247 – Escolhido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, para estar solto até o momento, apesar de condenado na Ação Penal 470, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) tripudia, enquanto petistas como José Dirceu, José Genoino (com uma doença grava no coração) e Delúbio Soares dormem em suas celas no Complexo da Papuda, em Brasília.
Numa entrevista concedida à Folha de S.Paulo, publicada nesta quinta-feira 21, o delator do chamado 'mensalão', condenado por receber R$ 4,5 milhões do esquema, conta ter relação "complicada" com alguns réus e diz que não pode ir para a Papuda. "Se eu for para a Papuda, vai ser uma situação muito ruim, muito delicada. O ambiente é muito hostil para mim", defende. Ele diz ainda que correria risco de vida na penitenciária da capital.
Na mesma conversa com o jornalista Bernardo Mello Franco, no Rio, Jefferson critica declarações de Dirceu de que ele seria um preso político. "Isso é um absurdo. Não emplaca, não cola", diz. "O julgamento foi feito às claras, transmitido pela TV. Que preso político é esse? É a mesma coisa que ele dizer que foi cassado por um Congresso de exceção. Não tem cabimento. Se eu disser isso, você vai rir de mim", critica.
Para o deputado Chico Vigilante (PT-DF), é uma "petulância" Jefferson, ainda solto, dar entrevistas à Folha e ainda criticar declarações do ex-ministro da Casa Civil feitas no dia de sua prisão. E um "absurdo" o ex-parlamentar querer "ditar o STF", dando indicações de para onde poderia – ou não – ir quando saísse seu mandado de prisão. Em nota exclusiva ao 247, Vigilante protesta:
"É um verdadeiro absurdo que sob a alegação de estar doente permaneça em sua casa, no interior do Rio de Janeiro, e ainda queira ditar ao STF, como está fazendo, onde irá cumprir sua pena", diz o deputado do Distrito Federal, sobre Jefferson. "Roberto Jefferson, delator do esquema do mensalão, na verdade, foi pego com a boca na botija roubando dos Correios, e na tentativa de desviar a atenção sobre os fatos fez o que todos nós já sabemos", lembra.
Dois pesos e duas medidas
No texto, Chico Vigilante afirma ainda que o presidente do Supremo, ao expedir mandado de prisão para apenas parte dos réus, incluindo Dirceu, Genoino e Delúbio, "demonstra que tem a intenção clara de perseguir os petistas condenados pela Ação Penal 470" e que, por isso, trabalha com dois pesos e duas medidas. "O ministro Joaquim Barbosa deveria agir de forma condizente com seu cargo e não se utilizar de dois pesos e duas medidas para o tratamento dos condenados petistas e dos demais", escreve.
Leia aqui a íntegra da entrevista de Roberto Jefferson e abaixo, a nota de Vigilante:
DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS
Mais uma vez o ministro Joaquim Barboza demonstra que tem a intenção clara de perseguir os petistas condenados pela Ação Penal 470. Dos 23 condenados, 12 ainda continuam soltos, entre eles o ex-deputado Roberto Jefferson, PTB-RJ, que além de livre, tem a petulância de dar entrevistas à Folha de São Paulo, criticando as declarações do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu no dia de sua prisão.
Joaquim Barboza estava ciente de que, expedindo na primeira leva, mandatos de prisão contra o deputado Genoino, José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, garantiria, assim como aconteceu, um verdadeiro espetáculo midiático, resultando à imprensa comercial altos índices de audiência e expondo à critica petistas considerados pelo partido como homens de valor.
Roberto Jefferson, delator do esquema do mensalão, na verdade, foi pego com a boca na botija roubando dos Correios, e na tentativa de desviar a atenção sobre os fatos fez o que todos nós já sabemos.
É um verdadeiro absurdo que sob a alegação de estar doente permaneça em sua casa, no interior do Rio de Janeiro, e ainda queira ditar ao STF, como está fazendo, onde irá cumprir sua pena.
O ex-deputado José Genoino, tem sérios problemas de coração e de pressão alta e nem por isso está livre. Enquanto isso Roberto Jefferson alega que não pode cumprir pena na Papuda, onde se encontram todos os demais condenados presos até o momento, alegando que ai se encontram desafetos seus. Desafetos seus ele deve ter em muitos outros lugares.
O ministro Joaquim Barboza deveria agir de forma condizente com seu cargo e não se utilizar de dois pesos e duas medidas para o tratamento dos condenados petistas e dos demais. Deixo aqui o meu mais veemente protesto como petista e como cidadão brasileiro, por acreditar que numa democracia temos direitos iguais, condenados ou não.
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