*Serra/Kassab: oito anos de desprezo por São Paulo (LEIA MAIS AQUI)
*O programa conservador para 2014 está pronto e a mídia é o seu palanque.
*As diretrizes: fomentar a insegurança econômica; asfixiar Lula nas mãos do STF; elevar os juros; conter a demanda com desemprego; entregar o pré-sal.
*SANTAYANA: AS CONSEQUÊNCIAS DE UMA AGRESSÃO A LULA
"Como Getúlio e Juscelino, cada um deles em seu tempo, Lula é símbolo do povo brasileiro. Acusam-no hoje de ajudar os empresários brasileiros em seus negócios no Exterior. O grave seria se ele estivesse ajudando os empresários estrangeiros em seus negócios no Brasil (...) ao ocupar o seu momento histórico com obstinação e luta, (Lula) passou a ser um emblema da nacionalidade. Qualquer agressão desatinada a esse símbolo desatará uma crise nacional de desfecho imprevisível".
*Semana decisiva na Venezuela: Capriles faz megacomício em Caracas neste domingo: Maduro encerra sua campanha nesta 5ª feira, com uma concentração gigante na capital, 48 horas antes do pleito do próximo dia 14.
EXCLUSIVO: TARSO GENRO
O BRASIL SOB O BLOQUEIO DA INFORMAÇÃO.
" Se tivéssemos fortes órgãos de imprensa, TVs e rádios, que fizessem circular de forma equivalente as informações do governo e a opinião dos usuários, obviamente toda a sociedade ficaria bem mais esclarecida e livre, para formar a sua opinião. Para informar, como se sabe, os governos que não adotam o receituário neoliberal, precisam pagar e pagar bem, com as suas peças publicitárias, pois as matérias em regra não são nem isentas nem equilibradas e passam, naturalmente, a ideologia dominante na empresa jornalística, às vezes até editando o trabalho feito pelo repórter, ou encaminhando para ele as "conclusões isentas" que a matéria deve conter. Frequentemente temos que usar os meios alternativos à grande mídia, as redes, os "blogs", as rádios independentes para divulgar as nossas posições, principalmente em épocas pré-eleitorais, quando a isenção se torna ainda menor e eles passam a preparar os seus candidatos para as próximas eleições. É o que está ocorrendo agora de forma acentuada, em temas de alta relevância para o Estado, como as finanças públicas, as parcerias e as políticas sociais do nosso governo".
Como Getúlio e Juscelino, cada um deles
em seu tempo, Lula é símbolo do povo brasileiro. Acusam-no hoje de ajudar os
empresários brasileiros em seus negócios no Exterior. O grave seria se ele
estivesse ajudando os empresários estrangeiros em seus negócios no Brasil.
O Ministério Público do Distrito
Federal – por iniciativa do Procurador Geral da República – decidiu promover
investigação contra Lula, denunciado, por Marcos Valério, por ter intermediado
suposta “ajuda” ao PT, junto à Portugal Telecom, no valor de 7 milhões de
reais.
O publicitário Marcos Valério perdeu
tudo, até mesmo o senso da conveniência. É normal que se sinta injustiçado. A
sentença que o condenou a 40 anos de prisão foi exagerada: os responsáveis pelo
seqüestro, assassinato e esquartejamento de Eliza Salmúdio foram condenados à
metade de sua pena.
Assim se explica a denúncia que fez
contra o ex-presidente, junto ao Procurador Geral da República, ainda durante o
processo contra dirigentes do PT.
O Ministério Público se valeu dessas
circunstâncias, para solicitar as investigações da Polícia Federal - mas o
aproveitamento político do episódio reclama reflexões mais atentas.
Lula é mais do que um líder comum. Ele,
com sua biografia de lutas, e sua personalidade dotada de carisma, passou a ser
um símbolo da nação brasileira, queiramos ou não. Faz lembrar o excelente
estudo de Giorg Plekhanov sobre o papel do indivíduo na História. São homens
como Getúlio, Juscelino e Lula que percebem o rumo do processo, com sua ação
movem os fatos e, com eles, adiantam o destino das nações e do mundo.
Há outro ponto de identificação entre
Lula e Plekhanov, que Lula provavelmente desconheça, como é quase certo de que
desconheça até mesmo a existência desse pensador, um dos maiores filósofos
russos. Como menchevique, e parceiro teórico dos socialistas alemães, Plekhanov
defendia, como passo indispensável ao socialismo, uma revolução burguesa na
Rússia, que libertasse os trabalhadores do campo e industrializasse o país. Sem
passar por essa etapa, ele estava convencido, seria impossível uma revolução
proletária no país.
É mais ou menos o que fez Lula, em sua
aliança circunstancial com o empresariado brasileiro. Graças a essa visão
instintiva do processo histórico, Lula pôde realizar uma política, ainda que
tímida, de distribuição de renda, com estímulo à economia. Mediante a retomada
do desenvolvimento econômico, com a expansão do mercado interno, podemos prever
a formação de uma classe operária numerosa e consciente, capaz de conduzir o
processo de libertação.
Não importa se o grande homem público
brasileiro vê assim a sua ação política. O importante é que esse é, conforme
alguns lúcidos marxistas, começando pelo próprio Marx, o único caminho a
seguir.
Como Getúlio e Juscelino, cada um deles
em seu tempo, Lula é símbolo do povo brasileiro. Acusam-no hoje de ajudar os
empresários brasileiros em seus negócios no Exterior. O grave seria se ele
estivesse ajudando os empresários estrangeiros em seus negócios no Brasil.
Lula não é uma figura sagrada, sem
erros e sem pecados. É apenas um homem que soube aproveitar as circunstâncias e
cavalgá-las, sempre atento à origem de classe e fiel às suas próprias idéias
sobre o povo, o Brasil e o mundo.
Mas deixou de ser apenas um cidadão
como os outros: ao ocupar o seu momento histórico com obstinação e luta, passou
a ser um emblema da nacionalidade. Qualquer agressão desatinada a esse símbolo
desatará uma crise nacional de desfecho imprevisível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
comentários sujeitos a moderação.