Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 24 de julho de 2016

Ombudsman: Folha errou e persistiu no erro com sua pesquisa pró-Temer

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Uma semana depois do maior erro da história do Datafolha e da própria Folha, que apontou que 50% querem a permanência do interino Michel Temer quando o número real é de apenas 19%, a ombudsman Paula Cesarino Costa apontou que o jornal, editado por Sérgio Dávila, errou e persistiu no erro; "A reação pouco transparente, lenta e de quase desprezo às falhas e omissões apontadas maculou a imagem da Folha e de seu instituto de pesquisas", diz ela; Paula, no entanto, não tocou no ponto central: o erro parece ter sido deliberado para favorecer o impeachment da presidente Dilma Rousseff e manter no poder um presidente impopular, que promete impor uma agenda de reformas econômicas defendida pelos donos da Folha 

247 – Uma semana depois da denúncia de que a Folha de S. Paulo publicou uma pesquisa forjada para alavancar o interino Michel Temer e tentar consolidar o impeachment da presidente Dilma Rousseff, vendendo a tese de que 50% dos brasileiros defendem a permanência do vice, quando o número real é de apenas 19% (leia aqui), a ombudsman do jornal, Paula Cesarino Costa, reconheceu que tanto a publicação como seu instituto de pesquisas erraram e persistiram no erro (leia aqui).

"A meu ver, o jornal cometeu grave erro de avaliação. Não se preocupou em explorar os diversos pontos de vista que o material permitia, de modo a manter postura jornalística equidistante das paixões políticas. Tendo a chance de reparar o erro, encastelou-se na lógica da praxe e da suposta falta de apelo noticioso", disse ela, ao comentar a decisão da Folha de não publicar que 62% dos brasileiros defendem a renúncia de Temer e novas eleições – ao contrário disso, a Folha publicou, de forma errônea, que apenas 3% querem novas eleições.

"A reação pouco transparente, lenta e de quase desprezo às falhas e omissões apontadas maculou a imagem da Folha e de seu instituto de pesquisas. A Folha errou e persistiu no erro", disse ainda Paula, sobre a posição assumida por Sérgio Dávila, editor-executivo do jornal.

Paula, no entanto, não tocou no ponto central: o erro parece ter sido deliberado para favorecer o impeachment da presidente Dilma Rousseff e manter no poder um presidente impopular, que promete impor uma agenda de reformas econômicas defendida pelos donos da Folha. Ou seja: ao que tudo indica, não foi um simples acidente de percurso, mas uma manipulação proposital da opinião pública.

 Globo diz que fraude da Folha é invenção de blogs ‘pró-Dilma’


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Jornalista Miguel do Rosário, do blog O Cafezinho, critica a postura do jornal da Família Marinho, que afirmou que fraude da Folha de esconder números de sua própria pesquisa e divulgar uma interpretação diametralmente oposta ao realmente apurado é coisa de blogueiros pró-Dilma; ele cita exemplos de jornalistas internacionais, como Glenn Greenwald, ganhador do Pullitzer, e Alex Cuadros, autor de um best-seller sobre o Brasil; que criticaram a fraude 

Por Miguel do Rosário, O Cafezinho - Os correspondentes internacionais estão experimentando na própria pele o que os blogueiros vem passando há anos.

Críticas à imprensa corporativa, que numa democracia deveriam ser consideradas como algo que ajuda a própria imprensa a se aperfeiçoar e, sobretudo, como um incentivo à a liberdade de imprensa, são quase criminalizadas no Brasil.

Olhe como a Globo tratou a denúncia de fraude da Folha, fraude que consistiu em esconder números de sua própria pesquisa e divulgar uma interpretação diametralmente oposta ao realmente apurado.

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A denúncia da fraude da Folha foi feita pelo ganhador do Pullitzer, principal prêmio de imprensa nos Estados Unidos, o jornalista que enfrentou o serviço secreto mais poderoso e mais perigoso do mundo, a NSA, para divulgar informações vazadas por Edgar Snowden.
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O jornalista, Glenn Greewald, publicou não apenas uma, mas duas reportagens denunciando a fraude.

Folha comete fraude jornalística com pesquisa manipulada visando alavancar Temer
A fraude jornalística da Folha é ainda pior: surgem novas evidências


Em seguida, a denúncia foi repercutida pelo El País, principal jornal da Espanha e um dos maiores jornais do mundo (conservador, diga-se de passagem).

Datafolha faz perguntas diferentes em pesquisas de abril e julho e levanta controvérsia

O jornalista americano Alex Cuadros, um tuiteiro ativo, autor de um best-seller elogiado pelo New York Times sobre o Brasil (o livro Brazillionaires), resolveu entrar na polêmica, e postou uma série de comentários críticos à Folha e à imprensa brasileira. São comentários argutos, refinados, que mereciam ser objeto de reflexão. Eu reproduzo alguns deles aqui.

Observe que Cuadros é um cara que quer acreditar na imprensa brasileira.  Não é um blogueiro político (como eu) já traumatizado por anos de análise das manipulações da mídia. Ele inicialmente atribui a fraude a uma infelicidade qualquer do editor, a um erro de julgamento de jornalistas tomados de paixão partidária.

É um naïf.

Percebe-se claramente a evolução de sua perplexidade. O final da história, que conto depois das imagens abaixo, é divertido.

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Depois de comentários tão inteligentes, qual o resultado? A Globo publica matéria atribuindo a crítica à Folha a uma polêmica levantada por "blogs pró-Dilma".
E aí, o moderado e crédulo Alex Cuadros, não mais consegue conter sua irritação.

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Eu traduzo esse último tweet: "Para a Globo: reduzir as críticas a essa pesquisa manipulada a blogs "pró-Dilma é maniqueísta e equivocado. Eu não sou pró-Dilma!"
Bem vindo, Alex!

E relaxa, companheiro. Para esses caras, qualquer crítica às suas mentiras é coisa de "petralha", "pró-Dilma", "simpatizante do PT".

O Otavinho Frias não chamou a jornalista britânica, que fez críticas à imprensa brasileira num seminário em Londres de "militante do PT"?

Deslegitimar os críticos é a maneira que eles - os plutocratas da mídia - encontraram para continuar manipulando as notícias.

E, Alex, infelizmente dá certo! Vide a perseguição aberta do governo Temer aos blogs, após uma verdadeira campanha de guerra movida por reportagens na Folha, na Globo, no Estadão, na Veja, no Antagonista, contra a publicidade estatal na imprensa progressista.

Além do mais, não sei se você já percebeu, mas tá rolando um golpe de Estado no Brasil...
Ops, desculpe, essa história de golpe também deve ser coisa de "blogs pró-Dilma".

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