247 - Nesta segunda-feira, em Belo Horizonte, a campanha do PSDB ao Palácio do Planalto terá início de forma totalmente distinta do que ocorreu nas últimas três eleições presidenciais. O candidato, senador Aécio Neves (PSDB-MG), terá a seu lado, num seminário na capital mineira, promovido pelos tucanos, um personagem que foi escondido por José Serra em 2002 e 2010 e por Geraldo Alckmin em 2006: ele mesmo, Fernando Henrique Cardoso. "O ex-presidente é um bom cabo eleitoral, até pela irritação que provoca nos petistas", diz o senador mineiro.
Quem mais se anima com o novo papel é o próprio Fernando Henrique, que, aos 81 anos, se sente em plena forma e pronto para enfrentar o PT. Dias atrás, na festa de 70 anos de Pedro Malan, ele definiu o sucessor Luiz Inácio Lula da Silva como "presidente-adjunto" do governo Dilma e disse que os petistas precisam de um divã para resolver o problema psicanalítico que têm com o PSDB, como se FHC fosse o pai a ser assassinado pelo filho Lula.
E é dessa maneira, como "pai da estabilidade econômica", que FHC será apresentado por Aécio aos eleitores. Os petistas, por sua vez, serão retratados como os filhos que exaurem a herança deixada, como se a estabilidade, agora, estivesse em risco.
Esse discurso começou a ser costurado na última quarta-feira, quando o senador tucano fez um discurso apontando "13 fracassos do PT", em contraposição à festa de dez anos de poder do PT. Com os seminários que se iniciam em Belo Horizonte, e que terão sempre FHC ao lado de Aécio, o objetivo é construir uma agenda propositiva.
Ao PT, a polarização com os anos FHC não chega a incomodar, uma vez que os números da economia foram melhores nos últimos dez anos do que nos oito anteriores. Mas Aécio aposta que esse tipo de comparação já cansou o eleitor.
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