Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 11 de maio de 2012

SIMBIOSE PROFANA: REVISTA PAUTA QUADRILHA; QUADRILHA USA REVISTA EM ACHAQUES E GOLPES

O MUNDO SE MOVE: esquerda francesa tem 46% das intenções de voto  nas eleições  parlamentares de junho** frente de esquerda Cyrisa vencerá nova eleição na Grécia, caso os partidos conservadores não cheguem a acordo de maioria no Congresso ** Chávez tem 17 pontos de vantagem nas eleições de outubro (Leia análise de Marcel Gomes nesta pág)**QUEM PAGA O MICO? 687 mil imóveis encalhados, preços que não param de cair e um estoque de terrenos sem liquidez corroem o patrimonio bancário espanhol**desequilíbrios contábeis derretem a banca e exigem forte intervenção estatal nos mercados: Rajoy engole sua agenda neoliberal e estatiza o 3º maior banco do país**Estado mínimo vale para os serviços públicos**domingo, 'Indignados' espanhóis completam um ano de lutas (Leia análise de Oscar Guisoni, de Madrid, nesta pág)

'Além de 200 telefonemas trocados, o editor da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior, e integrantes da quadrilha do contraventor Carlinhos Cachoeira se encontram presencialmente, pelo menos, 10 vezes. Só com Cachoeira foram 4 encontros.O número pode ser maior, uma vez que a reportagem de Carta Maior teve acesso apenas ao apenso 1 do inquérito, com 7 volumes. Entretanto, existem mais dois apensos que, juntos, tem 8 volumes. Um destes encontros ocorreu no dia 10 março de 2011. Em ligação telefônica no dia anterior, às 22:59, Cachoeira diz ao senador Demóstenes Torres (então do DEM, hoje sem partido):"É o seguinte: eu vou lá no Policarpo amanhã, que ele me ligou de novo, aí na hora que eu chegar eu te procuro". (leia a reportagem exclusiva de Vinicius Mansur, com detalhes de uma rotina orgânica entre interesses políticos e pecuniários que fundiram uma redação e uma quadrilha; nesta pág)

Os encontros entre Policarpo, da Veja, e os homens de Cachoeira

Levantamento feito a partir de documentos da Operação Monte Carlo indicam que o editor da revista Veja esteve, pelo menos, 10 vezes com o contraventor Cachoeira e membros de sua organização. Em geral, os temas dessas conversas acabaram se transformando em matérias da revista. Operação no Hotel Nahoum, que envolveu tentativa de invasão do quarto de José Dirceu, também foi tema dessas conversas. A reportagem é de Vinicius Mansur.

Brasília - Um levantamento do inquérito 3430, resultado da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal (PF), indica que o editor da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior, e a quadrilha do contraventor Carlinhos Cachoeira se encontraram presencialmente, pelo menos, 10 vezes. Só com Cachoeira foram 4 encontros.

O número pode ser maior, uma vez que a reportagem de Carta Maior teve acesso apenas ao apenso 1 do inquérito, com 7 volumes. Entretanto, existem mais dois apensos que, juntos, tem 8 volumes.

O primeiro destes encontros foi marcado para o dia 10 março de 2011. Em ligação telefônica no dia 9 daquele mês, às 22:59, Cachoeira diz ao senador Demóstenes Torres (então do DEM, hoje sem partido):

“É o seguinte: eu vou lá no Policarpo amanhã, que ele me ligou de novo, aí na hora que eu chegar eu te procuro.”

No dia 27 de abril, Cachoeira anunciou ao diretor da construtora Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, outro encontro com o jornalista. Sobre a ligação, interceptada às 07:19, o inquérito da PF relata:

“Carlinhos diz que vai almoçar com a prefeita de Valparaíso e com Policarpo da revista Veja”.

Às 09:02, o contraventor avisa a Demóstenes do almoço com Policarpo:

“Eu vou almoçar com o Policarpo aí. Se terminar o almoço e você estiver lá no apartamento eu passo lá.”

O senador respondeu:

“Ok... o Policarpo me ligou, tava procurando um trem aí. Queria que eu olhasse pra ele algumas coisas. Pediu até pra eu ligar para ele mais tarde, não quis falar pelo telefone”.

Nesta mesma conversa, Demóstenes pediu conselhos a Cachoeira sobre sua mudança de partido. Cachoeira afirmou que “esse DEM já naufragou” e disse:

“Tem que ir pro PMDB, até pra virar do STF né?”

O terceiro encontro: o alvo é Zé Dirceu, não a Delta

A partir do dia 7 de maio de 2011, aparecem conversas da quadrilha de Cachoeira sobre a reportagem “
O segredo do sucesso”, assinada por Hugo Marques e publicada pela revista Veja na edição 2216, daquele mesmo fim de semana. A matéria relaciona o crescimento da empresa Delta com os serviços de consultoria de José Dirceu.

Em ligação do dia 8 de maio, às 19:58, Cachoeira diz a Cláudio Abreu que Demóstenes vai trabalhar nos bastidores do Senado para abafar a reportagem.
No dia 9, às 23:07, Cláudio pergunta ao bicheiro se ele irá “no almoço com aquele Policarpo” no dia seguinte. Cachoeira responde:

“Ah o Policarpo eu encontro com ele em vinte minutos lá no prédio, é rapidinho”.

No dia 10, às 14:43, Cachoeira conversa com Cláudio. O resumo da ligação feito pela PF diz: ”Carlinhos conta a Cláudio sobre a conversa que teve com Policarpo, da Veja, a respeito da reportagem que saiu na revista no último final de semana”.

Em outra ligação, no dia 11, às 09:59, Idalberto Matias de Araujo, o Dadá, tido pela PF como braço direito de Cachoeira, conta ao bicheiro que conversou com o repórter da Veja, Hugo Marques, que lhe revelou que o alvo de sua reportagem era “Zé Dirceu e não a Delta”.

O quarto encontro foi com Cláudio Abreu. No dia 29 de junho de 2011, às 19:43, Cláudio disse a Cachoeira que esteve com Policarpo e passou informações sobre licitação da BR 280. As informações foram parar na reportagem “
O mensalão do PR
, publicada na edição 2224 da revista Veja, dando origem as demissões no Ministério dos Transportes.

No dia 7 de julho, às 09:12, Cláudio conta a Cachoeira que “o JR” quer falar com ele.
Cachoeira: “Que que é JR?”

Cláudio: “PJ, né amigo.”

Cachoeira: “PJ?”

Cláudio: “Pole.”

Cachoeira: “O que?”.

Cláudio: “Engraçado lá, Carlinhos. Policarpo, porra.”


No dia 26 de julho de 2011, Policarpo perguntou a Cachoeira, em telefonema às 19:07, como fazer para levantar umas ligações entre o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) e “gente da Conab”.

No dia 28, às 17:19, uma ligação interceptada pela PF entre Jairo Martins, o araponga de Cachoeira, e uma pessoa identificada apenas como “Editora Abril” é sucintamente resumida pela palavra “encontro”.

No fim de semana seguinte a revista é publicada com a reportagem “
Dinheiro por fora”, trazendo informações sobre o financiamento de campanha de Jovair e de outros políticos de Goiás por empresa favorecida pela Conab.

Invadindo o hotel Naoum
No dia 2 de agosto de 2011, às 10:46, Jairo Martins, marca encontro por telefone “no Gibão do Parque da Cidade” com “Caneta”, identificado inicialmente pela PF como alguém da Editora Abril. Às 12:04, Jairo informa a Cachoeira que irá almoçar com “Caneta” às “15 pra uma” para tratar “daquela matéria lá (...) que ta pronta”.

Às 14:30, o araponga informa ao bicheiro que “Caneta” quer usar imagens do hotel “pra daqui a duas semanas, que naquele período que ele me pediu, o cara recebeu 25 pessoas lá, sendo que 5 pessoas assim importantíssimas” (sic). Ele também se mostra preocupado e diz que o combinado era não usar as imagens. Cachoeira diz:

“Põe ele pra pedir pra mim”.

Às 21:03, Cachoeira revela a identidade de “Caneta”. O contraventor conta a Demóstenes:

“...o Policarpo vai estourar aí, o Jairo arrumou uma fita pra ele lá do hotel lá, onde o Dirceu, Dirceu, é, recebia o pessoal na época do tombo do Palocci”.
Segundo Cachoeira, Policarpo pediu para “por a fita na Veja online”.

No dia 4, às 17:18, Cachoeira fala com Policarpo ao telefone e pede para ele ir encontrar Cláudio Abreu, da Delta, que está esperando. Às 17:31, Cachoeira
diz para Claudio mandar Policarpo soltar nota de Carlos Costa.

Às 17:47, Cláudio pergunta onde a nota deve ser publicada. Cachoeira diz que no “on-line já ta bom”, mas “se for na revista melhor”. Às 18:37, o bicheiro informa ao diretor da Delta que Policarpo “está com um problema sério na revista”, pediu para desmarcar o encontro e receber a nota por email.

No dia 10 de agosto, às 19:11, Cláudio conta ao chefe da quadrilha que estará em Brasília no dia seguinte para falar com “PJ”. No mesmo dia, às 19:22, Jairo e Policarpo combinam por telefone um “encontro no churrasquinho”. Às 20:41, Jairo e Cachoeira falam sobre liberação das imagens.

No dia 11, às 08:58, Carlinhos fala a Demóstenes que almoçará com Policarpo. O resumo de uma ligação às 14:09, entre Cachoeira e Cláudio, afirma que “Carlinhos está no Churchill, possivelmente com Policarpo Júnior”. Às 20:05, em conversa com Demóstenes, Cachoeira conta que encontro com Policarpo foi para ele “pedir permissão para o trem lá do Zé”.

No dia 15, às 10:12, Cachoeira orienta Jairo para “matar a conversa com Policarpo”:

“Nós temos que pedir aquele assunto para ele.”

Às 19:04, Policarpo marca encontro com Jairo “em 10 minutos no espetinho”. O resumo de uma ligação entre os dois às 19:26 diz “encontro”.

O resumo de uma ligação às 12:45 do dia 16 descreve:

“Carlinhos diz que liberou, que só falta ele liberar. Jairo diz que falta pouca coisa. Acha que hoje ele libera.”

No fim de semana de 27 e 28 de agosto de 2011, a revista Veja deu uma capa com o título “O Poderoso Chefão”, em alusão a influência que o ex-ministro José Dirceu ainda tinha sobre o PT e o governo de Dilma Rousseff. A reportagem trouxe imagens de vários políticos visitando Dirceu dentro do Hotel Naoum, onde ele se hospedava em Brasília, afirmando que Dirceu articulou a queda do então ministro da Casa Civil, Antônio Palloci.

O repórter da Veja, Gustavo Ribeiro, foi acusado de tentar invadir o apartamento de Dirceu. A polícia também investiga como as imagens do circuito interno do hotel foram capturadas.

O Prevaricador Geral da República


Fim de linha para Gurgel: ele piscou e passou recibo. Algo mortal na política 
Blog do Rovai


O Procurador Geral da República saiu em sua própria defesa na tarde de ontem.


Foi um péssimo advogado de si mesmo. E o conteúdo das frases que disse deixam claro duas coisas.


1) Ele não tem como explicar porque engavetou o processo contra Demóstenes e Cachoeira mesmo com tantas evidências de que ambos articulavam um grupo que operava crimes contra o Estado.


2) A falta de justificativa para o que fez o levou a invocar o mantra do mensalão, com o objetivo de criar uma cortina de fumaça e ganhar a mídia tradicional e o que resta da oposição raivosa para a sua defesa.


Uma pessoa no cargo que ele ocupa só assume tão deliberadamente um lado quando sente que o furo no bote é grande e o número de passageiros é maior do que o de boias. Ou seja, bateu o desespero.




Não fosse isso, Gurgel explicaria o caso e se disporia a dar explicações. Além disso, tentaria buscar pontes na base do governo para apresentar suas justificativas.


Qualquer pessoa com o juízo em dia e que não estivesse sobre forte pressão por conta de ter sido pega no pulo, faria isso.


Gurgel, no entanto, piscou e passou recibo.


Em política isso é mortal.


Gurgel acabou.


 




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