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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Pondé, o “filósofo-pegador”, prega a “secessão política cotidiana”. Heil!

fantponde

Teria a  ideia de democracia acaba de ser reinventada na Folha  pelo filósofo Luiz Felipe Pondé, que costuma gastar papel com “dicas” para jovens liberais “pegarem mulher” nas universidades?
O grande pensador agora lança a tese da “secessão política”, não entre São Paulo e o Nordeste (será mesmo?) mas entre os que votaram em Dilma Rousseff e os que não votaram.

“Precisamos de uma militância de secessão: que os bolivarianos (sic) durmam inseguros com o dia seguinte, porque metade do país já sabe que eles não são de confiança” .

Sensacional, isso deveria ser objeto de análise nas universidades.
Neste conceito, metade dos norte-americanos sabem que Barack Obama “não é de confiança”, metade dos franceses, dos italianos, dos portugueses, dos alemães…

A ideia de Pondé é a de que o governo eleito pela maioria é apenas o governo desta parte, enquanto a outra o “suporta”.

Suporta, em termos.

Porque como devem, sedundo ele,  devem agir os jovens liberais naqueles momentos em que não estiverem ocupados seguindo os conselhos do Professor Pondé tentando “pegar mulher” em desvantagem com os charmosos esquerdistas, que as assediam, segundo ele, com “um pouco de vinho barato, quem sabe, um baseado? Um som legal, uma foto grande do Che (aquele assassino chique) na parede”?

Devem praticar a “secessão política cotidiana em todo lugar onde algum bolivariano quiser acuar quem recusar a cartilha totalitária petista”.

Segundo Pondé, esta cartilha petista está  levando  a “perseguições escondidas a profissionais de diversas áreas (…) fazendo com que eles percam o emprego ou fiquem alijados de concursos e editais”.

“Alijados de concursos e editais”?

Não posso crer que alguém tenha posto algo no cachimbo do professor para fazer uma afirmação destas.

Mas acho que ele deveria pegar – desculpe a palavra, professor – para assistir o velho filme de Stanley Kubrick e ver como está ficando parecido com o Dr. Fantástico, impagável personagem de Peter Sellers.

À parte o delírio macartista de Pondé, que em tese é problema exclusivamente seu,  dá para perceber o ódio e a intolerância que esta sub-intelectualidade está incutindo nas pessoas?

Ou imaginar o açulamento que produzem sobre uma juventude que deveria, ao contrário, ser estimulada ao debate racional e não à “secessão política cotidiana” seja lá ao que for: esquerda, direita, negros, brancos, heteros, paulistas, nordestinos, gays, cristãos, judeus, seja lá qual for o rótulo com que se queira reduzir a complexidade humana?

Não, o professor Pondé não reinventou a ideia de democracia.

Ao contrário, recorreu a uma ideia bem antiga, que andou em voga nos anos 30 e 40, onde se praticava a “”secessão política cotidiana”  marcando gente com a estrela de David.

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