3 de novembro de 2013 | 16:44
A matéria, hoje, na Folha, onde se aponta que o Brasil paga, anualmente, 5,7% – ou 4,9%, que seria o patamar atual – de seu PIB em juros deveria ser um escândalo nacional.
É curioso, porém, que a matéria não mencione quanto isso representa em dinheiro que o país entrega ao rentismo.
Isso significa algo em torno de R$ 250 bilhões.
É como se entregássemos, a cada ano, mais do que gastamos com a educação, ou com a saúde.
Isso não entra no discurso do pessoal que fala em um Brasil “padrão Fifa”.
Não é possível sonhar se não se olha a corrente no pé.
Um corrente que não é possível romper, o que é o pior dela, sem romper a própria estabilidade econômica e política do país.
Mas que não pode ser esquecida ou tratada como “normal” na vida do país.
Dilma não mereceu um aplauso dos “sonháticos” quando baixou os juros.
Mas a mídia e o conservadorismo urraram:
“Intervencionista, interferindo no Banco Central!”
E desencadearam a campanha “inflacionista”
Depois, a da explosão do dólar, mesmo que esta tivesse evidentes causas externas.
Agora, os idólatras do “tripé macroenômico” vêm com a história do “rombo”, do superavit primário que não vai ser atingido – e será.
Os juros brasileiros são uma hemorragia, que mal e mal tentamos estancar com a sua redução e a do montante da dívida, que a década Itamar-FHC tornou gigantesca.
É curioso, para não dizer chocante, que os arautos do “equilíbrio ” falem tanto em responsabilidades e controles, em dosar a torneira da despesa – a que paga serviços e obras públicas – sem jamais mencionar o ralo da dívida.
Por: Fernando Brito
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