Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Na Inglaterra, a Folha estaria em apuros.
O brasileiro já se acostumou à cantilena de que qualquer questionamento aos métodos cada vez mais desesperados da mídia local em busca de audiência ou de influir no jogo do poder seria “tentativa de censura”. Em países “marxistas” como a Inglaterra, porém, liberdade de imprensa não se confunde com liberdade para delinqüir.
O Comitê de Cultura, Mídia e Esportes do Parlamento britânico “convidou” Rupert Murdoch, uma espécie de Roberto Marinho gringo, seu filho James Murdoch e a diretora do império de mídia deles, Rebekah Brooks, para darem explicações sobre grampos ilegais utilizados pelo tablóide “The News of the World” para obter informações.
Mas a “fúria censora” inglesa não pára por aí. Novos documentos e gravações apontam que os jornais “Sunday Times” e ”The Sun”, do mesmo Murdoch, teriam tido acesso a dados financeiros privados do ex-premiê Gordon Brown e ao histórico médico do seu filho.
Como a Grã Bretanha entende que não se pode confundir liberdade de imprensa com práticas criminosas, o governo, pressionado pela sociedade, passou a impor obstáculos a Rupert Murdoch para adquirir a plataforma televisiva “BSkyB”. Por conta disso, aliás, é provável que a operação nem saia.
Alguém imagina coisa similar acontecendo no Brasil?
Em sua edição de 25 abril de 2009, o jornal “Folha de S. Paulo” reconheceu que publicou em sua primeira página, sem checar a veracidade, uma reprodução de ficha policial da então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que recebera por e-mail (!!) de um site de ultra-direita.
A reportagem que acompanhava a falsificação acusava Dilma de ter participado de complô para seqüestrar o ministro da ditadura militar Delfim Neto. A ficha continha informações forjadas. E, apesar dos laudos mostrando a falsidade do “documento”, alguns dias depois o jornal manteve a mentira dizendo que não poderia confirmá-la ou desmenti-la.
As razões da “Folha” eram óbvias. O Brasil estava às portas da campanha eleitoral que escolheria o sucessor – ou a sucessora – de Lula e o jornal, partidário da candidatura de José Serra, tratava de tentar destruir a imagem da principal adversária do tucano.
Se tivéssemos a sorte de viver em um país civilizado em que o conceito “liberdade de imprensa” não serve de desculpa para a prática de falcatruas “jornalísticas” desse porte, e que entende que denunciá-las e puni-las não é censura coisa nenhuma, hoje o filho do baba-ovo da ditadura Otavio Frias de Oliveira, estaria frito.
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