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quarta-feira, 9 de abril de 2014

DCM: crucificação de Vargas versus preservação de Marinho

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Enquanto o deputado do PT, acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, "está sendo crucificado antes que os fatos sejam, devidamente, apurados", caso do conselheiro do TCE Robson Marinho, acusado de ter recebido propina da Alstom quando era chefe da Casa Civil de Mario Covas em SP "não comove a mídia", escreve o jornalista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo
8 de Abril de 2014 às 17:39

247 - O jornalista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, traz à tona "o tratamento diferente que a mídia dispensa aos suspeitos de corrupção". Ele compara, no artigo abaixo, a crucificação do deputado Andre Vargas, que já pediu afastamento antes de ser julgado e o caso do conselheiro do TCE Robson Marinho, acusado de receber propina da Alstom, mas que continua no cargo é "poupado e blindado" pela imprensa. Leia abaixo:

A crucificação de André Vargas versus a preservação de Robson Marinho
Por Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo

O deputado André Vargas está sendo crucificado antes que os fatos sejam, devidamente, apurados.
Seu maior crime, naturalmente, da ótica da mídia que conforme ele bem notou promove um "massacre", é ser do PT.
Até aqui, o que se sabe de concreto é que ele é amigo de um doleiro preso. Textos absolutamente enviesados tiram conclusões precipitadamente devastadoras de conversas vazadas pela Polícia Federal.
Que se apurem os fatos, claro. Mas a histeria condenatória é fundamentalmente injusta e maldosa.
O que incomoda no episódio para quem faz jornalismo apartidário e independente como o DCM é o tratamento diferente que a mídia dispensa aos suspeitos de corrupção.
Enquanto isso perdurar, o combate à corrupção não vai avançar. Uma prática corrupta não vai resolver nada no capítulo da corrupção.
Compare a estridência deste caso com, por exemplo, o de Robson Marinho, o fundador do PSDB sobre o qual chovem torrencialmente provas de recebimento de propinas no metrô de SP.
Até a Suíça já se movimentou, ao bloquear uma conta milionária de Marinho.
Mas este episódio não comove a mídia, assim como o escândalo do helicóptero da cocaína e tantos outras histórias que não cabem no "interesse público" das companhias de mídia.
Marinho – que não se perca pelo sobrenome – ainda hoje é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, sinecura pela qual recebe 20 000 reais por mês.
O propósito do TCE é fiscalizar as contas do governo estadual. Pausa para rir. Isto sim é o que se pode chamar de aparelhamento da fiscalização.
Marinho foi indicado por Mário Covas, de quem era amigo pessoal. Um jornalista que questionou Covas sobre a ética de colocar um amigo numa função tão delicada recebeu uma patada como resposta.
Vargas, massacrado, se afastou da vice-presidência da Câmara para se defender.
Marinho, poupado e blindado, permanece no TCE a despeito das provas de corrupção.
É um retrato do Brasil.

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