Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O sarcófago do Real. >>>>Enquanto comemora o passado de 20 anos do Plano Real, o PSDB quer voltar a ser governo porque simplesmente não consegue e não aguenta mais ser oposição.

Antonio Lassance

PSDB

O PSDB reuniu seus próceres e alguns convidados ilustres, como os governistas de sempre, Renan Calheiros e Romero Jucá, para comemorar os 20 anos do Plano Real.

Atordoado com o indiciamento e a renúncia de Eduardo Azeredo (deputado do PSDB-MG); atropelado pelo escândalo da Siemens e chamuscado com o fio desencapado do caso Alstom; com a garganta seca pelo susto de uma crise de racionamento de água em São Paulo; enfim, com uma avalanche de notícias ruins, era preciso mudar de assunto.

Que tal como comemorar, pela enésima vez, mais um aniversário do Plano Real?

A celebração, embora feita no Senado neste dia 25, teve como referência o 27 de Fevereiro de 1994, data em que foi publicada a certidão de nascimento do Plano Real.

A Medida Provisória nº 434, assinada pelo presidente Itamar Franco, criava a Unidade Real de Valor (URV) e previa sua posterior substituição por uma nova moeda, o Real - o que viria a ocorrer em 1º. de julho daquele ano.

Aécio aproveitou o aniversário para criticar a política econômica do governo Dilma Rousseff. É seu foco principal, quase exclusivo.

Sua crítica mais ácida é que Dilma não respeita o tripé que sustenta o Plano Real: o cumprimento das metas de inflação, o câmbio flutuante e a manutenção de um superávit primário elevado. 

É difícil saber por que os tucanos reclamam. Das três vezes em que a inflação superou o teto da meta, duas foram no governo FHC (2001 e 2002).

(No vídeo acima, FHC faz um relato de alguns dos fracassos de seu governo)
 
O câmbio flutuante só foi implantado por FHC em seu segundo mandato, de uma forma tão atabalhoada que gerou a crise econômica mais aguda que o Real já atravessou. 

O Superávit primário foi sempre maior nos governos de Lula e Dilma do que ao longo do governo FHC (a página do Banco Central na internet traz as séries históricas que permitem fazer todas essas comparações).

Os tucanos reclamaram, na solenidade, que o PT não apoiou o Plano Real e não reconheceu o "legado" de FHC. De fato, o PT foi contra o Plano Real e carimbou de “herança maldita” a situação que recebeu em 2003.

Mas é fácil explicar a posição do PT. É isso o que se espera de um partido de oposição: que se comporte como oposição.

Difícil é entender que o próprio PSDB não tenha defendido o Real, com unhas e dentes, e não tenha se ufanado do legado de FHC durante as últimas três campanhas presidenciais. 

Em 2002, 2006 e 2010, os candidatos tucanos, José Serra e Geraldo Alckmin, varreram FHC para baixo do tapete. 

Renegaram o legado que FHC invoca. Deixaram para trás o que julgavam passado.

Hoje, Aécio celebra o passado. O PSDB tem mesmo boas razões para comemorar. Demorou 12 anos para o partido voltar a defender o governo FHC.

Antes que seja tarde, ambos, FHC e o PSDB, lutam para entrar para a História em uma posição melhor do que saíram. 

O governo tucano terminou com inflação retornando à casa de 2 dígitos, dólar fora de controle, zero de reservas internacionais, empréstimos do FMI, apagões e racionamento de energia. 

Eis uma parte importante do legado que, décadas depois, preferem que seja esquecida. 

Os tucanos seguiram à risca o provérbio de Pedro Malan, segundo o qual, no Brasil, até o passado é incerto. A aposta e a celebração, portanto, fazem sentido. Olhar o passado é sempre uma oportunidade para tentar reescrevê-lo.

O PSDB demonstrou, neste aniversário do Real, que sobrevive e resmunga em seu sarcófago, esperando o retorno de seus dias de glória.  

O partido quer voltar a ser governo porque simplesmente não consegue e não aguenta mais ser oposição.

O difícil é chegar lá dormindo o sono profundo de sua falta de projeto para o país e confinado à letargia de suas iniciativas.

Essa elite política destronada e embalsamada roga aos deuses do universo que a despertem e a conduzam ao seu Palácio; suplica que lhe devolvam o cetro, de preferência, em uma carruagem dourada.

Assim se explica que FHC tenha invocado, em seu discurso, a ajuda divina. Exclamou, ou praguejou, contra a reeleição de Dilma Rousseff: "De novo o mesmo, meu Deus?!"
 

(*) Antonio Lassance é cientista político.


FHC NO CENTRO DA CAMPANHA DO AECIO. ÔBA !


E nem uma palavrinha de apoio ao coitado do Azeredo. Gente ingrata …

Saiu no PiG (*) cada vez menos cheiroso, o Valor:

Em sessão solene do Congresso para homenagear os 20 anos do Plano Real, realizada ontem, o PSDB reforçou o empenho pelo resgate do legado do governo Fernando Henrique Cardoso. Após ter sido banida das campanhas do partido nas últimas três eleições presidenciais, a herança de FHC é agora apresentada como um dos principais suportes da candidatura do senador Aécio Neves (MG) em 2014. Além do ex-presidente tucano, principal homenageado, também participaram dois integrantes da equipe de economistas que formulou o Plano Real, Edmar Bacha e Gustavo Franco.

(O Padim Pade Cerra lá não pisou … Veja Em tempo 2 e 3.)

Como se sabe, nas derrotadas campanhas de 2002 (Cerra), 2006 (Alckmin) e 2010 (Cerra, depois derrotado, também, em 2012, na campanha para prefeito), os candidatos tucanos lançaram o Príncipe da Privataria ao mar.
Preferiam elogiar o Lula, chamar o Lula para o palanque e exaltar a Petrobras e o Banco do Brasil a citar, sequer, citar, o Príncipe.
Por que ?
Porque a rejeição ao FHC é monumental.
Ele não se elege vereador em Higienópolis.
(Ora, dirão os tucanos paulistas que o Aloysio 300 mil se elegeu senador com o FHC no palanque. Não é verdade. O Aloysio 300 mil se elegeu porque a Folha (**) – que ajuda a alimentar o ódio do Barbosa contra o Dirceu – e o Sírio Libanês mataram o Romeu Tuma.)
Por que o Aécio tirou o FHC do doce ostracismo ?
Porque o Aécio não tem nada a declarar.
Ele tem a densidade de um pão de queijo.
Sem o Príncipe, ele não tem patrimônio mental para escovar os dentes.
A entrada do Príncipe da Sociologia – e que em oito anos não construiu uma universidade – na campanha será recebida pelo João Santana com jubilo intenso.
A cada inserção do FHC no horário eleitoral do Aécio … menos trabalho.
O Príncipe só não é mais carismático do que a Bláblá, que agora deu para resolver os problemas da Ucrânia.



Em tempo: diz o Ataulfo (***), na colona (****) desta quarta-feira, que Dudu Campriles pretende ser a “terceira via”.  Tomara. A última “terceira via”, ou “terceira onda” foi o Mário Covas, em 1989, que acabou em quarto …

Em tempo2: Cerra lá não pôs os pés por dois motivos. Primeiro, porque ele quer que o Aécio se lixe. Segundo, porque, segundo relato jamais desmentido, Cerra foi contra o Plano Real. Só depois de muita insistência do próprio Mário Covas, ele admitiu, diante dos “pais”  do Real, sem nenhuma convicção, que apoiaria o plano do Presidente Itamar. Mais tarde, mesmo como Ministro do Planejamento (?) do FHC, ele dizia aos colonistas (****) que o chamam de “Serra”, que o Plano não passava de “populismo cambial”. Covas queria ele se comprometesse com o Plano para depois, se o Plano fracassasse, não sair por aí a dizer “eu não disse ?“ …

Em tempo3: por que o André Lara Resende, um dos “pais” do Real, lá não pôs os pés, ontem ? Com medo do Rubens Valente ? Clique aqui para ler sobre a chantagem e o Banco Matrix. 

Em tempo4: por falar nisso: de que vive o Cerra ? 

Em tempo5: e nem uma palavrinha de apoio ao coitado do Eduardo Azeredo. Gente ingrata …

Em tempo6: só faltava essa, a herança maldita que o Cerra deixou para o Aécio: R$ 8,7 milhões:

Marqueteiro cobra na Justiça dívida do PSDB de R$ 8,7 milhões de 2010



A cinco meses do início da campanha eleitoral gratuita no rádio e na televisão, o PSDB se vê às voltas com uma disputa interna que envolve R$ 8,7 milhões e opõe o presidente do partido, senador Aécio Neves, e o ex-governador José Serra. O valor é a atualização de uma dívida que o marqueteiro Luiz Gonzalez cobrou na Justiça, no início deste mês, por trabalho que diz ter prestado à campanha de Serra à Presidência em 2010. No comando do partido desde maio de 2013, Aécio não determinou o pagamento da dívida, o que levou Gonzalez a acionar a 2.ª Vara de Execução de Título Extrajudicial para tentar reaver o valor cobrado dos tucanos há quatro anos. Antes de Aécio, o PSDB era presidido pelo deputado Sérgio Guerra (PE), que também não autorizou o pagamento. 

(…)



Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(***) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

(****) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

comentários sujeitos a moderação.