Saiu na Folha (*):
Serra diz que futuro do país depende da eleição em SP
Tucano afirma que entrou na corrida à prefeitura para conter avanço do PT
Ex-governador pede registro em prévias do PSDB e estreia na campanha municipal com discurso nacional
DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO
O ex-governador José Serra (PSDB) afirmou ontem que entrou na corrida à Prefeitura de São Paulo para deter o avanço do PT como força hegemônica na política nacional e disse que
o futuro do país depende do resultado da eleição deste ano na capital.
Numa carta em que formalizou para o PSDB seu desejo de concorrer à prefeitura, Serra disse que decidiu se candidatar depois de refletir sobre o “avanço da hegemonia de uma força política” e definiu a eleição em São Paulo como um embate entre “duas visões distintas de Brasil”.
“Duas visões distintas de administração dos bens coletivos, duas visões distintas de democracia, duas visões distintas de respeito aos valores republicanos”, escreveu.
(…)
Não é o futuro do país que está nas mãos do Cerra.
É o futuro do sistema solar.Cerra está acuado, nas cordas.
Entre um enterro de indigente e um enterro com honras militares, como disse notável colonista (**) de um certo detrito de maré baixa que circula pela blogosfera.
Os tucanos de São Paulo se aproximam da situação que nem o PiG (***) impedirá: não subirão a Via Dutra além de Pinheirinho.
Como sempre, Cerra pula pra frente.
Ele não se permite avaliar o que acabou de fazer – a derrota fragorosa para aquela que ele imaginou ser o “poste” de 2010.
Ele sufoca a crítica e se joga para a frente.
Faz sempre assim.
Agora, ele tenta “nacionalizar” a eleição para a prefeitura de uma cidade do interior de São Paulo.
(Como se sabe, São Paulo fica no interior – no litoral, fica Santos.)
Como disse o Santayana no excelente artigo sobre a “elite offshore de São Paulo”, São Paulo não é o sol em torno do qual o resto do Brasil gira.
Lá em Marechal, por exemplo, ninguém sabe quem é o Cerra.
E o Kassab ?
Vão pensar que é o novo gerente das Casas Bahia.
Megalô, Cerra tenta em São Paulo o Terceiro Turno de 2010.
A eleição se nacionalizará no PiG de São Paulo.
E só.
O Cerra não quer tratar do piscinão que não construiu na Zona Leste.
Como prefeito, nem como governador.
Quer tratar do câmbio.
Em tempo: JP foi à primeira aula na Poli, a respeitada Escola de Engenharia da USP. E contou que lá se falou muito no Cerra. Que ele não conseguiu tirar o diploma de Engenheiro nem se eleger presidente do Grêmio. É um jenio !
Em tempo2: ele também não tirou o diploma de Economista, embora tenha dito – vamos ver o que fará, agora no TRE de SP – à Justiça que é Engenheiro e, depois, Economista. Aí, já não se trata mais de jenialidade…
Em tempo3: o Conversa Afiada reproduz contribuição inestimável do blogueiro sujo Antonio Mello sobre o papel que Alckmin desempenhará na campanha de Cerra à Prefeitura da Zona Leste:
Apoio de Alckmin à campanha de Serra para a prefeitura de São Paulo foi planejado num almoço solitário há 4 anos
A foto acima mostra o governador Geraldo Pinheirinho Alckmin almoçando sozinho, um dia antes da eleição que reconduziu Kassab à prefeitura de São Paulo, em 2008. Alckmin era o candidato do PSDB (partido do governador de SP na época, José Serra). Ficou em terceiro lugar, atrás de Kassab e Marta Suplicy.
Uma posição humilhante para quem vinha de uma campanha presidencial há dois anos, em que foi ao segundo turno com o presidente mais popular do Brasil, Lula. Isso aconteceu porque o governador Serra ignorou sua campanha e apoiou a reeleição de Kassab.
Enquanto almoçava solitariamente, há quatro anos, Alckmin não poderia imaginar que o destino o colocaria agora na posição de dar o troco e devolver a Serra o “apoio” de 2008.
Dizem que a vingança é um prato que se come frio. Nelson Rodrigues dizia que a pior solidão é a companhia de um paulista. Imagine esse almoço de um paulista solitário. Como deve estar frio agora, passados quatro anos.
[A imagem peguei no Blog DoLaDoDeLá, do meu xará Marco Aurélio Mello]
Abs,
AM
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
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