"Não é por um sobressalto ou outro na economia que a gente pode achar que o Brasil vai sair do caminho do crescimento e da distribuição de renda", declarou o ex-presidente, em Canoas (RS), onde participa do Terceiro Fórum Mundial de Autoridades Locais de Periferia (Falp); segundo ele, Dilma é "muito responsável"; em discurso nesta quarta-feira, a presidente disse que não existe "a menor hipótese" de o seu governo "não ter uma política de combate à inflação"
RS247 – Em meio a uma série de críticas contra a política econômica do governo de Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula decidiu defender, nesta quinta-feira 13, a linha tomada por sua afilhada política. Segundo ele, a presidente "jamais vai permitir que volte a inflação". Lula deu a declaração ao chegar em Canoas, no Rio Grande do Sul, onde participa do encerramento do Terceiro Fórum Mundial de Autoridades Locais de Periferia (Falp).
"Não é por um sobressalto ou outro na economia que a gente pode achar que o Brasil vai sair do caminho do crescimento e da distribuição de renda", disse. "Nesse País não se brinca com responsabilidade fiscal, não se gasta mais do que se ganha, esse País aprendeu a fazer bem isso e é isso que vai dar solidez necessária para que o Brasil tenha um futuro cada vez melhor e que daqui a alguns anos seja a quinta economia mundial", acrescentou o ex-presidente. Lula lembrou ainda que Dilma "é muito responsável".
Em discurso nesta quarta-feira, durante o anúncio do programa Minha Casa Melhor, em Brasília, a presidente garantiu não haver "a menor hipótese" de o seu governo "não ter uma política de combate à inflação". Segundo ela, "todos os que apostam nisso são os mesmos que apostaram que ia haver um problema sério com fornecimento de energia no País", que depois "desapareceu de todos os jornais". Dilma também criticou os pessimistas, afirmando que movimento especulativos fazem mal ao País.
A Falp
Em sua terceira edição, pela primeira vez fora do continente Europeu, o Fórum de Autoridades Locais de Periferia (Falp) teve seu embrião durante o Fórum Social Mundial de Porto Alegre, em 2001. No evento aconteceu o Fórum de Autoridades Locais pela Inclusão Social e a Democracia Participativa (FAL), onde os participantes buscaram formas de impulsionar as gestões locais de forma inovadora, democráticas e inclusivas.
Em 2003, também durante o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, a FAL foi realizada em Alvorada, na região metropolitana da capital gaúcha, e a partir deste encontro a Falp é criada oficialmente, com foco em soluções para cidades periféricas. Em sua primeira edição, em 2006, a Falp teve suas reuniões e debates na cidade de Nanterre (França) com o tema proposto "Um outro olhar sobre as metrópoles desde as periferias".
Em sua segunda edição, em Getafe (Espanha), em 2010, as discussões avançaram e foi criado um documento chamado de "Compromisso Político Comum" para metrópoles solidárias. A percepção dos participantes é que a partir dos dois primeiros encontros muitos avanços foram realizados em busca de uma rede internacional que deu voz às periferias populares. A meta desta terceira edição é consolidar e estruturar formalmente a rede Falp e assim acelerar o intercâmbio entre as cidades de periferia em nível mundial.
Com informações do Instituto Lula
O BRASIL QUE DILMA ENXERGA
PASSA
LONGE DOS JORNAIS
A presidente Dilma está a ponto de repetir a decisão do ex-presidente Lula, que, em 2005, decidiu parar de ler os jornais e tocar o governo adiante; Palácio do Planalto já detectou operação orquestrada (que mais uma vez dará com os burros n'água) para pedir a cabeça do ministro Guido Mantega, e enxerga um país com uma situação econômica bem diferente da que vem sendo pintada com tintas pesadas na mídia; radar de Brasília capta desemprego baixo, inflação em queda, produção industrial em alta e contas públicas em ordem; imagem do Brasil real contempla programas como o "Minha Casa Melhor", que facilitará a aquisição de bens pela população mais pobre, uma Copa das Confederações que começa no próximo sábado e a continuidade da inclusão social, com programas como o PAC da Rocinha
247 - Na longa entrevista que concedeu ao sociólogo Emir Sader, sobre os primeiros dez anos do PT no poder, o ex-presidente Lula afirmou que uma de suas decisões mais importantes foi tomada em 2005. Naquele ano, no auge do escândalo do chamado "mensalão", ele parou de ler os jornais e decidiu tocar o governo adiante. Seguindo a orientação do jornalista e amigo Ricardo Kotscho, decidiu que era hora de "menos Brasília e mais Brasil". Resultado: Lula foi reeleito e terminou seu segundo mandato como o presidente mais popular da história do País.
No Brasil de hoje, a presidente Dilma Rousseff está a ponto de repetir a decisão tomada por Lula em 2005. Incomodada com o retrato que vem sendo pintado pelos grandes jornais e revistas, sobre um Brasil supostamente em crise, a presidente enxerga uma realidade completamente distinta. Nas lentes do Palácio do Planalto, o que existe hoje no Brasil real é um país com a menor taxa de desemprego da série histórica do IBGE, com a inflação em queda (e caminhando para o centro da meta em 2014), com recuperação da produção industrial e contas públicas em ordem. Além disso, um fracasso anunciado, como a Copa das Confederações (cujos estádios ficariam prontos só em 2039 segundo uma revista semanal) começa no próximo sábado. E as políticas de inclusão social, como o "Minha Casa Melhor", que facilita a compra de eletrodomésticos, e o PAC 2 da Rocinha, ajudam a atrair as classes D e E para o mundo do consumo, realimentando o crescimento.
No entanto, editoriais de jornais apontam um Brasil à beira do abismo e a presidente Dilma já identificou um movimento claro, orquestrado e que, mais uma vez, dará com os burros n'água. Trata-se de um ataque especulativo que tem, como objetivo central, exigir a cabeça do ministro da Fazenda, Guido Mantega. O início se deu com um artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, logo após a recente alta dos juros, quando ele afirmou que a presidente teria que "beijar a cruz". Depois disso, a revista The Economist pediu, novamente, a cabeça do ministro Mantega – desta vez, de forma irônica, sugerindo que ele ficasse, imaginando que, assim, Dilma o demitiria. Na sequência, Merval Pereira sinalizou que mesmo a troca de Mantega por Alexandre Tombini ou qualquer outro nome não funcionaria – uma vez que a política econômica é da presidente Dilma. E hoje, Carlos Alberto Sardenberg, uma voz que representa interesses do mercado financeiro, pede explicitamente a volta de Antonio Palocci ou de um nome que venha a ser uma espécie de tutor do governo, acima da autoridade presidencial.
Este pedido não será atendido por uma presidente que, apesar das turbulências, ainda desfruta de alta popularidade e se mantém confiante na eficácia de sua política econômica.
Da mesma forma, também não será acatada a sugestão feita pelo governador Eduardo Campos de que a presidente siga o exemplo de FHC e convide todos os presidenciáveis para discutir rumos para o Brasil, como FHC fez em 2002. Naquele ano, o risco-Brasil superava dois mil pontos. Hoje, o Brasil é um país com grau de investimento. Lá atrás, o Brasil vivia o maior desemprego de sua história. Hoje, o menor.
Ou seja: ainda que se possa fazer mais (o que sempre é possível), Dilma não vê um país à beira do abismo. E está a ponto de abandonar o hábito da leitura dos jornais. Ao menos, dos cadernos de economia.
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