Uma das explicacões para a profunda crise política que se instalou nos Estados Unidos com a guerra do Vietnã (a primeira vez em que um sub derrotou um desenvolvido) foi o papel de uma nova e poderosa mídia: a televisão.
As imagens, dia após dia, nos telejornais nacionais, dos corpos dos soldados americanos mortos em combate jogou a opinião pública contra um presidente popular, Lyndon Johnson.
A sucessão de corpos envoltos em embrulhos de plástico ou em caixões cobertos com a bandeira americana provocou um impacto que destruiu Johnson e seu candidato, o vice Hubert Humphrey, e elegeu Richard Nixon.
Coube a Nixon sair às carreiras de Saigon e, depois, fugir para New Jersey, escorraçado em Watergate.
A Globo tentou reconstruir o Vietnã.
E transformar a Antártica no Vietnã da Dilma.
Mostrar os corpos envoltos pela bandeira brasileira, na base aérea do Galeão, como se fosse a base de Andrews, em Washington, onde Johnson percebeu que, com a televisão, tinha perdido a classe média americana.
É o que a Globo, desde o inicio da tragédia na estação brasileira da Antártica, tenta fazer.
O momento superior desse Golpe foi quando o repórter da Globo, ao acompanhar o féretro, disse “que grande emoção !”
Notável.
Enquanto isso, a Globo passou por cima dos mendidos incendiados em Brasília.
Duas vítimas, também, como na Antártica.
Mauro Santayana, ao descrever a elite offshore de São Paulo, trata dessa tragédia tão perto de casa, da sede da Globo, em Brasíia.
E da impunidade de que se beneficiaram os mauricinhos brasilienses que botaram fogo, anos atrás, no índio Galdino.
A Globo e seu Guardião de Fé, o Gilberto Freire (*) brasileiro, com “i”, Ali Kamel, não tem compromisso com o Brasil.
Se a tragédia da Antártica – que cabe lamentar com a mesma intensidade e tristeza com que se chora a dos mendigos de Brasília – servir para dar à Dilma o destino melancólico do Lyndon Johnson, tanto melhor.
Os pacotes de corpos valem pela imagem.
Não pelo que levam dentro.
Imperdível foi, depois da cobertura editorializada da Antártica, o William Bonner dizer que o ” jn no ar” passou o dia no ar !
Notável !
(*) Conta-se que, em Apipucos, D. Madalena, um dia, chegou para o mestre Gilberto Freyre e disse: Gilberto, essa carta está há um mes em cima da tua mesa e você nao abre. O Mestre de Apipucos respondeu: não é para mim. É para um Gilberto Freire com “i”. Não posso abri-la. A propósito do pseudo antropólogo da Globo, leia “como PHA se defendeu de Gilmar, Kamel e Heraldo P. Carvalho“.
Não deixe de ler sobre “Tomara ! O que Dilma fez para provocar a tragédia da Antártica“.
Paulo Henrique Amorim
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