Posted by eduguim
Semana passada, conforme anunciei aqui, o Centro de Estudos Barão de Itararé promoveu reunião de seu Conselho Consultivo, o qual tenho o prazer de integrar, e, depois, jantar comemorativo dos dois anos da entidade.
Durante a reunião, o jornalista Rodrigo Vianna, membro da diretoria do Barão, teceu considerações sobre o clima de fúria que se instalou nas redações da grande imprensa contra os blogs progressistas.
Rodrigo, repórter da TV Record, ainda navega nesse mundo, o das grandes redações, não só por pertencer a uma delas, mas, também, por ter pertencido à da Rede Globo. Por conta disso, ainda mantém interlocução com vários jornalistas desses grandes meios.
O relato do amigo se prendeu à cólera que vem notando crescer entre esses jornalistas contra a blogosfera. O melhor sinal disso têm sido as tentativas de intimidação contra blogs que vêm assumindo as mais variadas formas.
Blogueiros estão sendo processados, difamados e até ameaçados de violência – este blogueiro se enquadra no último caso.
Ali Kamel, que é, simplesmente, diretor de jornalismo da Globo, processa vários blogueiros conhecidos. Jornalistas da Veja que escrevem em seções do portal da revista que chamam de “blogs” não passam dois dias sem difamar e insultar um blogueiro independente. Gente que aparece em fotos com jornalistas da grande mídia ameaça blogueiros de espancamento.
A blogosfera, no entanto, foi ignorada pela grande mídia durante muito tempo. Este blog está chegando ao seu oitavo ano e só começou a notar esse processo há, no máximo, uns dois anos, dois anos e pouco. E, desde então, a virulência midiática só fez aumentar.
Âncoras de telejornais, por exemplo, estão atacando a blogosfera com ímpeto irrefreável. Um deles chegou a criar um blog só para atacar blogueiros progressistas. E as principais colunas políticas dos grandes jornais e revistas não passam mais de uma semana sem atacar.
A Folha de São Paulo, O Globo e a revista Veja têm sido os mais virulentos. A Folha, por exemplo, frequentemente publica ataques a blogs em sua página A2. Na sua versão digital, os ataques a blogs são ainda mais comuns.
Os ataques se baseiam exclusivamente em acusação a tais blogs de serem “chapas-brancas” e “financiados pelo governo” – e quando a grande imprensa alude a “governo”, refere-se ao governo federal, o mesmo que despeja milhões em suas arcas.
A característica que une esses ataques midiáticos é o cuidado em não dar nomes aos bois, ou seja, acusam genericamente porque não podem provar o que dizem e sabem que, à exceção de dois blogs que já citaram em meio a centenas deles, o que dizem é mentira.
Só dois blogs têm anúncios de empresas estatais, os de Paulo Henrique Amorim e Luis Nassif. Isso porque esses dois jornalistas são expoentes da televisão e, assim, atraem anunciantes públicos e privados. Quanto ao resto da blogosfera, a mídia mente na cara dura. Inventa.
Todavia, o que tem feito aflorar a ira dos jornalistas e das direções dos grandes meios é o fato de que, a despeito dos ataques, a blogosfera só faz ganhar audiência. Este blog, por exemplo, tem saído do ar frequentemente devido a picos de acessos que o “derrubam”.
Como o blog subsiste sem recursos, não tem como financiar um plano adequado com provedor de forma a evitar que o excesso de tráfego faça a página sair do ar. Isso porque este blogueiro jamais bateu à porta de governo algum atrás de dinheiro como faz a mídia que o acusa daquilo que é ela quem faz.
Como já relatei, o blogueiro vive de atividade comercial. O blog não rende um centavo. Pelo contrário, há gastos com hospedagem, gastos enormes com telefonemas para coletar informações, fazer entrevistas etc., e até com deslocamentos físicos – transporte, combustível, estacionamento etc.
Ainda assim, há que suportar acusações freqüentes de receber para escrever – acusações que não partem só da mídia, mas da militância midiática (como a mídia virou partido, tem até militância), que sai pela internet difamando a blogosfera.
A única recompensa que um blog como este propicia, portanto, é o prazer intelectual de estar se tornando alvo dos recibos que a grande imprensa vai passando ao atacar, o que vai carreando multidões para a blogosfera.
Quando um grande jornal acusa blogs sem citá-los, desperta a curiosidade do seu público justamente por não dar nomes aos bois. O que se supõe é que o público que lê esses jornais fica curioso e vem à internet buscar os tais blogs sem nomes.
Uma mera busca no Google resolve. Faça uma experiência: busque a expressão “blogs políticos”, por exemplo. Se não quiser ter o trabalho, veja, abaixo, o resultado de uma busca assim.
Como pode notar, o quarto resultado que o leitor curioso da mídia irá encontrar é o do maior agregador de blogs políticos do país, o Poliarquia, linkado nesta página. Lá você encontrará uma coletânea dos blogs políticos (de direita e de esquerda) mais conhecidos.
Veja, abaixo, a página do Poliarquia ou clique na imagem para acessar o agregador.
Como se vê, pouco adianta a mídia atacar blogs sem lhes dar nomes para, além de driblar a falta de provas para as acusações que lhes faz, evitar que se tornem conhecidos. Basta citar blogs para o seu público que este poderá facilmente saber quais são.
Diante dos fatos, imagino que a blogosfera tenha uma dívida de gratidão para com seus difamadores. Da parte deste blog, que não é ingrato, vai, então, o cumprimento de seu dever: obrigado, PIG, por ajudar a blogosfera a combatê-lo.
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