PT "corta na própria carne", declara Carvalho. "Desde 2003 que o Lula disse o seguinte: não há chance. Quem não quiser ser investigado que não erre. Quem errar é investigado. Doa a quem doer. Tanto que nós cortamos na carne o tempo todo, coisa que no passado não acontecia", comentou.
A investigação na Prefeitura de São Paulo resultou na prisão de quatro auditores acusados de cobrar propina de construtoras para liberar imóveis com o pagamento irregular do ISS. As empresas tinham vantagens pagando valores menores do que seria a quantia integral do imposto. De acordo com o relato de uma testemunha não identificada, os fiscais extorquiam os empresários, e estes, se não pagassem, tinham seus processos adiados.
ARMÍNIO, GURU DE AÉCIO, FALA
EM
MUDAR QUASE TUDO
Presidente do Banco Central no governo FHC, Armínio Fraga defende mudanças "ao que foi feito nos últimos seis anos", ou seja, desde que Guido Mantega se tornou ministro da Fazenda; isso significa, por exemplo, fim das desonerações e ajuste fiscal; em entrevista, ele se mostra favorável ao aumento da taxa de juros e alerta que "a coisa está ficando perigosa"; ao falar sobre BNDES, propõe um banco menor; economista defende ainda uma entrega maior do Estado e conta que contribuirá nas discussões econômicas do pré-candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB); "Dessa discussão eu faço parte sim", diz
247 – Guru do candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves, o economista Armínio Fraga defende mudar quase tudo feito nos últimos seis anos. No caso, desde que Guido Mantega se tornou ministro da Fazenda. Mudanças radicais nessa área significariam, por exemplo, o fim das desonerações feitas principalmente no governo Dilma Rousseff e o ajuste fiscal. Apesar de negar ser um "pessimista a longo prazo", avalia que os resultados dos últimos anos "não têm sido tão bons".
Em entrevista ao jornal Brasil Econômico, ele se diz favorável ao aumento da taxa de juros num curto prazo por conta da inflação, "uma boa notícia", como define. "(...) A inflação já está beirando os 6%. Quando se leva em conta que o combustível está tabelado, que seguraram as tarifas de ônibus, que muitas desonerações foram feitas e que talvez não sejam sustentáveis, eu creio que a coisa está ficando perigosa. A meta é 4,5% e está dois pontos acima do centro da meta. Era preciso fazer alguma coisa, sem dúvida", afirma.
Leia abaixo alguns temas da entrevista (íntegra aqui):
Sobre o tamanho do BNDES
O tamanho do BNDES é um tema interessante. O BNDES tem anunciado, recentemente, que vai focar mais na infraestrutura. O dinheiro original do banco, os fundos do trabalhador, já acabou. Está todo aplicado. Então, para o BNDES crescer a sua carteira, o governo terá que emitir dívida pública e usar o produto dessa emissão para capitalizar o BNDES. Tem áreas importantes em que o banco tem um papel a contribuir mas ele poderia e deveria exigir mais do setor privado, para desenvolver o mercado também. O Brasil tem hoje fundos de pensão, seguradoras, capital de longo prazo. Tem que fazer o mercado de capitais existir, crescer. Por outro lado, se oferece uma quantidade enorme de dinheiro, o mercado se acomoda. Se eles apertassem um pouco mais, a médio e longo prazo seria saudável.
Relação com Aécio Neves
Campanha não [faço parte], eu não sou político. O Aécio é presidente do PSDB, que ainda está definindo seu caminho. Eu conheço o Aécio há muitos anos e tenho conversado com ele, mas não sou da equipe de campanha.
Ele disse publicamente que gostaria de apresentar no mês que vem algumas ideias para discussão, que não seria, portanto, um programa de governo. E dessa discussão eu faço parte sim.
Linha a ser adotada
Muito do que eu tenho dito aqui é meu, mas acredito que alguma coisa possa fazer parte essas ideias. Arrumar um pouco a casa no lado macro, creio ser um ponto mais ou menos claro.
Mas seria um ajuste?
Eu não sei, é melhor esperar. Quem está definindo isso é o próprio Aécio junto como partido e colegas. Mas eu penso que sim, acho que seriam diferenças muito importantes ao que foi feito nos últimos seis anos.
Armínio rejeita o Estado mínimo e defende uma entrega maior do Estado
Acredito que o Brasil não deve ter um estado mínimo, jamais recomendaria isso. Eu acho que o Estado tem que entregar mais. Se eu fosse falar na linguagem de empresas, o Brasil tem um custo fixo alto, um overhead (custo operacional) alto. Então para o overhead que o Brasil tem, deve entregar mais. Anos atrás, disse em uma entrevista, para provocar, que eu achava naquele momento, e continuo a achar, que o Brasil precisa de certa maneira reestatizar o Estado. Estar menos sujeito a influências privadas e partidárias. O Estado não pode ser veículo de uso privado ou partidário.
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