*Datafolha, eles vão radicalizar
**56% e 57% dos brasileiros preferem que o país continue governado por Lula ou Dilma em vez de entregar o comando da socieda ao conservadorismo; isso depois de 15 dias batendo diretamente em Lula e de 4 meses de campanha das togas contra o PT ** Resultado: o udenismo vai radicalizar (leia 'O agendamento conservador')
O dispositivo midiático conservador exercita há quatro meses o poder de pautar a agenda política do país. É um massacre. Como em qualquer guerra o bombardeio intenso não transforma a saturação em apoio ao agressor. As três vitórias sucessivas do PT, nenhuma delas com apoio deles, evidenciam um limite a partir do qual o peso da realidade pulsa na formação da consciência social. A brecha tende a se alargar. O saldo positivo das gestões petistas adensa a percepção de um país distinto do ecoado pelo bumbo conservador, que enfrenta uma corrida contra o relógio da dissipação. Parece uma boa notícia e uma parte do governo acha que resolve o embate dessa forma. Engana-se. O outro lado também sabe que corre contra os ponteiros da história. A radicalização observada neste momento não deve ser encarada como um hiato. É um ciclo de tudo ou nada. E reserva pouco espaço à acomodação. (LEIA MAIS AQUI)
Aprovação a Dilma: é a economia, estúpidos!
O aspecto mais curioso da recém-divulgada pesquisa Ibope que apurou novo recorde de aprovação ao governo Dilma e à própria presidente nem é a ausência de efeitos dos ataques que o partido dela, seu mentor político e seu próprio governo vêm sofrendo por parte da imprensa oposicionista, mas as análises ridículas que essa imprensa está fazendo sobre o fato.
O colunista da Folha de São Paulo Fernando Rodrigues, por exemplo, produziu as piores – tanto em seu blogquanto em sua coluna naquele jornal. No blog, em franca agressão aos fatos e ao idioma, escreveu a seguinte “pérola”:
“O fato de o país estar a [sic] dois anos andando de lado na economia não tem sido, nem de longe, um fator importante para que os eleitores cogitem de [sic] deixar de dar apoio à presidente da República”
Barbaridade, tchê!
E se você acha ruim o português do rapaz, o raciocínio dele é bem pior. Ou seria o seu caráter? Particularmente, acho que é o caráter. Ele sabe muito bem que a economia não anda de lado coisa nenhuma. Muito pelo contrário: o que leva os brasileiros a aprovarem o governo com entusiasmo cada vez maior é justamente a economia.
No último domingo, no post A economia vai mal, mas o povo vai bem, expliquei o que está acontecendo. Por óbvio, a economia não vai mal, mas o povo vai bem, sim.
De setembro para outubro, as vendas do comércio varejista cresceram 0,8%. É o quinto mês seguido de alta, segundo o IBGE. E o que é mais: a expansão do número de operações de venda foi de 9,1% e o faturamento das empresas aumentou 13,9% sobre igual mês de 2011.
As vendas aumentaram em todos os setores, mas os destaques foram hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (6,7%), móveis e eletrodomésticos (13%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (13,6%), combustíveis e lubrificantes (11,5%) e artigos farmacêuticos (12,8%).
De acordo com o IBGE, o crescimento do consumo vem sendo impulsionado pelo aumento do poder de compra da população, decorrente do crescimento da massa salarial e da estabilidade no emprego, inclusive com forte criação de postos de trabalho. E se o desemprego foi de 6% no ano passado, este ano deve ficar próximo a 5%.
A mídia, obviamente, destacou pontos da pesquisa Ibope em que políticas públicas sofreram piora de avaliação enquanto omitiu os pontos em que a satisfação aumentou, mas isso não importa tanto. O que mais chama atenção é o total desprezo da sociedade pela artilharia moralista da direita midiática contra Lula, PT e o governo.
A pesquisa nem fazia falta, pois a melhor pesquisa foi a das eleições municipais deste ano, nas quais o PT assumiu o posto de partido mais votado do país, com forte aumento do número de prefeituras administradas pelo partido. Mas é preciso que, a cada dois ou três meses, as sondagens do humor da opinião pública em relação ao governo sejam expostas para o golpismo destro midiático não se assanhar demais.
Aliás, vale registrar que, na ânsia de “explicar” por que sua campanha contra Dilma, Lula e o PT não funciona, a direita midiática vai recaindo no erro político que há anos – e não “a” anos, como prefere o iletrado da Folha lá em cima – insulta os brasileiros. Atribui aprovação de Dilma a burrice do eleitorado, que “não saberia avaliar” quão “ruim” é o governo.
Os quase 80% de bom e ótimo para Dilma ocorrem porque ninguém, fora dos 7% que a pesquisa diz que desaprovam a ela e ao seu governo, é suficientemente estúpido para acreditar que há mais corrupção no PT do que em qualquer outro partido, e porque todos sabem que a crise, que no Brasil quase não existe, é muito pior no resto do mundo.
Mas, como diz o título deste texto, é claro que o que mantém e até aumenta a popularidade de Dilma é a economia no que ela importa para a sociedade, que é na forma como influi em sua qualidade de vida. Alguém dirá que a qualidade de vida proporcionada por emprego e renda piorou? Se a economia não piorou, de onde a direita tira que “está andando de lado”?
Crescimento? Alguém se lembra durante quanto tempo a economia cresceu e a vida do povo não melhorava? Durante o “milagre econômico” da ditadura, a vida dos mais pobres piorou sobremaneira. A renda se concentrou como nunca, a favelização se espalhou pelos quatro cantos do país.
Entendam, reacionários midiáticos: economia só vai bem quando o povo tem mais emprego e renda. Mas se não querem entender, melhor. Assim vocês continuam com suas garras bem longe do poder.
As interpretações sobre a pesquisa que você está vendo na mídia, portanto, não passam de manifestação da verdadeira psicopatia dos barões midiáticos e de seus pistoleiros, que preferem tampar olhos e ouvidos e ficarem recitando mantras pseudo moralistas a refletirem que desrespeitar o povo também ajuda muito a desmoralizar a oposição.
“VUELOS DE LA MUERTE”. A ARGENTINA ENVERGONHA O BRASIL
No Brasil, o Supremo julgou que a Lei da Anistia é constitucional. Portanto, os filhos dos que jogaram Rubens Paiva do avião acham que a tortura compensa.
A mais recente humilhação a que a Argentina submete o Brasil foi o Judiciário impedir que o Supremo metesse o bico na Ley de Medios -http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21412 – aprovada pelo Senado e a Camara.
Não é disso que se pretende tratar aqui.
Mas, do julgamento dos “vuelos de la muerte”.
Está em curso em Buenos Aires o TERCEIRO julgamento dos crimes cometidos na Escuela Mecánica de la Armada (ESMA), um dos centros de tortura.
Estão nos bancos dos réus 68 indiciados.
SESSENTA E OITO !
Nesse terceiro julgamento, recém iniciado, serão julgados delitos de LESA HUMANIDADE contra 789 pessoas, a maioria nos chamados “vuelos de la muerte”.
Prevê-se que o julgamento demore dois anos e ouça 900 testemunhas.
(O Conversa Afiada reproduz aqui trechos de reportagem de El País, de 10 de dezembro de 2012.)
Os marinheiros levavam os detidos em caminhões até um aeroporto perto de Buenos Aires, para vôos domésticos.
De lá, partiam vôos pilotados por integrantes da polícia de mares e rios.
As vitimas eram drogadas com pentotal, um barbitúrico que os sedava por completo, porém por pouco tempo.
(A tempo de ver que morriam afogadas.)
Elas eram empurradas nuas, com as mãos e os pés atados, encapuzados e golpeados.
Poucos corpos foram identificados.
Algumas delas faziam parte do grupo “Madres de la Plaza de Mayo”.
O primeiro e o segundo julgamento não tinham o alcance deste terceiro.
Mesmo assim, no segundo, por exemplo, foram condenados 16 militares e policiais por 85 casos de TERRORISMO DE ESTADO.
(As ênfases são Conversa Afiada.)
A maioria dos condenados no segundo julgamento voltou ao banco dos réus no terceiro.
Entre eles, Jorge Costa, El Tigre; Alfredo Astiz, El Ángel Rubio; e Juan Antonio Azic, que se apoderava de filhas de desaparecidos.
Passaram pela ESMA 5.000 sequestrados.
Os presidentes do regime militar foram todos condenados com a extinção da Lei da Anistia promulgada pelos presidentes Alfonsín e Menem.
E revista no Governo de Néstor Kirchner.
O mesmo Presidente que trocou ministros do Supremo Tribunal para lá enviados por Menem.
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Como dizia aquele anarquista espanhol sobre a ditadura franquista, hoje no poder, sob a forma de uma Opus Dei neoliberal.
O problema não é a anistia aos torturadores.
Mas o que a anistia significa para os filhos dos torturadores.
No Brasil, o Supremo julgou que a Lei da Anistia é constitucional.
Portanto, os filhos dos que jogaram Rubens Paiva do avião acham que a tortura compensa.
Um dos ministros do Supremo, (Collor de) Mello, considerou que o regime militar foi “um mal necessário”.
Viva o Brasil !
Paulo Henrique Amorim
O problema não é a anistia aos torturadores.
Mas o que a anistia significa para os filhos dos torturadores.
No Brasil, o Supremo julgou que a Lei da Anistia é constitucional.
Portanto, os filhos dos que jogaram Rubens Paiva do avião acham que a tortura compensa.
Um dos ministros do Supremo, (Collor de) Mello, considerou que o regime militar foi “um mal necessário”.
Viva o Brasil !
Paulo Henrique Amorim
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