Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Redação Conversa Afiada espada no pescoço do Cerra

Liga o Vasco, que aportou na Ilha do Urubu, na marina do José:

- Você sabe por que o Cerra se candidatou, não sabe ?

- Para falar do câmbio, do Mutirão da próstata, do aborto … no Brasil …

- Vamos falar sério. Por que ele se candidatou ?

- Porque ele não tinha saída.

- Não. Meu filho. É porque ele precisa se blindar contra a CPI da Privataria.

- Ah … É … pode ser … Vou ver o que aquele passarinho de Brasília acha disso. Como está aí na Ilha do Urubu ?

- Sinto-me no Caribe, meu filho.

- Ah, sei, entendi. Um momento, Vasco.

O ansioso blogueiro tenta localizar o passarinho na janela da sede da Globo em Brasília.

Ele tem a mania de bisbilhotar a Globo.

Mas, não tem ninguém lá.

Foi todo mundo para a Antártica.

- E aí, caro amigo, a CPI da Privataria sai ou não sai ?, pergunta ansioso blogueiro.

- Vai demorar um pouco.

- Mas, por que demorar ?

- Veja, a primeira coisa a considerar é que o Marco Maia não arquivou a CPI.

- Ele não é louco. O livro do Amaury vendeu pra burro lá em Canoas.

- Vendeu no Brasil inteiro, meu filho.

- É verdade. É a prova de que o PiG não vale um …

- Entendi.

- E daí, quando ela sai ?, pergunta o ansioso blogueiro.

- Quando o Governo achar apropriado.

- O Governo ?

- Sim, meu filho. Nenhum Governo gosta de CPI. Por mais que você bata no adversário, a CPI cria uma agenda que não interessa ao Governo. Todo Governo quer aprovar as coisas lá no Congresso. E uma CPI cria marola.

- Então a CPI morreu …

- Nunca !

- O PT vai fugir da CPI ?

- O PT deu 70 assinaturas.

- É, mas se a CPI não sair, o PT vai pagar a conta na eleição, diz o ansioso blogueiro.

- Ah, isso, vai, sim. O eleitor vai cobrar.

- Mas, e o Governo vai ficar com esse assunto pendurado nas costas do Cerra ?

- Veja bem, o Cerra saiu candidato, porque ele é a última bóia do Costa Concordia dos tucanos. E também, como te disse o Vasco, para se blindar contra a CPI.

- Então, o Governo não vai entregar a bóia a ele.

- Não, meu filho, não é assim.

- Como é que vai ser ?

- O Governo vai ficar com a espada de Dâmocles pendurada em cima do pescoço dele.

- Espada de quem ?

- Do Dâmocles, seu ignorante.

- De que partido é esse Dâmocles ?

- Desisto.

Em tempo: sobre a “caribenha” Ilha do Urubu, vale a pena ler o que o Emiliano José enviou ao ansioso blogueiro:

Escândalos de A Privataria Tucana  ganham destaque em Salvador


Privatizações, escândalos e graves denúncias. Estes são alguns dos ingredientes do livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr. A obra, que a essa altura já é um best seller, volta a ganhar destaque na Bahia. O livro será tema de uma audiência pública que acontece nesta quinta-feira, 01, às 17h30, no Hotel Fiesta, com as presenças do autor, do publisher da Geração Editorial, Luiz Fernando Emediato, dos deputados federais Emiliano José – uma das fontes de informação da obra, Protógenes Queiroz (PcdoB), proponente da CPI da Privataria no Congresso Nacional, e do deputado estadual Joseildo Ramos, que propôs o debate. Na ocasião, haverá, ainda, o lançamento do livro.


Fenômeno de vendas, A Privataria Tucana – resultado de dez anos de um minucioso trabalho investigativo sobre os bastidores da era das privatizações – esgotou sua primeira edição em apenas 24h e está há 10 semanas entre os mais vendidos do país. Todos os fatos narrados na obra estão reforçados em documentos oficiais, obtidos em juntas comerciais, cartórios, no Ministério Público, e na Justiça. Na Bahia, dois temas chamam atenção no livro: A privatização da Coelba e o caso da doação de terrenos na Ilha do Urubu, em Porto Seguro, amplamente denunciado pelo deputado federal Emiliano José (PT-BA).


O escândalo da Ilha do Urubu


O livro faz uma série de denúncias, por exemplo, contra José Serra e seu primo, o espanhol naturalizado brasileiro, Gregório Marin Preciado. Na página 172, ele cita exaustivamente a denúncia de Emiliano José – em reportagem intitulada “Ilha do Urubu, o paraíso traído”, publicada na revista Carta Capital em 2009. O título do capítulo 8 do livro é “O primo mais esperto de José Serra”. Ele conta como se deu o perdão de uma dívida milionária de Gregório Preciado no Banco do Brasil, no tempo de FHC, o apoio do banco estatal na privataria, a compra de três estatais por Preciado na era do presidente tucano e os “altos negócios com um paraíso natural da Bahia”. O primo de Serra conseguiu reduzir 109 vezes o valor da pendência com o BB, uma dívida de R$ 448 milhões por irrisórios R$ 4,1 milhões. O caso foi revelado pelo jornalista Fernando Rodrigues, na Folha de São Paulo.


A chave mágica se abriu para Gregório Marin Preciado em 1983, quando foi nomeado por Serra para o Conselho do Banespa. Os tucanos nem eram ainda tucanos. Em agosto de 1993, Preciado, o primo de Serra, toma um empréstimo de US$ 2,5 milhões na Agência Rudge Ramos. Não consegue arcar com a dívida, e os cofres do Banco do Brasil é que vão pagar. Quando FHC inaugurou a era da “privataria”, Preciado aparece na Bahia como representante da Iberdrola espanhola, que adquiriu três estatais, entre elas a Coelba, a Cosern, do Rio Grande do Norte e a Celpe de Pernambuco. Marin tornou-se proprietário de uma mansão de R$ 1 milhão em Trancoso, paradisíaco recanto do sul da Bahia. O mesmo Oásis em que a família Serra buscou recuperar-se da labuta. Foi lá que Serra passou o réveillon de 2010.


A reportagem “A Ilha do Urubu” compromete ainda o ex-governador Paulo Souto. Ao ser derrotado por Jaques Wagner, Souto esvaziou as gavetas do Palácio de Ondina e foi à forra contra os eleitores da Bahia, despachando um “saco de bondades” custeadas pelos cofres do estado, incluindo a outorga a particulares de 17 propriedades rurais, 12 imóveis e 1.042 veículos. “É o que revelou a denúncia do deputado Emiliano José, ampliada na imprensa”, afirma Amaury Jr. Das terras outorgadas, uma foi a Ilha do Urubu, considerada uma das áreas mais valorizadas do litoral do Atlântico. Ainda no capítulo 8, Amaury Jr. desce também a detalhes de como foi a operação. No começo de 2010, um parecer da Procuradoria Geral do Estado declarou nula a doação da terra. As relações perigosas entre Serra, seu primo Gregório Marin Preciado e o ex-governador Paulo Souto foram desfeitas.

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