Durante os últimos nove dias, este blog promoveu uma “pesquisa de opinião” própria a fim de apurar, não a intenção de voto do eleitorado da cidade de São Paulo, mas sua visão geral sobre política e democracia e seu estado de espírito relativo à eleição do próximo prefeito.
O critério fundamental da pesquisa foi o de entrevistar pessoas sem posições políticas arraigadas e que dão pouca importância ao assunto. Tal critério teve origem no senso comum de que esse é o perfil da maioria esmagadora do eleitorado brasileiro.
Importante: é evidente que a iniciativa não tem fundamentação científica, servindo, apenas, para revelar uma postura diante da política facilmente observável no eleitorado paulistano.
A “pesquisa” obedeceu a critérios de classe social, faixa etária, nível de instrução e zona (Norte, Sul, Leste ou Oeste) da cidade. Não foi apresentada uma lista de candidatos – as menções foram espontâneas.
Dezenove pessoas foram entrevistadas. Desse universo, quatro eleitores declararam voto em Celso Russomano, um em Fernando Haddad e três em José Serra. Os outros onze declararam não saber em quem votar.
Todos os entrevistados que conseguiram citar ao menos um candidato admitiram a possibilidade de mudar de voto ou de anulá-lo e afirmaram que deixarão a decisão final para os últimos dias da campanha eleitoral por não terem tido “tempo” de avaliar “propostas”.
Do universo pesquisado, doze pessoas assistiram a pelo menos um programa eleitoral dos três candidatos a prefeito mais bem colocados e nenhuma assistiu a programas dos candidatos a vereador.
Dos eleitores que disseram que vão votar em Serra, só um se lembrou de sua relação com o prefeito Gilberto Kassab. Do universo pesquisado, sete pessoas se lembraram dessa relação.
Nenhum entrevistado se disse satisfeito com o prefeito de São Paulo. Todos disseram que a cidade está cada dia pior.
Todos os entrevistados afirmaram que o partido não importa porque o novo prefeito fará alianças. Doze entrevistados disseram que é melhor votar em candidato a prefeito de um partido e em vereadores de outro partido para não dar “muito poder” ao governante.
Todos repudiaram “os políticos” e afirmaram que “nada vai mudar”, seja qual for o eleito. Todos manifestaram desejo de mudar da capital paulista. Todos gostariam de aproveitar a eleição para viajar, mas apenas três declararam ter condições de fazê-lo.
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