247 - Ontem, o jornalista Luis Nassif noticiou (leia
aqui) que o STF deverá tornar público, em breve, o maior segredo do presidente Joaquim Barbosa. Trata-se do inquérito 2474, parte não aproveitada da ação originária do chamado 'mensalão', e que foi mantida sob segredo de Justiça.
O blog O Cafezinho, de Miguel do Rosário, disponibilizou na internet o documento, que segundo ele, já havia sido divulgado "há algum tempo" em alguns blogs pequenos. O relatório será divulgado pelo Supremo sob a presidência interina do ministro Ricardo Lewandowski, segundo Nassif.
Eis aí os documentos que integram o relatório principal do Inquérito 2474. São oito partes. Ele estava há algum tempo publicado no site da Carta Capital, e circulou em alguns blogs pequenos. Nunca foi devidamente divulgado na internet. Eu não ainda tinha posto os olhos nestes documentos. O relatório é assinado pelo delegado federal Luiz Flávio Zampronha.
Segundo o Nassif, o STF irá liberar oficialmente o Inquérito 2474 nas próximas horas. Vamos ver se serão divulgados materiais diferentes do que já descobrimos na web.
Abaixo as primeiras coisas que achei no processo. Ele mostra que a Globo enviou comprovantes e notas fiscais às autoridades requerentes comprovando o recebimento de depósitos feitos pela DNA; o relatório diz, no entanto, que não pode comprovar que se trata do Visanet, e tudo fica por isso mesmo.
Também há provas de depósito na empresa Tom Brasil, onde trabalhou o filho de Joaquim Barbosa como assessor de imprensa em 2010. Evidentemente não acho que isso envolve o rapaz, nem mesmo seu pai, mas é um fato no mínimo desconfortável, porque mostra que um membro da família de Barbosa recebeu, indiretamente, recursos da Visanet.
Barbosa, portanto, sabia que os recursos da Visanet estavam sendo, efetivamente, usados em campanhas publicitárias. As tretas da DNA se davam em outra escala, não na Visanet, que era monitorada por agentes privados e pelo Banco do Brasil. Observe ainda que o responsável direto pelo repasse de recursos da Visanet à Tom Brasil foi Claudio de Castro Vasconcelos, e não Henrique Pizzolato.