Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 16 de julho de 2014

PiG e os BRICs: como os EUA querem A Bretton Woods tropical começa a desmontar o que os EUA montaram na II Guerra.

A fundação do Banco do BRICs é a conformação exterior de uma profunda mudança no ambiente político.

O Banco nasce maior do que o Banco Mundial – o BNDES já é maior do que o Banco Mundial.

O Banco vai poder ajudar a Argentina – candidata a ingressar nos BRICs – e começar a substituir o dólar como moeda de reserva.

O encontro de Fortaleza – a Bretton Woods tropical ! – criou um bote salva-vidas para fazer o que o FMI não tem mais bala para fazer.

E avisou à ONU e a seu Conselho de Segurança – de que o Brasil, a Índia e a África do Sul não fazem parte – que existe uma nova instância política para mediar conflitos e pendências.

O presidente da China, Xi Jinping, vai assinar com a Presidenta Dilma Rousseff um acordo para construir uma ferrovia que ajude a escoar grãos do Centro-Oeste até o porto de Barcarena, no Pará.

Com Putin, Dilma acertou a compra de mísseis e cooperação na área nuclear.

Enquanto isso, a manchete dos três jornais do PiG, nessa manhã, 16, descreve um “vexame”: todos usam o verbo “ceder” para descrever o acordo político que foi feito em torno dos cargos do Banco.

Clique aqui para ler “BRICS: falta uma Noticiabrás”.

O Brasil podia querer a Presidência, já.

Mas, preservou o acordo que garantiu a instalação imediata do Banco.

Ficou com a presidência na primeira rodada de cargos – em cinco anos, quando Lula voltar à Presidência do Brasil – e, desde já, ocupa presidência de diretoria executiva.

Nada mau, para quem não tem bomba atômica.

O PiG (*) cobriu o evento como se fosse uma reunião de condomínio num prédio de Higienópolis: D. Maricotinha do 301 teve que ceder o cargo de síndica para pode ficar com o gato no apartamento …

Uma reunião dos presidentes do Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul tem menos importância do que a prisão de um colega do Marcola – foi o que fez o jn do Gilberto Freire com “i”(**).

O PiG fez o trabalhou que, imaginou, os Estados Unidos gostariam que fosse feito.

Minimizar, menosprezar, desqualificar, ridicularizar os BRICs.

Esses BRICs, que, passo a passo, desmontam a estrutura que os americanos construíram depois da vitória na II Guerra: ONU, FMI e Banco Mundial.

Até a OMC está em xeque, com a intensificação do comércio Sul-Sul, anátema da Política Externa da Dependência …

Claro que, para os Estados Unidos, não é uma boa notícia saber que seus maiores credores – Brasil e China – poderão, daqui para a frente, fazer comércio em moeda local.

E emprestar fora da área do dólar.

Claro que não é bom saber que a soja brasileira vai chegar aos frangos e suínos chineses muito mais barata, via Barcarena.

Nem que o Brasil compre misseis na Rússia.

Onde já se viu tanta independência ?

Como era bom no tempo do Fernando Henrique, que tirava os sapato na entra e na saída …

Só que não é bem assim.

Lá dentro, no ponto central do poder americano, eles devem morrer de rir do PiG.

Porque eles mesmos, lá dentro, lá onde a siriema canta, entre o Salão Oval e a NSA, eles sabem que, depois do empate da Holanda, a coisa já esteve melhor para a seleção brasileira.


Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.



Urubóloga, chama o (novo) FMI !

Os vira-latas seguem a ideologia do (velho) FMI até hoje …

O Conversa Afiada republica artigo do espanhol El País, a partir do Diário do Centro do Mundo:

O FMI dos Brics



Em julho de 1944, representantes de 44 países se reuniram em um hotel em Bretton Woods, New Hampshire, Estados Unidos, para criar um novo modelo de relações comerciais e financeiras entre os principais países do mundo. Setenta anos depois, os países emergentes se cansaram de esperar uma mudança de regime das instituições financeiras internacionais que saíram daquela reunião e deram um passo à frente para mudar a ordem existente, e agora reivindicam seu novo papel na economia mundial.

Os presidentes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (que formam o acrônimo BRICS) assinam nesta terça-feira em Fortaleza, Brasil, a constituição de um banco de desenvolvimento, com um aporte inicial de 50 bilhões de dólares (cerca de 110 bilhões de reais) para formar o capital do banco e 100 bilhões (220 bilhões em reais) de capacidade de empréstimo, e um fundo de reservas de outros 100 bilhões para ajudar os países do grupo no caso de uma possível crise de liquidez, como as vividas em alguns países europeus durante a crise financeira. São 200 bilhões de dólares (moeda que será utilizada nas transações das duas organizações) para determinar o valor do grupo e dar uma demonstração de sua força econômica.

“A conclusão dessas duas iniciativas passará uma mensagem forte sobre a vontade dos BRICS de aprofundar e reforçar sua associação econômica e financeira”, destacou para a imprensa na semana passada o embaixador brasileiro José Alfredo Graça Lima. “As duas instituições financeiras criadas funcionarão de forma similar ao Banco Mundial (BM) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI)”, afirmou.

Sem dúvida, a criação do banco é um passo decisivo para a consolidação do grupo. “É importante que as maiores economias emergentes tenham sido capazes de colocar em funcionamento um projeto assim, do contrário sua credibilidade como grupo seria questionada. É um primeiro passo evidente, mas agora precisam passar para a ação”, afirma Jim O’Neill, o inventor do termo BRIC há 13 anos, quando era economista-chefe da Goldman Sachs, e atualmente pesquisador no think tank Bruegel.

A iniciativa levanta dúvidas quanto a seu alcance e sobre quão efetiva ou ineficiente será a coordenação do grupo. Sua criação demorou quase dois anos devido a divergências internas, que finalmente foram resolvidas com uma participação em partes iguais no capital, apesar da intenção inicial de que a China fosse sócia majoritária, e com a sede da entidade em Xangai.

“A verdadeira questão é para que esses países realmente querem um novo banco e o que querem apoiar com ele. Não se sabe se é um mecanismo a ser explorado no sentido de assumir uma maior responsabilidade global, algo mais fácil do que conseguir mais representação no FMI ou no BM, ou se querem financiar conjuntamente projetos de infraestrutura nos países do grupo”, aponta O’Neill. “Não estou certo, só o tempo dirá.”

Em 2010, o FMI aprovou uma reforma de suas cotas para dar mais peso às potências emergentes no órgão, sobretudo a China. Mas a reforma está emperrada no embate entre democratas e republicanos no Congresso dos Estados Unidos e, a essas alturas, a iniciativa se tornou até obsoleta. “É realmente ridículo e decepcionante que o Congresso norte-americano não tenha aprovado a mudança das cotas. Na verdade, o peso dado na época a alguns países emergentes ficou velho e é cada vez mais evidente que a governança global atual está muito longe de ser boa”, admite O’Neill.

Até agora os BRICS não se destacaram por uma grande capacidade de coordenação no cenário internacional, apesar de sua constituição oficial como grupo em 2009 em plena crise financeira, ainda que o protagonismo na época tenha se concentrado no G-20, agora também em declínio. “A intenção é que o banco dos BRICS se torne, com o tempo, uma alternativa ao Banco Mundial e ao FMI e que seja um novo jogador entre as instituições financeiras globais. É um objetivo ambicioso, que exigirá um grau de coordenação e harmonia que nem sempre vimos nesse grupo”, acrescenta de Nova Délhi Vivek Dehejia, professor de Economia da Universidade de Carleton, do Canadá.

Em vários artigos, Nicholas Stern, presidente do Grantham Research Institute da London School of Economics e da Academia Britânica, defendeu, ao lado do prêmio Nobel Joseph Stiglitz, a necessidade de um novo banco de desenvolvimento que dê respostas às necessidades urgentes dos países emergentes em termos de infraestrutura. Lord Stern afirma que o gasto com infraestrutura nesses países deve aumentar dos 800 bilhões de dólares atuais (mais de 1,7 trilhão de reais) para pelo menos 2 trilhões (4,4 trilhões de reais) na próxima década.

“Do contrário, será impossível conseguir uma redução da pobreza e um crescimento inclusivo no longo prazo”, defende Stern em sua análise. As salvaguardas impostas pelo Banco e pelo Fundo em seu funcionamento, assim como as duras condições associadas a seus empréstimos, deram eficiência ao financiamento vindo desses organismos, mas não será fácil colocar em marcha um modelo de funcionamento do zero, e os desembolsos, para Dehejia, ainda vão demorar para acontecer. “Por hora, a importância é mais por seu simbolismo geopolítico, de que os BRICS são algo mais do que um acrônimo. Representa uma promessa, mas teremos de se esperar para ver como se concretiza”, acrescenta o economista indiano.


Em tempo:
por falar em “Noticiabrás”, veja o noticiário da agência estatal chinesa Xinhua sobre a reunião na Bretton Woods tropical: http://news.xinhuanet.com/english/china/2014-07/16/c_133488251.htmPHA

Em tempo2: na redação do Fintástico se diz que o Mau Dia Brasil é o jornal mais chato da tevê brasileira.  Eles entendem disso … – PHA

​Em tempo3:
Esse Bessinha … – PHA​

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