247 – O ex-presidente Lula reagiu nesta quinta-feira 29, em discurso na reunião do Diretório Nacional do PT, às acusações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal que envolvem seu nome, o de seus filhos e até uma nora no âmbito da Operação Zelotes. "Eu tenho mais três filhos que ainda não foram denunciados e mais sete netos. Não vai acabar nunca isso?", ironizou.
"É tudo muito incerto. Eu falei pra vocês: são 19 pedidos de impeachment, denúncia contra o presidente da Câmara, denúncia contra o presidente do Senado, denúncia contra o filho do Lula, denúncia contra o Lula, e eu ainda tenho mais três filhos que não foram denunciados e sete netos", afirmou.
O ex-presidente ainda brincou sobre o assunto ao dizer que tem uma nora grávida e que as denúncias vêm causando um problema para ele na família. "Daqui a pouco uma nora começa abrir processo contra a outra", disse, referindo-se à denúncia de que um empresário teria repassado dinheiro para quitar um apartamento de R$ 2 milhões de uma nora do ex-presidente.
Apontando para a disputa presidencial de 2018, Lula assegurou: "Ninguém precisa ficar com medo, porque se tem uma coisa que eu aprendi na vida é enfrentar a diversidade. Se o objetivo é truncar qualquer perspectiva de futuro, vão ser três anos de muita pancadaria. E podem ficar certos: eu vou sobreviver. Eu só não sei se eles sobreviverão com a mesma credibilidade que eles acham que têm".
Seu discurso foi crítico à política econômica do governo da presidente Dilma Rousseff, mas amenizou para o lado do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "Não podemos jogar em cima do Levy [os efeitos da crise], temos que jogar em cima de nós mesmos". "Tem companheiro que fala 'fora Levy' com a mesma facilidade com que falávamos 'fora FMI'. Não é a mesma coisa", disse. "O programa de ajuste estava feito antes do Levy [chegar ao governo]", acrescentou.
Lula destacou que é preciso enxergar que, nesse instante, a "recuperação da economia é o melhor trunfo que nós temos." E defendeu o aumento de impostos, mas lembrou que esta frente "é mais difícil de acontecer quando a gente tá fragilizado na política".
"O PT não é obrigado a concordar com tudo o que o governo faz. O PT tem que ter certa autonomia. O que a gente não pode é não perceber o que tá acontecendo. Não podemos também fazer propostas para a economia que fiquem só na teoria. 'Temos que baixar o juros'. Mas como?", sugeriu aos petistas. "Tem que lembrar que a candidata Dilma não é candidata dela, é candidata de um partido, que é o PT, que tem uma coligação muito grande", acrescentou.
"Temos que fortalecer uma grande política de crédito nesse país", voltou a defender o ex-presidente,
resgatando o discurso do economista e ex-assessor do senador Aécio Neves Samuel Pessoa, sem citar seu nome: "Agora tem gente que não, tem tucano, por exemplo, que acha que tem que ter desemprego, arrocho salarial".
Lula voltou a dizer que "não há por que um petista ficar de cabeça baixa ouvindo um ladrão chamar o PT de corrupto". Ele comentou a saída recente de políticos do partido: "Quem quiser sair que saia. Esse partido tem porta aberta pra entrar e porta aberta pra sair". E sobre as eleições municipais, fez uma previsão otimista: "Pode ficar certo que nós temos chance de ganhar a capital de São Paulo".
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