O Globo, o mais sólido dos pilares do PiG (*) (só por causa do caixa da televisão), traz hoje, na pág. 6, um editorial de inspiração alikâmica: “Vírus da intolerância ameaça IBC e Ines”.
O editorialista mistura manicômio com cotas para pobres e negros nas universidades (êpa ! êpa !, o Ali Kamel não pode nem ouvir falar nisso !) com o Instituto Nacional de Educação de Surdos.
Assim como tentou furiosamente manter o Agnelli na presidência da Vale – clique aqui para ler“Presidenta decepciona o PiG e nomeia presidente da Vale” – o Globo está agora determinado a manter o aberto o Instituto dos Surdos, que, segundo o Globo, o Fernando Haddad, Ministro da Educação quer fechar.
O Instituto funciona num belíssimo prédio da Rua das Laranjeiras, no Rio.
É uma referência internacional de educação de surdos.
Agora, no Governo Lula, renovou o parque gráfico com máquinas alemãs e se tornou o maior parque gráfico da América Latina, na especialidade.
Haddad não pretende fechá-lo.
Como não pretende desamparar internos em manicômios – onde se encontram provavelmente alguns editorialistas do PiG (*) – nem destruir o sonho das elites com as cotas na universidade.
Como se sabe, segundo as palavras abalizadas de Raymundo Faoro, o sonho das elites brasileiras é construir um país de 20 milhões de pessoas.
E as cotas são uma séria ameaça a isso.
O que Haddad quer ?
(Além de construir uma Nação de mais de 20 milhões de pessoas. E, por isso, insiste no ENEM, que é a porta de entrada do pobre na Universidade).
Haddad quer estimular a socialização do surdo.
E fazer com que ele COMPLEMENTE, ADICIONE ao estudo especializado no Instituto um segundo turno – se o surdo quiser ! – numa escola pública ao lado de crianças não-surdas.
Que os surdos tenham a alternativa (ALTERNATIVA) de reforçar o conhecimento ao lado de crianças diferentes, com outra história de vida, com crianças como aquelas que os surdos vão encontrar lá fora.
A ideia de Haddad é abrir essa possibilidade no âmbito do Pedro II, uma escola (excelente !) do Governo Federal, no Rio.
A criança surda poderia ir a uma unidade do Pedro II, ou o Pedro II abriria uma unidade no Instituto de Surdos.
Seria numa matrícula ADICIONAL.
E incorporar o surdo gradualmente à vida adulta normal.
O amigo navegante percebe aí alguma manifestação de “sanha persecutória” ?
Ou trata-se de uma “pílula supostamente progressista, que, na realidade, é um composto no qual se disfarça o DNA o autoritarismo e da intolerância” ?
É provável que o editorial seja de autoria do Simão Bacamarte, o mais famoso maluco do Brasil.
Ou de seu enviado ao Globo, alikâmicamente disssimulado.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista
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